Na Avenida Paulista semana passada me deparei com um grupo de estudantes da Cásper Libero, uma menina fantasiada de dente com um saco de papel na cabeça – bom, acho que era dente – e outros jovens fazendo as vezes de camera man, diretor e produtor.
Me aproximei de um com uma camiseta branca da Everlast com um desenho de duas luvas vermelhas de pugilismo e a assinatura de Éder Jofre. A Paulista funciona como um corredor de vento por ser muito extensa e cercada por prédios. O cabelo desgrenhado do jovem tremulava assim como seus olhos quando afirmei que este ano completaria 50 anos do título dos galos do Éder.
“Ah, sei quem é Éder Jofre, mas não fiz uma pesquisa densa, eu uso a camisa mais por ser da Everlast”. Os outros do grupo me olhavam como seu eu fosse um velho saudoso de um herói distante, realmente com 26 anos e eles com cabelos cheios e sem pelos em seus rostos de efebos eu pareço velho. Ao sair a ninfeta disfarçada de dente fazia sinais que não via a hora de começar a gravar.