Muhammad Ali nos Jogos Olímpicos de Roma / Ag. Internacionais
“Eu sou o maior”, com essa frase Muhammad Ali se definia e como o próprio afirmava contar seus feitos se você pode apresentá-los não é arrogância e há 50 anos o mundo conhecia a genialidade daquele que é tido por muitos cronistas esportivos como o melhor boxeador de todos os tempos e que depois se tornou personagem da história mundial.
No dia 5 de setembro de 1960, Muhammad Ali - então não tinha se convertido ao islamismo e se chamava Cassius Clay - subiu no pódio dos Jogos Olímpicos de Roma, na Itália para receber a medalha de ouro.
Ainda garoto aos 18 anos teve em sua trajetória rumo ao ouro dos meio-pesados o belga Yan Becaus, o campeão da edição anterior Gennady Shatkov da Rússia e o australiano Tony Madigan, para na final bater o polonês Zbigniew Pietrzukowski.
O polonês aos 25 anos vinha com um cartel de assustar com 231, e o menino Clay com “apenas” 100 vitórias, 5 derrotas e 7 anos de experiência queria apenas montar uma boa tática e resistir, mas surpreendeu o mundo com seu estilo que define como “voe como uma borboleta e pique como uma abelha”.
Nos primeiros assaltos evitou combate direto com Pietrzykowski, mas depois do terceiro passou a dominá-lo. No assalto final apresentou seu jogo de pernas ágil como de um lutador mais leve e confundiu o europeu.
Após a vitória defendeu seu país de um repórter da União Soviética quando questionado sobre a segregação racial que o impedia de frequentar certos estabelecimentos, lembrou ao jornalista que poderia comer em outros. Essa pergunta fez a centelha de sua maior luta ser atiçada.
Em seu país foi vetado de comer em um restaurante por ser negro, e mesmo sendo campeão olímpico não lhe deram ouvidos. A medalha foi parar no rio Ohio, depois veio a conversão ao Islã e a negação de servir seu país na hedionda Guerra do Vietnã, o qual os E.U.A perderam.
Em 1996, já aposentado dos ringues desde 1980, Muhammad Ali foi homenageado ao acender a tocha olímpica dos Jogos de Atlanta e recebeu uma réplica de sua medalha. A imagem simboliza o reconhecimento obtido por seu ativismo social. Muhammad Ali é muito mais que um atleta.
Muhammad Ali nos Jogos Olímpicos de Atlanta (1996) / Ag. Internacionais