quarta-feira, 30 de março de 2011

Zumbano Love, o boxeador do amor

Raphael Zumbano e modelos / (Foto: Arquivo Pessoal)


Enquanto Raphael Zumbano se prepara para encarar Ojeda a luta de Mike Miranda ocorre no ringue, mas alguns olhares se voltam para seu vestiário de tempos em tempos, são olhos maquiados em rostos finos e de pele sedosa muitos belos, outros nem tanto. São meninas, ninfetas, balzaquianas e matronas de classe abastada.

O pugilista peso pesado se prepara alheio a essa atenção, foca na luta, sabe que qualquer coisa naquele momento é secundária, é uma disputa de cinturão e não uma partida de Mortal Kombat ou Street Fighter II.

Miranda derruba seu adversário e os olhos se voltam para o vestiário: “cadê ele” e “tá demorando” são algumas colocações expressas pela plateia, sendo que parte da assistência feminina fica ansiosa. Zumbano quando luta na Cia Athletica é como um alazão em seu haras, um macho alfa em seu território. Talvez por esta sensação e por estar cercado por amigos ele lute tanto lá.

O filho de Dona Mara é querido por muitos pugilistas por buscar não apenas o bem para si, mas para seus colegas se mostrando sempre preocupado em vias de melhorar o estado da nobre arte no Brasil assim como fizeram seus ancestrais, o distinto clã Zumbano-Jofre.

Deste legado herdou o estilo de Ralph, seu avô e pai postiço, mas o jeito com as mulheres veio de Antonio “Tonico” Zumbano, também conhecido como Zumbanão, o rei das noites paulistanas nas décadas 1940 e 1950. Tonico além de reconhecido como bon-vivant e muito atencioso com as damas de distintas origens era uma figura facilmente reconhecível na sociedade paulistana de antes trajando seu terno risca de giz e um bigode à la Clark Gable.

O boxe nacional já teve também outro galã que tinha até o nome em sandálias femininas, foi Paulo de Jesus que era tido como um dos mais belos de sua época. Além de cobiçado pelas mulheres era bem quisto pelos camaradas.

Zumbano é atencioso com todos presentes em sua luta, sabe se portar e isso aprendeu em casa, algumas pessoas hoje procuram bons moços e não mais “bad boys”. O fato de estar com o cinturão e ter os olhos voltados para ele na noite de 17 de março de 2011, o tornam o centro das atenções, inclusive olhares desejosos.

A luta acaba, os colegas pugilistas e os fãs gritam seu nome, aplaudem, a mãe o abraça, e depois as mulheres que olhavam ávidas para seu vestiário se aproximam parecendo disputar atenção e espaço pedindo pra tirar fotos e um amigo de baladas fala: “lá vai o Zumbano Love, o boxeador do amor”, e os colegas da noite caem na risada. Zumbano pode ter muito do boxe e a busca pela justiça social de Ralph, mas o traquejo com as mulheres ele puxou de Zumbanão.