quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Tyson na África


Ex-campeão dos pesos-pesados visita o continente africano

No passado Muhammad Ali visitou a África em busca de esclarecimento espiritual e inclusive lutou no antigo Zaire em 1974 contra George Foreman. Nesta semana Mike Tyson está visitando o continente para ajudar a arrecadar fundos para uma instituição de caridade infantil.

As fotos mostram o “Homem Mais Malvado do Mundo” como uma figura amargurada, o que parece ser o resultado da exaustão após tantos rompantes de raiva e inconseqüência que marcam sua vida.

Em entrevista a Reuters assumiu: “eu sou o meu pior inimigo em tudo o que fiz”. E de fato foi. Existem pessoas que com um passado semelhante ao dele conseguiram se recuperar, mas também deve ser lembrado que lhe faltou o suporte necessário.

Visitando o 3º Mundo

Nos tempos de globalização sempre que uma celebridade visita um pais de 3º mundo fica no ar a pergunta se é para se auto promover ou realmente ajudar, pois todos eles sabem que o evento será televisionado, fotografado...

No caso de Tyson parece ser pior porque mesmo ausente dos ringues e ainda há muito mais tempo longe de um cinturão, tudo o que ele faz vira notícia. Iron Mike não é só mais um atleta renomado é uma personalidade da mídia.

Essa atenção recebida mostra que há um grande vácuo que não foi preenchido dentro do boxe por um novo ídolo na categoria dos pesados. Klistchko e Ibragimov não capturam tanta atenção do público não aficionado pelo pugilismo como faz o aluno de Cus D’Amato.

Foto: AP

Vídeo com alguns dos melhores momentos de Mike Tyson

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Onde está a glória?

Muitos pensam que apenas um cinturão eleva o homem

Por muito tempo de minha vida convivi entre lutadores, fossem com jiu-jitsucás, boxeadores e principalmente wrestlers. Não só com guerreiros que usam dos punhos e pés para buscar o pão de cada dia e em seus sonhos o reconhecimento mundial.

Para tais homens não existem coisas complicadas, eles sofrem de doenças psicológicas, mas sabem que tem que se reerguer, pois na vida é “sem menção a rosa sem massagem” como canta Mano Brown.

E assim como os 300 de Esparta eles sabem que tem que se unir com seus irmãos de armas para não caírem, enquanto isso é algo difícil de ver em uma empresa grande onde até mesmo o colega do lado pode estar armando algo e lhe entregando um bombom ao mesmo tempo.

Muitos colocam o valor no atleta apenas pelo seu cartel, currículo, marketing, mas se conhecessem a pessoa lá dentro podem ver a retidão de caráter e como ele leva aquilo que aprendeu num ringue ou tatame pro serviço e pra família.

Agora entendo porque tantos mestres dizem que treinam “campeões da vida”.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Duas gerações na gaiola


Evento de vale-tudo tem Shamrock ao dobro

Ken Shamrock (26-12-2) lutará no Cage Rage 25 da EliteXC no dia 8 de março contra o kickboxer britânico Robert “Buzz” Berry (11-7-0) no evento principal, enquanto seu filho Ryan Shamrock que conta com apenas uma luta a qual venceu encara o também novato Giorgio Andrews que tem saldo positivo de duas lutas em dois eventos.

Para o pai o favoritismo é inevitável apesar de ter perdido suas últimas quatro lutas o adversário não representa perigo e já foi derrotado pelo também veterano Dan Severn em 2006, mesmo que seja um período de dois anos a experiência da lenda do UFC deve prevalecer.

Outra Ryan Shamrock

No período de Ken Shamrock como pro-wrestler da WWE, outra pessoa foi apresentada na mídia americana como Ryan Shamrock, a lutadora de catch Alicia Webb interpretou a irmã do “Homem mais perigoso do mundo”, como o chefe da Lion’s Den é conhecido em seu país.

Por causa de sua “parente”, Shamrock se metia em várias confusões agindo como o protetor e ciumento irmão e mostrava o seu carisma e presença que o fez tão querido também pelo público do vale-tudo.

O Córner do Leão separou uma luta de M.M.A do jovem Ryan Shamrock e outras duas de seu pai no octagon e nos ringues de pro-wrestling.

Ryan Shamrock lutando



Ken Shamrock x Kimo Leopoldo UFC



Ken Shamrock x Owen Hart 1998 – WWE

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Não aguento mais a música do Rocky

É irritante chegar em um evento e escutar Eye Of The Tiger como se fosse um mantra

Escutar Eye Of the Tiger enquanto se treina é inspirador, na rádio é normal, já que é um dos principais rocks, na trilha do Rocky III e IV nem preciso dizer, agora todo evento que chego toca essa música.

Falta originalidade, mas também com nomes que sempre terminam em Fight. Não adianta falar que são humildes, mas é como investir no mesmo xaveco, após surtir o efeito mínimo de um beijo no rosto.

Chega a ser cansativo, quando vejo um evento do UFC, Pride ou até mesmo o marmelo da WWE não escuto essa música. Dá vontade de ver algum lutador entrando ao som de Justin Timberlake só pra irritar o organizador.

Fujam do comum, sejam criativos e então vocês vão ver que os pequenos detalhes somados atrairão o público leigo. A pessoa que não entende de luta não precisa escutar os primeiros acordes dessa faixa para saber que é uma luta de boxe ou vale-tudo que está acontecendo.

Outras que já riscaram o vinil e o CD.

A versão clássica da música

domingo, 27 de janeiro de 2008

Furacão, Otas e Maldonado vencem


Em lutas realizadas em Cubatão três dos principais pugilistas nacionais vencem

Em reunião de pugilista organizada pela Liga Paulista de Boxe presidida por Reinaldo Carrera, Três dos principais nomes do cenário nacional nocautearam rapidamente seus oponentes.

Carlinhos Furacão (22 – 1, 17 Ko’s) derrotou Renato Oliveira (1-16, 1 Ko’s) pelos cinturões Mercosul da AMB e Paulista versões FEBESP e LPB na categoria supergalo. O cruzador Pedro Otas (16, 15 Ko’s) superou Sidney de Oliveira da Silva (0 – 3), enquanto pesado Fábio Maldonado venceu o estreante Vonilson Maciel dos Santos. Todas as vitórias foram por nocaute.

O futuro para os três

Os adversários eram fracos para o trio, isso mostra que eles devem procurar oponentes mais fortes dentro ou fora do país. Já que Otas desceu para cruzador é inevitável sua luta contra Edison Foreman, Carlinhos Furacão deve tentar reconquistar seu cinturão Latino da CMB e Maldonado por sua vez acabará tendo um embate contra George Arias.

Não é justo acusa-los de escolher adversários fáceis, pois mesmo em outros esportes acontece de uma potência esportiva enfrentar um azarão e até mesmo ser surpreendido por ele, porém é esperado lutas contra adversários de maior renome.

Foto: Carlinhos Furacão enquanto detinha o cinturão da CMB / Boxe Brasil

Luta Pedro Otas X Víuva Negra

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Entrevista com Jack Welson


Aprendi no boxe a me controlar e não usá-lo de má fé. Aprendi a controlar os sentimentos.

A cena se repetiu mais de uma vez, os punhos enfaixados de Jack Welson levantaram o recém conquistado cinturão reluzente em meio ao a um público extasiado embaixo de um viaduto. Jornalistas de veículos importantes cobriam o acontecimento, O cartel tem 11 vitórias com nove nocautes e duas derrotas, além de uma coroa sul-americana da AMB e outra brasileira.

Mesmo com o retorno da mídia o atleta não conseguiu patrocínio para deslanchar sua carreira, tampouco abandonar os bicos de segurança e sobre esses problemas e as alegrias que a nobre arte trouxe para sua vida que ele fala em entrevista exclusiva ao Córner do Leão.

Como você começou no boxe?

É uma história muito longa... Eu vou tentar resumir. É o seguinte, não sou de São Paulo, sou mineiro de Janaúba, cidade próxima de Belo Horizonte. Tudo começou lá, não na prática, mas a semente do meu gosto pelo boxe, apesar de tanto tempo que ficou parada.

‘Molecote’ ainda eu reunia os meus colegas e brincava de boxe, improvisava ringue e luvas, colocava os meninos lá e brincávamos... Aquilo era muito legal, pois foi quando surgiu a vontade de fazer pugilismo e isso continuou.

Eu não esqueço de uma oportunidade que a vontade era tanta de assistir uma luta de boxe, mas eu não tinha dinheiro para a entrada, então juntei com meu colega e eu disse “vamos pular o muro que eu sou apaixonado pelo boxe”, e quando avistei aquele ringue de perto a cena mexeu comigo e pensei “espero um dia treinar boxe e ser um lutador de verdade.”

Aquele momento de felicidade durou pouco, porque o segurança chegou e colocou a gente pra fora, quase que eu chorei, cheguei até a implorar, mas não teve jeito. Após esse episódio aquietei.

Com a expectativa de melhorar de vida eu vim para São Paulo, comecei a trabalhar numa metalúrgica, fiquei três meses, não fui registrado e acabei desempregado, comecei a vagar por São Paulo e na Cidade Tiradentes encontrei um treinador que se chama Garrido, mas na verdade eu entrei na academia para fazer musculação, mas quando olhei pro lado e vi aquele saco de pancada eu disse: “Puxa vida, andei... andei e até que enfim encontrei o boxe”.

Lá entraram vários alunos junto comigo, mas foram saindo tudo porque só fica quem é apaixonado pelo esporte. Então o Garrido falou que se eu quisesse mesmo aquilo que eu tivesse força de vontade e acreditasse no trabalho que ele faz.

Ele contou que tinha um lugar melhor pra treinar já que estávamos apenas nos dois, para minha surpresa era um campo de futebol no meio do nada, não tinha aparelho pra bater, não tinha luva. Comecei socando pneu, carregando troncos de árvores nas costas, dar socos ao ar livre com pedras, enfim era uma loucura, as pessoas passavam e davam risada. Eu não dei conta e continuei, pois é minha paixão. Lá deu o pontapé inicial, depois passamos pela Vila Ré, Vale do Anhangabaú onde resgatamos jovens do mundo das drogas e finalmente Viaduto do Café onde me tornei campeão brasileiro, aí eu vim para Alcântara Machado e conquistei o cinturão Sul-Americano.

Quem é seu maior ídolo no esporte?

Meu maior ídolo é o Mike Tyson, sempre o admirei pelo seu jeito de lutar e como subia ao ringue determinado, não tento imitar completamente, mas tento fazer de forma semelhante. Quando subo no tablado tento terminar a luta o mais rápido possível.

Muitos críticos dizem que Mike Tyson já ganhava o combate só pelo olhar que colocava medo no oponente. Você acha que tem essa capacidade também?

Eu não sei. Já olhei pra alguns adversários meus que piscaram também, não resistiram olhar pra mim, mas eu acho que isso daí não atinge nada se o cara não tá determinado, não tá treinado não é o olhar que vai derrotar o oponente, você tem que mostrar trabalho.

Tyson tem problemas com vícios e justiça. O que você acha da postura dele fora do ringue?

Eu não o conheço, eu não tenho vídeos que eu mesmo fiz pra falar que ele foi o errado que pisou na bola, eu não tenho certeza... A mídia que fala então não gosto de apontar, mas pelo que é mostrado eu não me espelho na sua maneira fora do ringue, apenas dentro.

Seu estilo é nocauteador, 9 nocautes em 11 vitórias. O que você sente quando derruba um adversário?

É muito bom. Eu sinto que eu subi mais um degrau, que estou melhorando, sinto mais força de treinar e ficar melhor ainda. No boxe a gente não pode falar “eu sou bom, eu sou completo, eu aprendi tudo”, pois cada dia aprendemos um pouco. Quando derrubo um adversário isso significa que estou melhorando, portanto procuro me dedicar e aprimorar o que faço.

Você sente piedade do profissional nocauteado?

Eu não sinto piedade, não que eu seja cruel ou mal, o esporte é o esporte e tem que saber dividir as coisas. Um dia antes da luta eu fico ali tenso, então não penso em nada, só penso na luta e me concentro. Então quando soa o gongo é só bater, bater, bater... não vem aquele pensamento “poxa, que dó acertei pra caramba o cara, machuquei ele”. O pensamento é “bater, bater e ganhar”. Depois da luta a gente tem que mostrar o espírito esportivo cumprimentando o adversário.

Suas lutas já foram debaixo de pontes, bingos e ginásios. Qual é a sensação de lutar em cada um desses três lugares?

Cara com certeza num lugar fechado como um ginásio não tem comparação, todo lutador prefere isso, só que duas lutas importantes que fiz pelos cinturões brasileiro e sul-americano que realmente me fizeram crescer foram debaixo da ponte e isso que importa, evoluir.

Seus dois cinturões vieram embaixo do viaduto. Como é esse contraste entre o ouro e a pobreza?

Na verdade são três, pois conquistei o paulista (Liga Profissional de Boxe), mas os outros dois foram debaixo de viadutos, então é o seguinte: eu sou campeão brasileiro, sul-americano, mas infelizmente ainda não tenho aquele patrocínio, aquele apóio, a força para continuar. Poxa vida paulista, brasileiro e sul-americano... Eu poderia estar vivendo do boxe, porém ainda não estou.

Ainda não surgiu nada, não sei se não tenho sorte, se o pessoal não gosta de mim, as pessoas não conseguem estender a mão para ajudar o outro, porque eu penso o seguinte se eu sou ajudado hoje certamente ajudarei alguém no futuro, pois já recebi apóio. Eu tenho esse pensamento.

Se hoje estou debaixo do viaduto, mas amanhã sou campeão mundial eu sei que alguém me ajudou a chegar lá, sozinho eu não consigo. Vou pensar “Se eu to aqui é porque alguém me ajudou.”.

Acho que falta isso entrar na cabeça das pessoas e estender a mão para alguém que quer realizar um sonho.

A carreira de boxeador não lhe garante uma vida com padrões dignos de sobrevivência então você trabalha como segurança. Como é trabalhar nessa área para manter a renda?

Complicado e cansativo, pois não abro mão do boxe. Levanto às 7 horas da manhã e depois que eu corro vou trabalhar, para ganhar uma moeda para pagar as contas. Chego uma hora da manhã, durmo de 5 à 6 horas, um atleta tem que dormir suas horas adequadas se alimentar corretamente.

Em alguma situação como segurança você já teve que utilizar o boxe?

Não e nem passou pela cabeça, já tive chance de agredir uma pessoa. Uma certa vez estava no serviço e um rapaz começou a gritar comigo e ele estava errado, mas aprendi no boxe a me controlar e não usá-lo de má fé. Aprendi a controlar os sentimentos.

Se surgisse um patrocínio você abandonaria seu terno e gravata?

Se alguém viesse e falasse: “Você luta ali, a gente ganha dinheiro”, “te pago tanto se você ensinar na minha academia, só não quero mais você com esse terno.”. Eu até queimaria para nunca mais usar e me fixar no boxe.

Os principais nomes do pugilismo nacional têm as melhores condições de treino dentro do país. Como você que treina embaixo do viaduto compensa essa deficiência de equipamentos e equipe médica?

A diferença é alimentação. O dia-a-dia deles é melhor, eu vivo do feijão-com-arroz, como um atleta vai se manter de pé por muito tempo assim? Não tem como.

Quanto aparelhos, eles tem maquinário de primeiro mundo e eu não, mas não influencia muito, pois eu treino desse modo como na antiguidade do boxe e assim conquistei meus títulos.

Você utiliza correntes de ouro, brincos. Seu visual é semelhante ao de um gangsta rapper como Snoop Dogg, 2 Pac e 50 Cent. Você se sente parecido com eles?

Eu não procuro copiar nenhum deles, eu apenas gosto do estilo que eles usam e seu som. O 50 Cent com certeza é o primeiro da lista.

Quando o gangsta rap surgiu as letras giravam em torno do jovem negro e seus problemas, hoje falam mais de valores materialistas. Você pensa em seguir o mesmo rumo quando chegar seu sucesso?

Não se um dia eu chegar ao topo, eu não vou bater no peito e dizer: “eu tenho isso daqui, é tudo meu”, sabe sair metendo a ‘mala’ por aí, serei humilde até o fim, não importando o que eu ganhe.

Mesmo sabendo que o boxe anda em baixa no país, o que faz você seguir nesta carreira?

Acho que é porque sou apaixonado pelo boxe, porque já vi muita coisa... Meu treinador já me expulsou duas vezes e eu voltei porque amo o pugilismo, se não gostasse abandonaria tudo.

Como é sua relação com o Garrido?

É boa, mas tem momentos que como ele diz “somos seres humanos que falham”. Ele erra e eu também, no final o importante é reconhecer os erros e voltar a viver bem.

Acredita que existe uma solução para os excluídos sociais no Brasil?

Basta as pessoas olharem com bons olhos. Por exemplo, um empresário passa aqui do lado do viaduto e me vê treinando e do outro lado um rapaz que treina em uma academia luxuosa, o cara olha pra ele com bons olhos e me julga errado, o ideal é primeiro conhecer as pessoas, eu acho que o preconceito atrapalha muito a situação dos excluídos sociais.

A saída não são apenas projetos e academias para moradores de ruas, mas como sou atleta defendo essa solução.

Foto: Jack Welson / Divulgação

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

O Centurião se aposenta


Renato Roma não foi apenas um gladiador brasileiro, é um verdadeiro soldado da luta olímpica

A notícia da aposentadoria de Renato Roma não afetou tantas pessoas quanto a de Guga ou de Oscar de La Hoya, mas para aqueles próximos bateu mais forte que qualquer um de seus suplês.

Mesmo que não tenha conquistado nenhum campeonato mundial, pan-americano ou olímpico foi muito importante para a evolução do esporte em nossa nação ao elevar os parâmetros da mais disputada das categorias. Todos os lutadores com 74 quilos treinavam para derrotar Roma.

Um homem que já tem no nome a cidade que foi berço de guerreiros mitológicos da história ocidental e que apesar do jeito malandro que mostrava com os amigos, ele era apenas esperto, o suficiente para impor seu jogo criativo adicionando ao que aprendeu com seu técnico Edson Kudo e mostrar porque é seu melhor aluno.

De pupilo passou à mestre e a região de São Caetano é dele, muitos atletas devem a ele o conhecimento do esporte favorito de Hércules e desse grande lutador sairão outros que dominarão não apenas o cenário brasileiro, mas também o sul-americano e o mundial. A sapatilha plantada no tatame é o símbolo dos futuros centuriões.

Foto: Renato Roma nos Jogos Abertos do Interior 2007 / Arquivo Pessoal

Nota do Editor: Assim como tantos outros lutadores de 74kg eu observei o jogo de Roma em muitas disputas e treinos e não apenas isso, com ele pessoalmente aprendi alguns golpes necessários ao meu repertório.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Roy Jones Jr ainda empolga


O veterano que completou 39 anos esta semana mostrou em uma vitória sobre o também lendário Felix Trinidad porque é um dos reis do ringue

A contenda entre o melhor pound-for-pound dos anos 90 e do herói porto-riquenho não foi aquela que vão apontar como “A luta do século”, mas serviu para mostrar que ainda há combates excitantes no boxe, algo que a divisão dos pesados não vê a muito tempo.

Jones levou por decisão unânime dos jurados que apesar de perder os três assaltos iniciais derrubou o latino na sétima e décima etapa, mostrando o poder de seu punho. Para Felix pesou o fato de lutar como super-médio e o hiato do tablado.

Panorama Jones Jr.

Jones Jr. não tem mais o mesmo ritmo de dança da década anterior, mas mantém outras qualidades e as usa com maior sabedoria, fruto da maturidade. Com essa última vitória ele tenta espantar as derrotas para Antonio Tarver e Glen Jonhson que em muito abalaram seu psicológico.

Não é impossível vê-lo disputando algum cinturão de sua categoria original meio-pesados, pois como afirmou o site Round 13 ele tem interesse em enfrentar Joe Calzaghe um dos melhores na atualidade e detentor dos cinturões WBO e WBC dos super-médios.

Se Holyfield mereceu uma chance contra Sultan Ibragimov já aos 44 anos, Jones Jr. 5 mais novo poderia ter a mesma oportunidade após uma boa seqüência de apresentações.

Foto: Trinidad x Jones Jr.

Compacto com algum dos melhores momentos de Jones Jr.

sábado, 19 de janeiro de 2008

O grande dia de Ramones


Nem sempre o dia mais feliz de um atleta é quando o cinturão vai para sua casa

A academia bem estruturada mostra o respeito pelos alunos que se juntam ordenadamente no tatame conforme a hierarquia. Os professores a frente do grupo assim como todas as outras equipes que se respeitam. No colo de uma faixa-preta um bebê com seu quimono, é o possível primeiro campeão da união.

As graduações seguem e cada aluno promovido é lembrado por detalhes pessoais o que mostra a intimidade, entre eles uma jovem que chora ao receber do professor a faixa branca com duas pontas, uma graduação que não a leva para uma faixa melhor, mas como a mesma afirma: “achei que não fosse graduar, isso é minha evolução, passei por um ano difícil”. A lágrima corre como a de um campeão no qual apenas o empresário acreditava, pois ele mesmo não tinha fé.

“Fenomenal! O cara consegue administrar a carreira de atleta e ser professor”, um amigo de infância faixa azul que reencontrou o lutador nos tatames após dez anos fala com emoção e alegria nos olhos e lábios.

Para esse estudante que mantém uma marca de roupas esportivas, o Ramones não foca em aparecer na mídia e ser estrela de campeonato, mas sim em formar líderes. Com essa preocupação voltada para a filosofia de uma arte que parece ter amnésia quando escuta essa palavra, Ramones escuta que não será mais um atleta que deveria desistir de competir por estar velho aos 27 anos de idade.

“Ele se acha pouco maturo para enfrentar grandes nomes, porém se focar neles, vence.” O empresário que acompanha o mundo do jiu-jítsu fala com domínio e concluí: “Esse vai ser o ano de concretização”.

Enquanto conversamos o mentor continua observando as técnicas de seus alunos, sabe o que exigir desde o pior até o melhor deles, já que pode “crescer tanto com os bons quanto com os pequenos”, e não ensina apenas técnicas, pois “além de sua evolução no jiu-jítsu, você evoluí na vida”. A vivência de seus tutorados sofrem mudanças positivas assim como no jogo de xadrez humano.

O proprietário do recinto o chamou “por ser amigo de infância”, mas não apenas isso, por ser também compromissado, atencioso e ter “alto potencial para despontar como competidor além de ser ótima pessoa dentro e fora do tatame”.

Apesar de ensinar fora da academia onde se formou, Ramones permanece leal a suas origens assim como um soldado yakuza respeita seu oyabun, agora ele está apenas formando o seu clã. Para ele a arte marcial não é como o futebol onde cada dia se beija um escudo diferente após o gol e se cospe em outro após a derrota.

O semblante é de uma pessoa mais sábia do que aparenta, algo raro de se ver em homens antes dos 40, quando perguntam se há mágoa da sua casa e de alguns que lá freqüentam mas não são seus amigos afirma: “Se é pra ser campeão vou ser tanto na Brasa quanto na Lótus. O campeão se faz em qualquer lugar”.

Foto: Ramones de quimono Branco ao centro / Gabriel Leão

Nota do Editor: Yakuza, máfia japonesa que valoriza a honra.
Oyabun, líder de uma família dentro da yakuza.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Entrevista com Mauro Xuxa

”No início do tratamento fui em três médicos que queriam me operar e falaram que eu não poderia mais lutar. Fiquei preocupado e chateado...”



Mauro Xuxa já teve problemas de saúde, sofreu derrotas em seqüência, mesmo assim não penso em desistir da carreira de lutador como fazem muitos ao ver as pedras no seu caminho até o cinturão.

Atleta da Brasa com passagens pela luta-livre e boxe chinês, hoje busca uma aprimorar suas técnicas independente do estilo desde que seja eficiente. Seu talento não se resume apenas ao ringue e em entrevista ao Córner do Leão ele fala de desde momentos destacáveis de sua jovem carreira até seu gosto musical e sua influência em seu estilo de vida.


Você é oriundo do boxe chinês. O que essa modalidade adiciona ao seu jogo no M.M. A?

O boxe chinês me ajuda no MMA no preparo físico e na luta em pé soco e chute e na parte de quedas.

Carlos Ramon também é praticante dela. Já pensou em lutar com ele?

Não. Nunca pensei em lutar com o Ramon. Conheci ele em São Paulo na academia que eu treinava, ele estava fazendo o exame para faixa preta de boxe chinês com o meu professor Túlio Palhares, e conseguiu, com êxito, a graduação. Depois disso eu encontrava com ele nos eventos de VT e criamos uma amizade. Nesse mundo de lutas tudo pode acontecer, mas não tenho vontade de lutar com ele. Tem até um fato engraçado: o empresário Tetel estava fechando uma luta para mim num evento em São Paulo e me ofereceu um adversário que treinou comigo. Pedi para ele procurar outro lutador. Ele me ligou depois de uns 10 minutos e propôs outro adversário – porém esse que ele propôs eu nunca tinha treinado junto, mas ele é aluno de um grande amigo meu que já me ajudou muito então eu falei para o Tetel tentar, mais umas vez, outro lutador. E ele falou rindo: “Xuxa, você precisa parar de fazer amizade!” Respondi que era difícil. No final ele conseguiu um adversário que eu não conhecia e acabou dando tudo certo.

Com o fim da Never Shake no ano passado, como você fez para decidir sua nova equipe?

Essa minha decisão foi natural. Na Never Shake o nosso treinador era o Distak na parte de MMA e na parte de jiu-jitsu era o Leo Vieira. Com o fim da Never Shake MMA, mudamos apenas os locais de treinamento, mas em pouco tempo o Distak mudou-se para o Rio de Janeiro e ficamos direto com o Leo na Brasa treinando só o jiu-jitsu. Agora a equipe Brasa também está focada para o MMA com horários, estrutura, espaço, e equipamentos à nossa disposição para os treinos.

A Brasa é um dos principais pólos de jiu-jítsu. Como são seus treinos na arte suave? Qual faixa está hoje?

Meus treinos na Brasa são diários. Treino de segunda a sexta-feira jiu-jitsu e submission das 12:00 hs às 15:00 hs.
No começo queria apenas aprimorar meu jiu-jitsu para minhas lutas de MMA, mas acabei me interessando muito por essa arte e hoje o que eu quero é competir. Estou na faixa azul, mas também quero ser graduado.
Gosto do jiu-jitsu! Evolui muito no chão e esse ano pretendo mostrar essa minha evolução estreando em algum campeonato.

Além do jiu-jítsu e boxe chinês quais outras modalidades pratica?

Estou praticando o wrestling também.

Em 2006, você sofreu três derrotas consecutivas para Fábio Negão, Fabrício Camões e Flávio Álvaro. O que levou a esses resultados?

Em relação ao Fábio Negão eu estava lutando fora da minha categoria. E com 10 dias antes da luta eu fiquei resfriado. Precisei tomar antibióticos para melhorar. Mas foi a noite dele e eu quis assumir o risco. Mesmo assim não me arrependo.
Com o Fabrício Morango foi total displicência da minha parte – queria ficar por cima na luta e acabei deixando o pescoço.
Já com o Flávio foi diferente. No inicio da luta tomei um soco e cai. Ele ficou trabalhando na guarda e quando eu tive a oportunidade de reverter à luta acabei me afobando... Queria mostrar trabalho e ganhar o round ou a luta.
Hoje penso que 2006 foi meu ano de muito aprendizado e reflexão.

Três derrotas em seqüência abalam a confiança de muitos esportistas, mas após vieram três vitórias. Como se recuperou?

A recuperação não foi apenas no ringue foi também com relação à minha saúde. No final de 2006 tive uma crise de dor no pescoço muito forte. Resolvi ir ao médico e constataram-se duas hérnias de disco na cervical. No início do tratamento fui em três médicos que queriam me operar e falaram que eu não poderia mais lutar. Fiquei preocupado e chateado...
Fui insistente! Procurei um quarto médico e esse me disse que não precisava operar e que com um tratamento eu poderia voltar a lutar. Fiz tudo que ele mandou e voltei a subir no ringue!
Não posso relaxar no tratamento senão piora de novo... Eu vou levando. Tive uma luta no Predador FC - disputa de cinturão até 77 kg - e venci! Lutei o MTL na luta preliminar e venci por pontos e 10 dias depois fiz uma luta no Peru também valendo o cinturão de até 80 kg. Sai vitorioso com um arm lock!
Essas vitórias de deram um gás novo em relação a minha vida pessoal e profissional!

Em sua próxima luta o adversário é Luiz Besouro da RFT. O que sabe dele?

Não o conheço pessoalmente. Vi uma luta dele contra o Paulo Boico num evento em São Paulo, isso faz tempo... Acredito que ele melhorou, mas a essência é a mesma - ele vem da luta-livre e essa modalidade eu já pratiquei por muito tempo!

Você é muito fã de Rock. Quais são suas bandas favoritas e qual é o melhor som para sua entrada?

Isso mesmo eu adoro rock! Tenho até uma banda chamada IMMUNE e logo vamos gravar um CD.
Gosto de muitas bandas! Vou citar as que estou escutando no momento: Black Label Society, Godsmack, Slipknot, Stone Sour e muitas outras.
Nas últimas lutas entrei com um som do Godsmak – “I stand alone”. Em breve eu vou entrar com um som da minha banda.

Você possuí um blog para divulgar seu trabalho. Qual é a importância dessa ferramenta para sua carreira?

Montei esse blog por incentivo da minha namorada Stefanie que cursa relações públicas. Acho necessário divulgar o meu trabalho aos empresários, patrocinadores, alunos e a imprensa de forma geral.
Para quem quiser saber sobre meu trabalho e só acessar o meu blog! Lá têm fotos e vídeos de algumas das minhas lutas, meu currículo e muitas outras informações - http://xuxavaletudo.blogspot.com/

Foto: Mauro Xuxa vitorioso no Predador FC/Divulgação

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Após o incêndio ainda há fogo


Em Atlanta nos Jogos Olímpicos de 1996 um dos destaques foi Muhammad Ali acendendo a pira olímpica

A mão esquerda treme sem interrupção, porém a direita segura firmemente a tocha, o público aplaude com gritos de honrarias, dessa vez não há espaço para piedade. Para o garoto que assiste em casa aquele idoso não é tão interessante quanto o jogador de basquete com mais de dois metros ou a bela tenista de saia.

O avô explica, conta que foi o maior guerreiro que já subiu em uma arena esportiva, fala também que não foi apenas um atleta, mas sim uma figura histórica que desafiou seu próprio governo, o mesmo que após anos e as décadas seguintes lhe presta homenagens.

Aquele momento mostra que apesar de não ter inúmeras medalhas ninguém representaria melhor os ideais olímpicos que o “Maior de Todos”. A música clássica exalta o momento que na verdade nem precisaria de trilha.

O parkinson pode estar derrotando o campeão aos poucos, porém este revida sem jogar a toalha.

Hoje Muhammad Ali completa 66 anos, e todo dia 17 de janeiro será escrita uma história sobre ele neste espaço.

Foto: BBC

Muhammad Ali acendendo a Pira Olímpica

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Felix Trinidad x Roy Jones Jr.


Finalmente dois dos maiores pugilistas se encontrarão em luta esperada desde 2001

Felix Trinidad colidiria com Roy Jones Jr. em 2001, porém preferiu Bernard Hopkins que o nocauteou. Com isso os fãs ficaram sem um dos maiores combates dessa década. Até então, pois no sábado os dois sobem no ringue para o contentamento da torcida.

Nenhum dos dois está em sua melhor forma, Jones Jr. foi eleito o melhor lutador da década de 90, porém não é mais o mesmo após as derrotas para Antonio Tarver enquanto Trinidad volta de sua segunda aposentadoria, sua última luta foi em 2005, a falta de ritmo pode pesar. A primeira aposentadoria se deu em 2002.

O boxeador possui cinturão em quatro categorias diferentes enquanto o porto-riquenho em três. Trinidad vai subir uma categoria seguindo para super-médio e seu oponente desce de cruzador para super-médio. O cartel de Felix é de 42 vitórias com 35 nocautes, 2 derrotas sendo uma por nocaute, já Jones Jr. tem em seu currículo 51 vitórias sendo 38 por nocaute e 4 derrotas com 2 nocautes, em 2000 foi escolhido lutador do ano pela Ring Magazine.

Comparando com o futebol, a luta não será como um jogo entre Milan e Barcelona, mas sim um São Paulo contra Boca Juniors. Dois bons times, mas que não tem tanto calibre quanto as estrelas mundiais. É uma boa oportunidade pra ver dois bons veteranos no ringue.

Antes do combate Jones Jr. foi a concentração do New York Knicks time de basquete da NBA do qual é fã para falar que passam por situações parecidas, a escassez de êxitos. Hoje o pugilista completa 39 anos.

Previsão

Contando o tempo que Trinidad não sobe ao ringue e a cede de Jones Jr. Creio que o combate será vencido pelo estadunidense, o que lhe garantirá um melhor cartel nessa fase próxima da aposentadoria, pois mesmo que lute até os quarenta e poucos como faz Holyfield, o pugilista não é um jovem de 20 anos do qual podemos esperar pelo menos 10 bons anos de carreira.

Trinidad que já derrotou Oscar de La Hoya prometeu um nocaute no 4º assalto.

Foto: Trinidad, Don King e Jones Jr em coletiva de imprensa / ESPN

O combate conta com a promoção de Don King.

Promo

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Klitschko x Ibragimov


A luta entre peso-pesados de fevereiro vai definir quem é o rei da categoria e unificar títulos

Sultan Ibragimov que detém o cinturão da Organização Mundial de Boxe e um cartel de 22 vitórias com 17 nocautes e um empate enfrentará no dia 23 de fevereiro o campeão da Federação Internacional de Boxe e da Organização Internacional de Boxe Wladimir Klitschko que vem com o cartel de 49 exitos sendo 44 por K.O e 3 derrotas.

Ray Austin já enfrentou ambos, com Sultan empatou e contra Wladimir foi nocauteado no segundo assalto. Prever o combate com base num confronto contra um determinado oponente é falho, Austin é apenas um fator na equação.

Ibragimov vem de uma vitória sobre o veterano e pentacampeão Evander Holyfield enquanto seu futuro oponente derrotou o ex-campeão Lamon Brewster em uma revanche. Na última apresentação do russo ele se mostrou mais cauteloso enquanto Klitschko tem sempre um estilo mais arrojado.

A previsão da luta é que os cinturões fiquem com Klitschko e o natural é que avance contra os outros campeões Ruslan Chagaev da WBA, Oleg Maskaev e Samuel Peter da campeão e campeão interino da WBC.

A última unificação de coroas dos pesados foi em 1999 entre Lennox Lewis e Evander Holyfield quando colocaram em jogo os cinturões da WBC, IBF, WBA e IBO que no final ficaram com o inglês.

Foto: Wladimir Klitschko e Sultan Ibragimov - Associated Press/ Henry Ray Abrams

Coletiva de Imprensa

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Entrevista com Cosmo Hoost

"Não combinaria com minha filosofia de vida insultar ou provocar meu adversario, mesmo porque, nao sinto raiva ou qualquer sentimento ruim por eles"



Cosmo “Hoost” Alexandre conquistou o mundo e pode mostrar isso com o cinturão mundial da World Professional Muay Thai Federation além do Intercontinental. Diferente de muitos lutadores não ostenta uma postura agressiva em relação ao público e principalmente aos seus oponentes.

Diretamente da Tailândia, onde aperfeiçoa seus golpes além de lutar com alta freqüência, Cosmo falou ao Córner do Leão aspectos de sua vivência no país, uma possível revanche contra John Wayne Parr e sua saída da equipe Gibi Thai.

Em sua viagem de treino para a Tailândia o que agregou a sua evolução como atleta?

Muitas coisas, a cada dia tenho aprendido um poquinho aqui um pouquinho ali. Estou ganhando muita experiência por estar lutando em alta frequência. Vendo e aprendendo com os outros lutadores que eu luto, que treinam comigo e que já têm muito tempo de estrada.

E como ser humano?

As coisas aqui são realmente muito diferentes e com isso você aprende a conviver com as diferenças de uma pessoa pra outra.

Em quais momentos sentiu as diferenças culturais lá?

Eu sinto no campo onde eu treino, o respeito dos lutadores pelos professores é uma coisa incrível. Na rua também eu sinto a diferenca ao você falar que é lutador de muay thai. Aqui eles respeitam e admiram muito, é muito muito difícil encontrar alguém que não goste de thai.

Na Austrália você lutou lesionado contra John Wayne Parr, atleta com participações no K-1. Por fim acabou perdendo a peleja. Acredita em uma revanche?

Acredito sim, devo voltar a lutar na Australia no próximo Evolution, e se Deus quiser e eu vencer eu pedirei para lutar novamente com ele.

Os cinturões mundial e intercontinental lhe abriram portas para 2008?

Com certeza, graças a Deus este ano de 2008 já começou com muitas propostas boas, agora é ter calma e decidir direitnho o que vai ser melhor pra mim e pra minha família.

Com cinturões mundial e intercontinental ainda pensa em fazer lutas no Brasil ou apenas exterior?

Quero sim, quero muito lutar no Brasil. Pena que temos tão poucos eventos.

Você se mudou para a equipe Thai Center por ela ser próxima a sua residência e não por motivos de rixas como é comum em muitas separações de times. Você fará intercâmbios com Gibi, Pamplona e Veras?

Como você falou, eu não tive e não tenho nenhum problema com o Gibi ou com o Pamplona, eu gosto muito deles, pois me ajudaram muito. Quem tem que decidir em relação a esse intercâmbio são meus treinadores e os líderes das equipes. Mas por mim, não teria problema nenhum.

No panorama mundial qual é a posição do Brasil no muay thai?

Fica difícil falar porque as regras dos eventos no Brasil não ajudam pra quem luta muay thai. Sem clinch, cotovelo, lutando apenas três rounds na maioria das vezes e sistema de pontuacao diferente, é difícil de fazer uma comparação. Mas eu acredito que existem muitos lutadores no Brasil que se dariam muito bem lutando aqui na Tailândia e na Europa.

Com toda sua experiência no muay thai pensa em migrar para o M.M.A?

Não, quero lutar só muay thai.

No próximo dia 28 você enfrentará Led Mongkon na Tailândia. O que sabe desse oponente e qual a estratégia para derrotá-lo?

Eu já lutei com ele uma vez e já conheço seu jogo, agora é treinar forte e ir focado para vencer.

Na Inglaterra você participou de um reality show. Como foi essa experiência?

Na verdade o reality foi aqui na Tailandia, foi realizada pela mesma organizacao que faz o K1 Amsterdã, e realmente eu não posso falar nada ainda porque assinei um contrato de sigilo ate o final da transmissão, que acontecera na Eurosport a partir de fevereiro.

Participaria do Big Brother?

Não, a minha praia é outra. Acho que não me sentiria à vontade.

Diferente de muitos lutadores você mantém uma postura calma e não provoca ou insulta seus adversários antes da disputa e até mesmo depois. Conte o que isso tem adicionado ao seu lado profissional e pessoal:

Como muitas pessoas sabem, eu sou evangélico e acredito muito que Deus que tem me usado pra falar do Amor Dele pela luta.
Não combinaria com minha filosofia de vida insultar ou provocar meu adversario, mesmo porque, nao sinto raiva ou qualquer sentimento ruim por eles, pelo contrario, muitas vezes os admiro muito.
Gostaria de deixar uma mensagem pro pessoal:

“Aparte-se do mal, pratique o que é bom, busque a paz e empenhe-se por alcançá-la.
Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos e os seus ouvidos estão abertos as suas súplicas, mas o rosto do Senhor está contra aqueles que praticam males.” 1 Pedro Capitulo 3 versiculos 11,12


Foto: Cosmo "Hoost" Alexandre / Divulgação


Compacto com os melhores momentos de Cosmo Hoost

domingo, 13 de janeiro de 2008

Clássicos do Boxe na ESPN


Emissora transmite algumas das melhores lutas do maior arquivo de pugilismo

Muito se reclama da falta de boas lutas ou a total ausência delas na televisão, aproveitando esse gancho a emissora à cabo, ESPN transmite clássicos do boxe com lutas que passam desde Vinny Pazienza até Muhammad Ali, de Glen Johnson até Marvin Hagler.

Os combates servem para mostrar aos jovens a beleza dramática da nobre arte, lembrar os mais velhos de momentos que foram grandes apreciadores do boxe e para os lutadores aprenderem com as melhores vídeo aulas.

Se existem rádios especializadas em clássicos do rock, flash backs e afins, o canal entrou na freqüência e exibe melhores momentos do esporte mundial, pois apresentações de nomes como Roberto Duran e Archie Moore não pertencem apenas aos grandes momentos do boxe.

Para acrescentar os comentários do jornalista Eduardo Ohata são pertinentes e introduzem ao mundo das luvas e sacos de areia. O profissional é o melhor comentarista na atualidade.

O que sinto falta é de lutas do Galo de Ouro Éder Jofre.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Tommy Morrison afirma não ter AIDS

The Duke quer direito de lutar novamente em Vegas e desafiar pelo cinturão dos pesados



Seguindo o retorno de Evander “Real Deal” Holyfield e o anúncio de seu rival Mike Tyson, vem Tommy “The Duke” Morrison (47 – 3 – 1), mais conhecido pelo público como Tommy Gunn do filme Rocky V (1990). O boxer que já enfrentou Lennox Lewis, George Foreman e Razor Ruddock ficou impossibilitado de enfrentar Iron Mike por causa do resultado positivo para HIV em 1996, sua bolsa seria de US$ 40 milhões.

Em entrevista ao site Boxingtalk, alegou que não fez outros exames de HIV após o resultado positivo em 1996 e que o resultado pode ter sido culpado dos esteróides anabólicos que consumia no período. Sobre suas condições atuais afirmou: “Eu tenho 39 e estou em melhor forma que Foreman quando fez seu retorno aos 38, e provavelmente melhor que Holyfield hoje em dia, mas deram licença para esses caras. Eu só quero ir em frente, passar nos meus exames médicos, seguir para a região meio-oeste (E.U.A) conseguir algumas lutas e futuramente Vegas vai implorar que eu volte a lutar lá.”.

Morrison também expressa interesse pelas artes cênicas e comentou que sua atuação em como Tommy Gunn não teve preparação anterior e sim um professor no estúdio que o guiava. Atualmente participa de um reality show no site KushTV no qual mostra sua tentativa de regresso efetivo ao pugilismo.

No ano passado em 22 de fevereiro venceu John Castle (4 – 3 – 0) por nocaute técnico no 2º assalto utilizando seu famoso hook de esquerda, em uma luta criticada por alguns médicos e entusiastas de boxe por razão do vírus que porta. Conforme o boxeador outros exames foram feitos e deram resultado negativo.

Cinematográfico

Assim como o regresso de Holyfield, Tommy Morrison parece querer algo de cinema, e pode conseguir, pois com o rumo da divisão de peso-pesados atual há espaço para desafiar por um cinturão, nomes como Ruslan Chagaev (AMB), Sultan Ibragimov (OMB), Oleg Maskaev e Samuel Peter (campeão e interino CMB) são possibilidades para o estadunidense enquanto o maior peso-pesado da atualidade Wladimir Klitschko está num nível de habilidade muito acima, apesar de The Duke dizer saber como vencê-lo.

Foto: Divulgação / Tommy Morrison
Fontes: Boxingtalk
Guardian Unlimited


Morrison x Ruddock 10/06/2005



Rocky Balboa x Tommy Gunn (Rocky V)

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Pugilismo na A+


Revista do jornal esportivo Lance tem boxe na capa

A edição deste mês da revista A+ tem os benefícios do esporte de Rocky Marciano como matéria principal, mas também trata dos pontos negativos causados pelo excesso de treino.

O texto de Paulo Roberto Conde e Renata Puccinelli mostra a crescente busca do pugilismo como exercício físico e não apenas para a carreira em cima do tablado. Ao invés de trocar socos contra sparrings o praticante se atém ao saco de pancadas e tem um resultado que pode queimar até 915 calorias.

O fotografo Gilvan Souza capturou bem o sentido da matéria ao mostrar praticantes normais e não super atletas de academia. O local utilizado foi a academia carioca Delfim que está investindo pesadamente no esporte de luvas. Os treinos foram passados por Marcelo Jakobi da Club 109 em São Paulo.

O periódico ainda conta com uma sessão de compras com alguns dos melhores produtos voltados para a pratica.

O Boxe e as celebridades

Hoje é uma moda celebridades treinando boxe e apesar de muitos pugilistas acharem ruim tem o lado positivo, pois atraindo alunos é possível obter renda para futuramente reerguer a competitividade em território nacional.

Com tantas personalidades entre as quatro cordas uma empresa logo perceberá que vale associar o seu nome a nocautes, cinturões e glórias, com isso o boxe ganha.

Foto: Reprodução da Capa

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Boxe no cinema


Os ringues nas telas

O esporte que mais rendeu produtos cinematográficos é o boxe, e ainda conquistou o maior número de estatuetas do Oscar com filmes como Rocky, Um Lutador (1976) e Menina de Ouro (2005) de melhor filme além da de melhor ator para Robert DeNiro no papel de Jake LaMotta em Touro Indomável de 1980.

Na lista do American Film Institute, Touro Indomável ocupa a quarta colocação e Rocky a qüinquagésima sétima entre os cem melhores filmes estadunidenses. As Luzes da Cidade de Charles Chaplin figura na décima primeira vaga. Nessa película Carlitos tenta conquistar uma garota e por alguns trocados entra em uma luta de boxe. Na vida real o humorista foi um grande fã da nobre arte e apreciou a história de Balboa.

Outros filmes que não pertencem a essa lista ou nem receberam medalhas devem ser lembrados, Menina de Ouro motivou a busca das mulheres pelas academias e mostrou como é ser uma estranha num mundo masculino e machista. O Campeão (1979) dirigido por Franco Zefirelli conta uma história de amor, mas não aquelas que envolvem dois amantes, mas sim um tipo mais forte, o laço paternal, através do ex-campeão mundial Billy Flynn que decide voltar aos ringues e seu principal motivador, seu filho.

A Luta pela Esperança de 2005 distorce a imagem de Max Baer, mas é um belo filme e retrata um dos mais dramáticos períodos da história estadunidense. Merecia algumas indicações ao Oscar além da de Paul Giamatti por ator coadjuvante no papel do manager Joe Gould.

No Brasil há Quebrando a Cara (1985) de Ugo Giorgetti que conta a história da família Zumbano-Jofre e seu astro principal Éder mostrando as relações desses nomes com a cidade de São Paulo, na qual já foram temidos, mas até hoje respeitados.

Apesar de não estar mais entre os principais esportes no gosto popular, o boxe sempre gerou boas bilheterias, histórias, heróis e vilões. Se comparar não há nenhum filme de futebol que tenha dado ao mundo um herói como Rocky Balboa, não há filme de Fórmula-1 que tenha atraído tantos comentários quanto Menina de Ouro e tão pouco há ginasta cine-biografado com a riqueza que De Niro interpretou LaMotta.

A nobre arte atrai tanto porque lida com o instinto mais básico, a sobrevivência. O esporte é uma analogia da vida, pois sempre lutamos para conseguir algo e de certa maneira temos que treinar para isso. Além de ser fácil de entender, pois todos já deram e tomaram um soco.

Filmes como Rocky Balboa (2006), Réquiem por um Campeão (1962), Hurricane (2000) e outros que virão servem para mostrar que o boxe ainda pode ser um espetáculo.

Foto: Divulgação/ Raging Bull (1980)

Trailer Touro Indomável (Raging Bull)

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Pro-wrestler pode ser “pai” de Shrek


Carismático personagem de computação gráfica pode ter sido inspirado em lutador de telecatch

Maurice Tillet (1903 – 1955) foi um pro-wrestler do território americano apesar de ser natural da França, com alta capacidade intelectual era poeta e poliglota, dominava 14 línguas.

Aos 20 anos desenvolveu acromegalia, uma doença rara que faz os ossos crescer de maneira desordenada e desconfortável, o que lhe rendeu o rosto semelhante ao de Shrek. Em sua carreira nos ringues foi conhecido como “Freak Ogre of The Ring” (O Horrendo Ogro do Ringue, em tradução livre).

Em 1955 faleceu de ataque cardíaco, porém antes seu amigo de xadrez e também pro-wrestler Bobby Managain o conveceu a fazer uma máscara mortuário (um molde do rosto). Desta foram feitas cópias, uma está no Museu Internacional do Wrestling em Iowa e a outra no Hall of Fame do York Barbell Building, para mostrar os primordios dos combates de catch e do halterofilismo, esporte que Tillet também praticou.

Uma série de e-mails e blogs divulgam que esse foi o molde para o personagem infantil. E conferindo as fotos é coerente a afirmação.

Foto: Sports-Photos.com

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Tyson VS. Holyfield III

Iron Mike expressa interesse em voltar ao boxe para enfrentar Real Deal



De acordo com o site boxingtalk o pugilista Mike Tyson, 14º no ranking dos maiores peso-pesados de todos os tempos da The Ring Magazine cogita uma possível volta ao tablado para enfrentar seu maior rival Evander Holyfield.

"Ele é o homem com quem eu quero lutar, sempre me levantaria para enfrentá-lo. Ele é o tipo de adversário que me faria voltar a ter interesse pelo esporte, não sei se consigo me apaixonar pelo boxe novamente, mas estou pronto para ter um caso amoroso de alguns meses. Às vezes eu tenho vontade, só depende de quantos tickets (milhões) vendidos estamos falando. Acho que vou voltar a lutar pelo menos mais uma vez, quero entrar na academia e treinar por três meses para ver como me sinto" declarou Tyson para o boxingtalk.

O 3º Encontro

Apesar de conquistar seu cinturão em 1986, o ano anterior marcou a vida de Tyson pela morte do seu técnico Cus D’Amato que também lhe servia de figura paterna. A sucessão de revezes em sua vida culminaram em sua morte pugilística em 28 de junho de 1997 quando perdeu por desclassificação ao morder a orelha de Holyfield num dos episódios mais grotesco do esporte de luvas.

Tyson em suas últimas lutas foi derrotado pelos inexpressivos Kevin McBride e Danny Williams, seu cartel é de 50 vitórias com 44 nocautes, 6 derrotas sendo 5 por nocaute e nenhum empate. Enquanto Real Deal tem 42 vitórias, 27 nocautes, 9 derrotas contando com 2 por nocaute e dois empates.

Analisando o desempenho de ambos contra oponentes de classe é notável que foram derrotados por Lennox Lewis e superaram Larry Holmes e Lou Savarese, porém o que pesaria no combate mesmo é o tempo de inatividade de Mike enquanto seu rival em sua última luta disputou o cinturão da OMB na posse de Sultan Ibragimov e o russo foi mais cauteloso com o veterano do que com seus adversários anteriores.

Esse combate estaria mais para Holyfield, mas o grande vencedor é seu promotor e após a declaração de Tyson, o boxe americano provavelmente viu grandes frutos vindo do marketing, já que sua divisão de pesados está estagnada.

Foto: Tyson x Holyfield – Revanche – 28/06/97 por John Gurzinski

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Julio César Chávez Jr é eleito revelação de 2007 pela CMB


O Conselho Mundial do Boxe aponta o filho do legendário campeão como promessa do boxe

O CMB elegeu Julio César Chávez Jr. como o melhor novato do ano passado, seu cartel é de 34 vitórias, 27 nocautes, nenhuma derrota e um empate. Superou cinco pugilistas em 2007.

O contender Alfonso Gómez (18 (8) – 3 – 2) já demonstrou interesse em fazer uma luta com seu conterrâneo.

Seguindo os passos dos pais

Em diversos campos profissionais filhos seguem as carreiras dos pais e em muitos casos não conseguem sair de suas sombras, quando isso se passa para um campo fiscalizado pela mídia como são o esportivo e o artístico, o drama se torna maior.

Casos como na família Arantes do Nascimento da qual Dondinho, Pelé e Edinho ingressaram no futebol. O primeiro além de ter sido um excelente jogador é pai do futebolista considerado maior atleta do mundo e avô de um goleiro com passagem pífia pelos gramados paulistas.

Com Laila Ali filha do “Maior de Todos” ocorreu o contrário. A jovem domina no pugilismo a divisão de supermédios feminina desde 2002. O mesmo pode ocorrer com Julio César Chavez Jr que a Ring Magazine pode não apresentar como o melhor novato, mas provavelmente terá um futuro esportivo de maior sucesso que muitos herdeiros de campeões esportivos.

Fonte: Uol
Foto: Chávez 360 / Julio César Chávez Sr. & Jr / Divulgação



Julio César Chávez Jr x Jeremy Stiers - 8 de outubro de 2005

domingo, 6 de janeiro de 2008

Antes do carnaval...


Mania dos brasileiros de iniciarem o ano somente após o carnaval atrasa sua evolução

O clube de judô Sogipa de Porto Alegre oferece treinos para jovens acima de 14 anos a partir do dia 7 de janeiro. As atividades terão a presença dos campeões mundiais João Derly e Tiago Camilo além da revelação Mayra Aguiar.

Enquanto isso muitos atletas de outras modalidades tiram um período sabático que dura até após o carnaval como é de costume para muitos brasileiros que acreditam que as férias só acabam na quarta-feira de cinzas.

Alguns descansam por necessidade, pois tiveram um ano muito atarefado e se recuperam de ferimentos, porém outros são um tanto preguiçosos e sentirão os efeitos de tanto tempo de inatividade ao regressarem. Esses últimos deveriam perguntar aos seus técnicos como treinam os grandes campeões (como os judocas acima), e provavelmente escutarão que praticam mais que todo mundo.

Citando Apollo Creed em Rocky III (1982) quando Balboa pede uma folga: "There is no tomorrow".

Fonte: Portal das Lutas
Foto: Tiago Camilo na Copa do Mundo de Judô 2007 / Globo Esporte

sábado, 5 de janeiro de 2008

Crime Organizado e Esporte Desleixado


“I'm going make him an offer he can't refuse...”
- Don Vito Corleone


Em 1972, o mundo conheceu a saga da família Corleone no filme O Poderoso Chefão dirigido por Francis Ford Coppola e com roteiro de Mario Puzo, autor do livro homônimo. O exemplo dos personagens em sua busca pelo poder serve para muitos atletas e dirigintes.

Por favor, não confundam este texto como um convite pro crime organizado, mas aprendam o que é trabalhar com simetria, apesar das adversidades e perdas. Esses resultados vêm da postura de honra desses criminosos ficcionais. Com exceção de Fredo (John Cazale) que tramou a morte de Michael (Al Pacino).

Em contraponto na realidade, a polícia brasileira por muitas vezes mostrou-se desordeira em conjunto com os governos e o resultado é a crescente violência. Você se pergunta: “O que Poderoso Chefão e a polícia têm a ver com meu treino?”

Bom também treino e vejo a falta de união dentro dos esportes. As equipes em muitos casos se assemelham as gangues do filme The Warriors (1979) conhecido no Brasil como Selvagens da Noite. Como Cyrus personagem dessa atração sugeriu devíamos parar de brigar por coisas pequenas e nos unir.

Por que não treinar com um colega de equipe diferente? Acredita que ele descobrirá seus golpes secretos? Talvez os descubra, mas se treinarem com o maior número de pessoas todos evoluem, e assim o vencedor do campeonato que define nosso representante em terras estrangeiras será um atleta superior do que aquele que pratica sempre com os mesmos parceiros.

Também acho que falta mais organização entre os dirigentes, mas deixar tudo na mão deles é preguiça demais.

Foto: Família Corleone em O Poderoso Chefão / Divulgação

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Entrevista com Mestre Junior



"Eu tenho minha maneira de pensar, e gosto de manter meus atletas ao meu lado. Sou meio paizão com eles..."

Com sua aparência humilde e sempre citando Deus em suas falas poucos suspeitam que Antonio Carlos Lopes Junior, mais conhecido como Mestre Junior é um hábil lutador de muay thai que virou técnico de nomes reconhecidos como Givanildo Santana, Fábio Negão, Allex e Maycon Oller.

Aos 42 anos de idade de uma vida iniciada nas lutas na tenra idade de seis anos, Mestre Junior conta seu começo, suas glórias e como é ser uma figura paterna para homens que muitas vezes são vistos como máquinas de bater. Também nesta entrevista ao Córner do Leão fala de um assunto que poucos conhecem: sua fé.

Como foi seu início nas artes marciais?

Bom, comecei nas artes marciais aos seis anos de idade com meu pai no boxe e com meu tio na capoeira, depois com o decorrer dos anos ingressei no hapikido e depois me iniciei no muay thai em 1983 na academia Ilha do Muay Thai com o Mestre Moisés Ranieri que hoje vive na Europa. Com o tempo fui pro full contact e kickboxing também porque eram na época mais difundidas, e havia eventos para lutar.

Fiz minha primeira estréia nos ringues aos 13 anos de idade no boxe, treinei muito no antigo CMTC (Centro Municipal de Transporte Coletivo que mantinha o clube da prefeitura de transporte), meus treinadores de boxe eram Sr. Arlindo Vieira e Vitor Ribeiro pelos quais fiz muitas lutas e disputei muitos títulos. Também conquistei títulos no muay thai como Brasileiros, Paranaenses, Sul-americanos e muitos outros tanto no full contact quanto no kickboxing.

Você defende o Muay Thai. Por que acredita tanto nessa luta?

Eu não só defendo o Muay Thai, como defendo todas as modalidades existentes. Eu não só acho como tenho certeza, que o muay thai é a arte mais completa e isso já foi provado mundialmente, pois utiliza todas as combinações de golpes. Se você tentar casar uma luta de profissionais de alto nível, tanto de full contact como de kickboxing contra um lutador de thai, dificilmente estes conseguirão derrotar o lutador de muay thai, porque ele usa muito as técnicas de clinch com joelhadas e arremessos com utilizações de chutes ou outros golpes que um lutador de full ou kick não estão acostumados, enquanto o muay thai tem muita contundência em seus golpes, Eles agüentam muitos golpes e só andam pra frente, isso complica os adversários... Aqui no Brasil já houve épocas que se utilizavam as cotoveladas, eu já lutei nas regras asiáticas.

Bom o Murilo (Paolielo) é um rapaz que gosto muito, e ele tem o direito de pensar da maneira que queira e jamais vou dizer que ele está certo ou errado. É só tirar uma base na procura pelo muay thai, todos os lutadores de MMA fazem o thai porque sabem que irão encontrar mais condições técnicas de subir ao ringue. Então acho que não devemos ficar dizendo que o muay thai só é bom lá fora, ele é ótimo em qualquer país independente de se utilizar os cotovelos ou não. Sempre será uma arte respeitada, por isso que é milenar... Vamos trabalhar mais e deixar as conversas pra depois...

Você já chegou a lutar boxe inclusive em arenas internacionais. Qual foi o momento mais importante dessa experiência?

Todos os momentos de minha carreira como atleta são importantes, fiz lutas na Europa e na América. Uma luta que marcou em minha vida foi em 1993 em Las Vegas, em um cassino que na mesma noite que lutei com o americano Mark Johnson na categoria 62.200 kgs e me sagrei campeão (WIAB – World International American Boxing) no 2º round por nocaute. Mas infelizmente o Maguila perdeu nesta noite, para o grande campeão mundial de boxe peso pesado Evander Holyfield por K.Oe isto me deixou triste... Mas valeu por ele ter sido um grande lutador também, eu cheguei a fazer no total de 186 lutas, com 174 vitórias e 125 por KO e 12 derrotas, mas graças a Deus nenhuma por nocaute, fiz mais de 100 lutas amadoras.

Em entrevista ao Córner do Leão no dia 19 de dezembro de 2007, o campeão brasileiro de kickboxing Murilo Paolielo afirmou: “Como eu digo muay thai está na Tailândia, onde se luta muay thai aqui? Com regras asiáticas?”. O que você pode dizer sobre essa observação?

Sim ele esta certo em dizer que o muay thai está na Tailândia, tanto que é de lá que veio para o mundo todo. Acho que o certo em dizer seria que em muitos paises não se luta o muay thai nas regras asiáticas utilizando cotoveladas, mas a única coisa é essa não utilizar os cotovelos, porque o resto é utilizado como clinch, joelhadas e arremessos nas cordas com utilizações de golpes. Muitos dos atletas fazem o ritual, mas se o Brasil libera-se as cotoveladas seria ótimo porque eu ensino meus alunos as regras completas e fazem até combates utilizando os cotovelos e tudo o que tem direito no muay thai, mas cada um tem a sua opinião e como diz o ditado: “Gosto não se discute”... E respeito a opinião de todos, o que seria do azul se não fosse o amarelo né?... (risos)

No seu tempo de atividade dentro do ringue você cogitou participar de lutas de vale-tudo?

Sim. E lá em cima nas perguntas citei sobre isso, resolvi em 1994 estrear no vale-tudo mesmo sem saber jiu-jitsu e utilizando o que aprendi no hapikido fiz três lutas no dia e fui vice-campeão! Em 1995 novamente entrei nos ringues decidido a ser campeão, e fiz três lutas e novamente me o sagrei vice-campeão. No mesmo ano o Mestre Norberto do hapikido, tinha me visto lutar e gostou do meu estilo agressivo por me convidou para o seu evento no Ginásio da Portuguesa, o Free-Style no qual fui campeão para mim foi uma honra e felicidade realizar um sonho. O Mestre Norberto também ajudou na organização do UFC Brasil.


Você treina atletas de vale-tudo como Fábio Negão, Givanildo Santana e Endo Makoto. Os três são grapplers por natureza, quais dificuldades cada um passou para aprender a trocação?

Bem eu sempre treinei alguns graduados da Lótus Clube e eles sempre comentavam com o Fábio Negão e que gostariam de trazê-lo para minhas aulas porque ele tinha um grande potencial e tudo mais... Mas isso ficava só no assunto e em 2005 um grande amigo meu e faixa preta da Lótus professor Joaquim trouxe o Negão e o Endo Makoto para fazerem um treino, e eles gostaram muito além de terem de aprender trocação em um mês e meio, pois logo estreariam no Show Fight III, então eu disse a eles vou treiná-los para sobreviverem em pé e não para serem campeões na trocação. E exigi que fizessem tudo o que eu dissesse, começamos assim: de segunda, quarta e sexta corrida às sete horas da manhã e depois iríamos para academia treinar boxe, terça e quinta muay thai, e foi assim que treinamos muito a parte em pé e eles aprenderam rápido tanto que fiquei até surpreso com a evolução.

O negão eu tinha certeza que sairia vencedor e treinamos muito naquele mês tanto que veio a vitória pelo grande sacrifício nosso. Com isso fui convidado a fazer parte da equipe Lótus Team M.M.A que hoje sou um dos responsáveis pela equipe juntamente com o Raul.

O Giva foi também aprende muito fácil, pois é um grande atleta com capacidade rápida para o aprendizado, então a galera toda se saiu muito bem nas lições em pé... Tenho muito orgulho de ensiná-los.

Falando em Makoto, este lutador passou por derrotas e demorou para reencontrar as vitórias que o caracterizavam no Japão. O que ocorreu com seu pupilo?

Então... O Makoto não deveria ter feito sua estréia contra o Cláudio Godoy por três fatores: primeiro diferença de peso, segundo pouco tempo morando no país e em terceiro a grande experiência de Cláudio. Sabemos que esta derrota para o Endo foi forte e difícil para se recuperar porque ele treinava bem, mas na hora de lutar não tinha mais confiança, porém o trabalho que fizemos com ele valeu muito a pena, já que ele voltou aos ringues com grande confiança e se sagrou campeão no Predador Kamae 7de Itu no interior paulista e este ano se Deus quiser ele terá mais vitórias.

Você é treinador de Allex e Maycon Oller, como se deu a evolução de ambos? O que podemos esperar o que em 2008?

Bom os meninos são meus primos, eu por ser treinador deles imponho disciplina e respeito e isso é para todos os meus atletas. O Alex tem muito tempo de carreira, 17 anos de treino e o Maycon foi uma revelação porque ele via o irmão lutar só pelas fitas, mas não ia assistir e logo depois de uns anos ele resolveu treinar comigo, e eu disse a ele: “Você quer treinar só para aprender ou ser um lutador?”, então ele respondeu: “Quero só treinar, nada de lutas”.

Com seis meses ele estreou nos ringues fazendo três lutas e sendo campeão brasileiro pela ISKA, então não parou, ganhou vários títulos nacionais e internacionais, hoje ele é considerado um top na modalidade. O Alex já fez várias lutas internacionais também fez uma grande luta na Suíça pelo titulo mundial de kickboxing, sendo 12 rounds e deram a vitória para o atual campeão mundial Cerdan Oliver pela WKA, ISKA, WKN e outros títulos que ele tem. Mas o Alex bateu os 12 assaltos e todos viram que ele ganhou a luta, mesmo assim deram para o oponente por meio ponto. E isso não existe, tanto que o organizador do evento veio e levantou a mão do Alex e a platéia o aplaudiu de pé, foi maravilhoso!

Ele também fez várias lutas de K-1. Eu tenho muitos atletas de thai bons, e que ainda por cima são campeões.

Acredita que o técnico pode ser uma figura paterna ou deve manter tudo no campo do profissionalismo?

Eu tenho minha maneira de pensar, e gosto de manter meus atletas ao meu lado. Sou meio paizão com eles (risos), todos vêem a mim se desabafar e pedir conselhos e eu estou pronto para isso, mas na hora de puxar as orelhas é comigo mesmo e todos tem de saber dividir as coisas. Se eles escolheram a profissão de lutadores, tem que honrar e ir até o final, mas quando precisam de mim estou pronto pra ajudá-los na medida do possível e quero que eles também tenham responsabilidades no trabalho. Enfim sou meio paizão e treinador (risos).

Uma característica que poucos sabem é de sua fé. Como a encontrou? Que benefícios te trouxe?

Sou cristão e honrado! Por isso desde pequeno vou à igreja para adorar a Deus! É nele que encontra paz, força e segurança para fazer tudo que faço em minha vida não posso deixá-lo.

Quando um filho tem tudo o que quer, porque seus pais te dão é a mesma coisa, tenho tudo com meu Deus, por que vou sair de casa? Ele me atende nas horas boas e ruins, está sempre do meu lado. Por que sairia de lá? Agradeço a ele por tudo em minha vida, a minha família, meu trabalho no qual encontro muitas pedras pela frente e a vocês que são muito importantes para mim como amigos, sou feliz por tudo que tenho e pelo que também não tenho, porque meu Deus sabe das minhas necessidades.

Alguns lutadores expressam fortemente sua fé em entrevistas, entrada de lutas, camisetas. O que acha disso?

Acho que cada um expressa de maneiras diferentes e respeito isso. O importante é ter Deus no coração e seguir seus mandamentos e não o do homem... Eu expresso meu amor a Deus orando todos os momentos de minha vida, agradecendo sempre por tudo e por todos, pois é assim que me expresso em um cantinho só com ele...

Acredita que alguns usem apenas como marketing pessoal?

Olha, Deus sabe o que se passa no coração do homem, se ele fizer isso espero que não pense que ficará impune, pois a cobrança virá e será dura... Então acho que todos nós devemos respeitar a Deus acima de todas as coisas...

Quero agradecer a todos e que Deus esteja com todos agora e sempre.
Amo todos: minha família, meus amigo, inimigos e principalmente ao nosso senhor maravilhoso Deus... Amém.

Foto: Arquivo Pessoal

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Rohan Murphy, wrestler que derruba adversários mesmo não tendo as pernas

Portador de necessidades especiais compete contra atletas “normais”



Uma pessoa portadora de necessidades especiais e praticante de esportes logo fica relegada a participar de esportes moldados para sua deficiência, mesmo assim mostra força de vontade muitas vezes maior que a dos “normais”. Um exemplo são os jogos Para-Olimpicos que mostram o verdadeiro valor do espírito humano. Rohan Murphy optou pelo wrestling e mesmo não possuindo ambas pernas enfrenta e derrota lutadores sem deficiências.

Murphy nasceu com complicações nos membros inferiores e um médico sugeriu aos seus pais que fossem amputados. Desde jovem o garoto acompanha pro-wrestling e futebol americano, modalidades populares nos E.U.A.

No colegial um professor notou a sua força na parte superior do corpo e sugeriu que tentasse o wrestling, o jovem sempre quis ser membro de uma esquadra e aceitou a sugestão. Seu cartel no colegial foi de 15 lutas, sendo duas vitórias apenas.

Com sua desvantagem muitos teriam se dado por satisfeitos, porém o rapaz sabia que podia fazer melhor e no ano seguinte obteve o cartel de 30-2-0. Hoje estuda na Penn State University e além de lutar ele compete em levantamento de Peso e visa as Para Olímpiadas de 2008.

Imagens: CSTV

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Morre boxeador Choi Yoi-Sam


Apesar da vitória do dia 25 de dezembro sobre o indonésio Heri Amol na defesa do cinturão de peso-mosca da Organização Mundial de Boxe, o sul-coreano Choi Yoi-Sam faleceu de morte cerebral após ficar em estado de coma.

“Os aparelhos que mantêm Choi serão desligados após a meia-noite (13h de Brasília), porque a família não quer que divida a data da morte do pai (02/12). Os órgãos do atleta serão doados conforme desejo da família.

Cho Yoi-Sam parte do jeito que todo lutador gostaria. Lutando no ringue e ainda por cima o deixando com uma vitória.

Em 1930 o futuro campeão dos peso-pesados Max Baer derrotou Frankie Campbell, o segundo em decorrência dos golpes faleceu. Baer também foi considerado responsável pelo falecimento de Ernie Schaaf que apesar de ter sobrevivido sofreu danos, dos quais bastaram apenas poucos golpes do campeão Primo Carnera para que fosse ao hospital. Por razão dos ferimentos morreu no Polyclinic Hospital em 1933.

Fonte: Reuters
Foto: Divulgação

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Um pro wrestler na gaiola do vale-tudo



Brock Lesnar é um dos nomes do UFC para 2008

Proeminente na luta olímpica, estrela de telecatch e estreante nocauteador do K-1 Dynamite, Brock Lesnar foi confirmado por Dana White como novo peso-pesado da organização no UFC 77 no dia 20 de outubro e já tem luta marcada contra Frank Mir para 2 de fevereiro na 81º edição do evento.

Lesnar possuí carisma e porte para ser um produto altamente comerciável e faz aulas da arte suave sob os olhares de Royce Gracie, pioneiro do evento. Em sua estréia contra o judoca sul-coreano Min Soo Kim, o estadunidense quedou usando seu wrestling e martelou até a desistência com 1 minuto e 9 segundos do primeiro round.

Em Mir encontrará uma oposição muito mais dura que o coreano, já que o lutador conhece técnicas de jiu-jítsu, wrestling, kempo e muay thai. Para enfrenta-lo é primordial que Brock aprenda melhore sua trocação.

Agora será interessante ver como o pro-wrestler se sairá contra pesos-pesados da organização já que possuí 129kg divididos em 1,88m. Adversários interessantes para ele no mundo do M.M.A seriam o boxeador Eric Butterbean e o “Colossus” James Thompson de 1,96m e 120kg.

Foto: WWE/Divulgação

A estréia de Lesnar no M.M.A



Lesnar disputando luta olímpica em 1999



Primeira aparição de Lesnar na WWE (2002)