Irineu Beato Costa Jr. / (Foto: Gabriel Leão)
Do cárcere ao trono
Na noite de ontem, o pesado Irineu Beato Costa Júnior, 31, o
“Negro Tei” fechou um ciclo, que o leitor do Córner acompanha desde setembro de
2007, com uma das mais convincentes vitórias de um brasileiro no exterior ao
bater o argentino Matias Vidondo, 35, que abandonou a contenda no início do 8º
round. Com isto Irineu faturou o cinturão latino do Conselho Mundial de Boxe
(CMB) na cidade de Rosário, província de Santa Fé, na Argentina.
Irineu (10-0-0, 9 KO’s) e Vidondo (10-1-0, 10 KO’s) alteraram
o comando na peleja, mas compartilharam o cansaço por conta da temperatura
elevada. O brasileiro foi superior nos 2º e 3º rounds, mas o local foi mais forte nas
outras duas seguintes.
Os gladiadores sentiram na 6ª etapa mais o peso da
temperatura afligindo sua performance do que os golpes do oponente. No 7º
round, o argentino soube por quê o apelido do visitante é “Tei”, pois como
o mesmo explicou aqui, “Tei é o som do meu golpe”.
Depois ambos corpos foram ao solo em duas
ocasiões, mas Tei comprovou a tese do wrestler olímpico Dan Gable dos
E.U.A, os momentos finais são daqueles com mais vontade. Uma saraivada de
punhos castigou Vidondo e fez o árbitro abrir contagem.
O argentino optou regressar, mas a sessão de castigo apenas
reiniciou, Irineu, com o técnico Xuxa no córner e que é uma espécie de pupilo para Pedro Otas, foi superior e o córner platino não viu outra opção senão
poupar a saúde de seu atleta não permitindo o retorno para o 8º round.
É o fim de um ciclo no qual Tei comprova que o boxe não apenas recupera egressos, mas que é capaz de levá-los ao trono. Este homem é uma realidade
no cenário latino e deixa o status de prospecto, enquanto boxeadores mais
balados são mais comentados ao mesmo tempo que outros sem talento que alteram vitórias com
derrotas e servem de carne de abate no exterior gritam por uma atenção desmerecida
Irineu fez seu trabalho sem alarde e agora volta com o elixir dos campeões e
renovado para o início de uma nova jornada.