Antonio Mesquita / (Foto: Divulgação)
Antonio Mesquita,
39, é um pugilista brasileiro que saiu do país e se estabeleceu em Las Vegas,
um dos centros do esporte de luvas no mundo. Um dos arquitetos da ida de
Raphael Zumbano “Love” e Marcus “Ratinho” Vinícius de Oliveira para os E.U.A
tendo o segundo assinado contrato com o empresário Don King.
Em entrevista ao
Córner do Leão fala sobre sua derrota para Lamont Peterson, que se tornou
campeão interino mundial e hoje é desafiante à duas coroas, e também das
dificuldades que encarou no novo país. Mesquita (35-2-0, 27 KO’s) também fala
de sua amizade com o pesado brasileiro Marcelino Novaes que reside na mesma
região e sobre planos de voltar aos ringues.
Como foi aberta a porta para lutar nos ringues
americanos?
As portas foram abertas por meio das lutas que fizemos
no México e também aqui nos E.U.A com o empresário mexicano Nacho Hulsar e
também com meu patrocinador da Memorial de Santos Pepe Alstut
"...é difícil ser igual
ou ter seu carisma (Don King)"
Muito se fala de Don King e muitos criticam seu caráter e
personalidade. Como tem sido sua experiência com ele?
Muitos falam de Don King eu pelo menos na época que
assinei com ele fiquei supreso porque já na estreia por ele disputei cinturão
mundial contra Marcos Colley, portanto muitos amam a Don King, enquanto outros
muitos falam besteira dele, enfim é uma maravilhosa e seu filho Carlos King,
a presidente de seu grupo Dana Madson e todas as pessoas que trabalham com o homem
são respeitáveis e profissionais capacitados no que fazem por isso a maioria
dos campeões estão com o Don e digo que se ele fosse tão mal assim não
teria ninguém. Todos promotores criticam uns aos outros, mas infelizmente no mundo
do boxe é fácil falar do grande e popular Don King, porém é difícil ser igual
ou ter seu carisma. Estou muito feliz de trabalhar e ter o Marcus “Speed” de Oliveira
trabalhando com King assim como estou feliz por trazer outros brasileiros para
se apresentar na América e trabalhar com o Don King, porém aviso que para vir
lutar precisa do visto de trabalho (work visa) ou o P1, porque se o pugilista
vir lutar aqui sem com visto b1 ou b2
pode ser preso e pagar multa de até US$ 15 mil e quem estiver trazendo também
pode ser processado e banido do país. Fiquei 3 anos aqui sem lutar por não ter
o visto e perdi a chance de peitar o mexicano Antonio Margarito.
Sua primeira derrota se deu em 2008 por decisão unânime
para Lamont Peterson, que hoje é um desafiante a cinturão. Como explica o
ocorrido naquela noite?
Minha derrota pro Lamont foi porque estava morando na rua em
meio de problemas financeiros e pessoais, então me ofereceram o combate com 2
semanas de antecedência para me apresentar com 64 kgs. Aceitei porque tinha que
pagar minhas contas e não ficar na rua como mendigo. Muitos assistiram a luta e
eu não tinha nada, perdi por pontos para um cara que depois veio a ser campeão
mundial batendo Vitor Ortiz, numa luta que terminou para os jurados em empate,
e Ortiz depois perdeu pro Floyd Mayweather Jr. Muitos me criticaram afirmando
que eu mereci perder, e admito que mereci perder, mas o fiz com honra, não fiz
feio como outros que vem aqui tomar coro perdendo feio. Não sou este tipo de
lutador que fica no computador escolhendo adversário. Vou lá e luto. Se Mayweather,
(Shane) Mosley, (Ricky) Hatton, (Ricardo) Mayorga, Canelo (Saul Álvarez),
(Julio Cesar) Chavez Jr., se eles quiserem lutar comigo sou como meu amigo
Marcelino Novaes, nós damos porrada em todo mundo. Na verdade o Lamont é bom
lutador agora pergunta pro time dele se terei uma revanche na categoria 147 lbs
(66,7 kg – meio-médio). Tem palhaço que me criticou no (site) Round 13 e
pergunto se está disposto a vir aqui perder 15 kg em 2 semanas antes da luta e
só essas semanas para treinar contra um cara que tem tudo aqui. Quero ver se
esse cara perder de pé como eu. Fui pra luta sou o Mesquitinha e estou voltando
ano que vem, perdi uma luta séria por lesão e passei por 3 cirúrgias no ombro
esquerdo, enquanto, fiquei todo esse tempo lutando com apenas uma mão e mesmo
assim tenho o respeito dos melhores do mundo e vou voltar com as duas mãos na
próxima.
Muitos brasileiros deixam o país para perder e passear.
Como o mercado exterior vê o Brasil?