quarta-feira, 24 de setembro de 2008

"Eu só quero a minha chance"




30 anos, 12 dedicados ao boxe e dentro desses quatro no profissionalismo. “Minha mão está fraturada em várias partes”. As cicatrizes da cirurgia comprovam a veracidade da declaração. “Estou com uma equipe médica legal, antes eu estava com risco de pegar uma osteoporose nelas”. Para os pugilistas caso a mão esteja danificada além do reparo é o fim da carreira, qualquer pessoa mesmo os que não acompanham o esporte podem chegar à esse raciocínio, Pedro Otas reflete sobre essa idéia enquanto almoça no centro da cidade de São Paulo.

A conquista do cinturão latino interino da Organização Mundial de Boxe em fevereiro o coloca entre os quinze melhores da liga, “e olha, mesmo assim não tenho uma bolsa milionária” explica o rapaz que conclui: “como vou fazer um pé de meia”. O boldrié se deu na categoria dos cruzados. Hoje o atleta se apresenta mais ‘seco’, com os músculos mais a vista, diferente de sua forma como peso-pesado com mais gordura distribuida entre tronco e cabeça. “Eu sou baixo para ser pesado”, o novo corpo faz mais juz ao nome Pedro que vem de pedra.

Sua fala é pausada, diferente de outros pugilistas que por não terem se encontrado no mundo tentam seguir a orátoria de Muhammad Ali, mas tropeçam num português mal falado. A cabeça calva mostra que não é mais o adolescente com muitos erros no passado. “É uma besteira que fiz e não dá para apagar, antes eu bati muito a cabeça e vejo que poderia ter ido muito mais além”.

Colhendo ou não suas atitudes do passado, o rapaz quer “apenas uma chance” para mostrar seu “sonho de devolver o boxe aos grandes centros e atrair o povo para ver as lutas, é onde deveríamos estar dentro do Brasil e não apanhando lá fora”. Atualmente dentro de um “período de 52 semanas em que os pugilistas cansaram de passar por check-ins em aeroportos internacionais, foram 62 derrotas no exterior contra nenhuma vitória!” afirmou o colunista da Gazeta Reinaldo Carreira no dia 11 de setembro deste ano.

Otas termina a refeição forte em proteínas e carboidratos e logo deixa o local, cumprimentando conhecidos. “As pessoas me fazem muitos favores. Muitos admiram lutadores por fazer aquilo que não tem coragem, você sabe disso porque também já lutou”. O rapaz taciturno some dentro do seu Palio cinza durante um breve período de sol na primavera invernal de São Paulo.


Foto: Zumbano x Otas - Showfight V - 09/11/2006 / GracieMag

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Lacy volta aos ringues


Estadunidense retorna ao tablado

Após se retirar dos ringues devido a corrupção no universo do pugilismo em julho, o estadunidense Jeff Lacy (24-1, 17 KOs) enfrentará o compatriota Jermain Taylor (27-2-1, 17 KOs) em 15 de novembro. O embate será uma eliminatória para o cinturão vago dos super-médios da CMB. A versão definitiva do mesmo será decidida entre o haitiano naturalizado no Canadá Jean Pascal (21-0, 14 KOs) e o britânico Carl Froch (23-0, 19 KOs).

Narváez chega perto de ídolo argentino

O pugilista Omar Andrés Narváez (28-0-2, 17 KOs) concluiu 14 defesas do cinturão mundial dos moscas pela OMB ao derrotar Alejandro Hernandez (20-6-1, 9 KOs) no último sábado. A marca o iguala ao maior ídolo do país no esporte de luvas, Carlos Monzón que na década de 70 defendeu o mesmo número de vezes o boldrié dos médios da AMB.


Aposentadoria como jogada de marketing

O recurso de usar a aposentadoria como uma jogada de marketing é um dos mais peculiares dentro do showbizz tanto que diversos atletas e personalidades do entretenimento usam dele.

Bandas de rock fazem esse movimento à exaustão. Sempre tem aquela pergunta no ar: “Mas ele não tinham parado”, e então voltam cobrando mais por uma turnê que dizem ser a última, porém se torna interminável.

Dentro do esporte é uma manobra para aumentar o cachê do atleta e mantê-lo na mídia. Se Lacy estava cansado da sujeira envolvendo o jogo, parece não ter cansado do dinheiro que corre nele.

Foto: Lacy após combate contra Robin Reid / BBC

domingo, 21 de setembro de 2008

Muhammad Ali em São Paulo


Exposição de fotos traz o Maior de Todos

Desde o dia 07 de setembro, a série de fotografias de Muhammad Ali feitas pelo celebrado alemão Thomas Hoepker estão na galeria Paparazzi em São Paulo. As imagens de 1966 foram tiradas no auge da carreira do pugilista.

As fotos mostram Ali em treinos e também em momentos de descontração que evidenciam o seu carisma e sua posição no coração dos fãs. O fotógrafo tem mais de 50 anos de carreira e é membro há 35 da agência Magnum, uma das maiores do mercado.

MUHAMMAD ALI POR THOMAS HOEPKER
Galeria Paparazzi
Av. Pedroso de Moraes, 100, Pinheiros, São Paulo
de 7/09 a 8/11
entrada franca

Foto: Muhammad Ali por Thomas Hoepker - 1966

Muhammad Ali x Cleveland Willians - 1966



Apresentação considerada ápice de Muhammad Ali pelos especialistas

domingo, 14 de setembro de 2008

Marquez e Forrest vencem


Ambos derrotam adversários reconhecidos

Casamayor sofre o primeiro nocaute

Em combate efetuado no MGM Grand Garden de Las Vegas, o cubano Joel Casamayor (36-4-1, 22 KO’s) foi superado pelo mexicano Juan Manuel Marquez (49-4-1, 36 KO’s) dentro da categoria dos leves. O lutador da ilha foi nocauteado pela primeira vez ao 11º assalto.

A peleja foi muito equilibrada e terminou com um cruzado de direita no queixo de Casamayor que foi pego sem guarda após executar um soco direto e sair do clinch. Agora o provável próximo passo de Marquez será encarar o filipino Manny Pacquiao, um dos melhores independente de peso, após seu próprio promotor Oscar De La Hoya subir no ringue contra o “Pac-Man”.

Sergio Mora é atropelado por Forrest

O vencedor da primeira temporada do reality show Contender Sergio Mora (21-1-1, 5KO’s) subiu no ringue como campeão dos médio-ligeiros CMB e deixou o cinturão para o superior Vernon Forrest (41-3, 29KO’s) por decisão unânime.

As papeletas dos árbitros indicaram 118-109, 117-110 e 119-108. Enquanto Mora até tentou umas brincadeiras no tablado Forrest foi mais preciso e quase o levou a lona. No termino do combate o campeão sentindo a derrota por pontos avança, mas não é muito eficaz contra um oponente mais forte e mais ágil, mesmo fora de seu auge.

Campbell tem defesa adiada

O pugilista dominicano Joan Guzman (28-0, 17 KO’s) não atingiu o limite de peso de 61,2 kg e ficou fora da contenda pelos cinturões da AMB, OMB e FIB em poder do estadunidense Nate Campbell.

No dia anterior ambos não atingiram a pesagem oficial na primeira tentativa, porém o campeão precisou de apenas meia hora para chegar no peso. O dominicano após não conseguir com duas horas de tempo não retornou ao local.

Ficou decidido que subiriam ao ringue sem valer os boldriés, porém Guzman após um tratamento para perda do peso que sobrava sentiu desidratação e optou por não lutar, já que não estava em suas melhores condições.

Com isso o atleta por complicar sua situação com os organizadores e responsáveis por não tê-los avisados com antecedência. A luta principal em Biloxi, nos E.U.A passou a ser entre o campeão dos super-leves CMB Timothy Bradley (23-0, 11 KO’s) e Edner Cherry (24-6-2, 12 KO’s) das Bahamas derrotado por decisão unânime com o placar de 117-110, 118-109 e 119-109.

Brasileiro no ringue

Ratinho empata com letão

O campeão brasileiro dos super-médios pelo CNB Marcus Vinícius de Oliveira, o “Ratinho” (15-0-1, 14 KO’s) empatou contra o letão Jurijs Boreiko (15-14-1, 10 KO’s) em embate feito na Alemanha na última sexta-feira. Como lutava fora de seu continente a esperança de Ratinho era nocautear o adversário.

Foto: Juan Manuel Marquez / Ethan Miller - Getty Images

domingo, 7 de setembro de 2008

Letícia Rojo luta no Uruguai

Atleta nacional enfrenta campeã mundial




“Minha estratégia é ganhar, estou treinando e me dedicando muito para isso. Sei que não será fácil derrotar a Chris no país dela. Apenas nocauteando mesmo”, a pugilista brasileira Letícia Rojo (3-3-0, 2 KO’s) se prepara para enfrentar a uruguaia Chris Namus (6-0-0, 1 KO’s) no dia 13 de setembro em Montevidéu. “Então irei subir no ringue com esse objetivo e com essa determinação” afirma a paulista.

A ex-aluna de Belocqua hoje treina com o campeão mundial Miguel de Oliveira e Douglas Lopes e se encontra em total sincronia com ambos, fazendo sessões de sparring e depois as gravando para avaliarem e corrigirem seus defeitos. Corre 10 km todos os dias “para manter uma boa movimentação de perna durante a luta”.

Há dois anos enfrentou outra adversária internacional, a argentina Gabriela Marcela Zapata. Dessa experiência revela que ganhou mais vivência de ringue, malícia e confiança. Mas sobre a diferença entre ambas atletas Rojo pontua: “as duas têm estilos completamente diferentes. A Gabriela foi mais técnica e me respeitou muito durante o combate, enquanto, pelo vídeo que assisti da Chris, ela é mais agressiva e vem pra cima o tempo todo”. Outro fator que percebeu foi a diferença de tamanho, pela primeira vez enfrentará uma boxeadora mais alta.

Namus é conhecida pela alcunha de Bombon Asesino (Bombom Assassino) e detém o cinturão mundial da WIBA, Associação Internacional de Boxe Feminino, na categoria super-leve.

Quanto a possibilidade de disputar um título nacional ou internacional Rojo explica que “estava tudo certo para disputar o Sul-Americano dia 7 de setembro no (Cassino) Conrad em Punta Del Leste”, entretanto, o acordo não foi fechado entre as partes e sua equipe espera oportunidades melhores em breve.

Foto: Pôster do combate

sábado, 6 de setembro de 2008

Peter Venâncio se aposenta


O Brasil deve um cinturão mundial à Peter Venâncio

Aos 44 anos de idade e 18 de esporte, o pugilista Peter Venâncio decidiu deixar o quadrilátero. Em suas duas últimas apresentações contra o italiano Silvio Branco (57-9-2, 34KO´s) e o polonês invicto Aleksy Kuziemsky (13, 2KO´s), sofreu revezes.

Contra os "hermanos" Hugo Hernan Garay e Jorge Fernando Castro, também encontrou a derrota. Sua chance foi quase conquistada contra William Joppy, em 1997, pelo cinturão dos médios da Associação Mundial de Boxe. A luta foi equilibrada e alguns acreditam que a vitória foi do brasileiro, porém ela foi realizada na casa do oponente, o que o favorece.

Uma de suas principais vitórias foi tirar a invencibilidade de Marinho Soares e capturar o cinturão latino do Conselho Mundial de Boxe em 2005. Com a superação sobre Soares e a apresentação pela coroa da AMB, fica claro que Peter Venâncio sofreu com a falta de apoio no pugilismo.

Falta de suporte financeiro por parte de patrocinadores, falta de mídia para a divulgação do seu esporte e tantas outras faltas que o tornam em vítima e não culpado por nunca ter conquistado o cinturão mundial. Peter Venâncio é um rei sem coroa.

Foto: Venâncio em seu pôster de combate contra Marinho Soares