Juan Diaz / (Foto: Arquivo Pessoal)
Juan
Antonio Diaz é um dos principais treinadores de boxe do país, tendo
se estabelecido em São Paulo, após deixar a argentina. No passado
também foi nome cotado entre os pesados da América do Sul tendo
encarado Maguila em duas oportunidades, na primeira perdeu – válida
pelo título sul-americano dos pesados - e na segunda empatou.
Com
um cartel de 24 vitórias, 18 nocautes, 8 derrotas e um empate, Diaz
que não luta há mais de 3 anos prepara o sua despedida para dia 3
de dezembro na ID Academia na qual leciona a nobre arte em uma rodada
de boxe profissional.
Comecei em 1980 com 18
anos com o campeonato Inter Academias e o Campeonato de bairros e na
sequência vieram campeonatos com mais expressão como o Estadual,
Regional, Nacional, Sul-americano, Pan-americano, Mundial e Jogos
Olímpicos de 1988.
Quais
as diferenças do tratamento dado ao boxe na Argentina e no Brasil?
A diferença é que na
Argentina o boxe é tão popular quanto o futebol é no Brasil.
Explique
o termo “escola de boxe” e como ela é desenvolvida na Argentina:
A função da Escola de
Boxe na Argentina é formar um profissional. Passando para esse
atleta todos os fundamentos e técnicas necessárias para sua
formação. O aluno pode ingressar na escola de boxe aos 12 anos e
ir desenvolvendo o trabalho ao longo dos anos até estar apto a se
tornar um profissional.
Existe
escola de boxe no Brasil?
Sim existe, mas não
nesse formato Argentino. No Brasil temos uma predominância do boxe
recreativo e as academias fazem um trabalho muito bem nesse sentido.
Como
foi sua luta com Maguila em 1992?
Em 1992, eu estava
invicto por 8 lutas e perdi para o Maguila (por pontos) o titulo Sul
Americano em 12 rounds. Depois tive a oportunidade de lutar com ele
novamente em 1999.
Sua
última grande luta foi em 2007 na Alemanha contra o russo Denis
Boytsov que foi apontado vencedor por pontos. O que lembra daquele
combate?
Denis tinha um cartel
muito bom e estava invicto muito tempo, porém ficou muito cansado
quando chegou no sexto round então encerramos a luta a pedido deles.
Mas devido a um patrocínio forte que ele tinha na época decidiram,
por pontos, que ele era o ganhador.
Você
já foi vítima de preconceito por ser argentino? E na Argentina isso
ocorre com os brasileiros?
Nunca sofri preconceito
aqui, pelo contrário sempre fui muito bem recebido! Na Argentina
todos os grandes atletas brasileiros de todos os esportes são
reconhecidos e respeitados.
Por quê decidiu
fazer seu último combate? Por quê no Brasil e não na Argentina?
Acho que por uma
questão idade e temos que saber a hora de parar. E comecei na
Argentina e resolvi encerrar no Brasil, país que me acolheu tão
carinhosamente e aonde tenho minha família.
Empresário Abraham Katznelson (esq) e Juan Diaz (dir.) / (Foto: Arquivo Pessoal)