Matias Vidondo / (Foto: Divulgação)
Matias Vidondo, 35, conhecido como “El Demoledor”, lutou no
dia 11 de novembro contra o brasileiro Irineu Beato Costa Jr., 31, o “Negro Tei”,
pelo cinturão latino interino dos pesados do Conselho Mundial de Boxe (CMB). O
argentino perdeu o combate, que foi trabalhoso para ambos.
Seu passado tem uma característica que foge do lugar comum
no ramo, é estudante de Medicina e começou no boxe por pura paixão e não
ambicionando disputar cinturões. Vidondo tem um cartel de 10 vitórias por
nocaute e uma derrota, já derrotou Emilio Zarate seu compatriota e é 9º entre os pesados de sua pátria. Em entrevista com o Córner do Leão fala do combate com
Irineu, seu passado e uma possível revanche.
Como foi seu início no boxe?
Comecei há quase 10 anos, sempre quis boxear, porém minha
família não permitia e diziam que ficariam desgostosos com isso, mas quando
fiquei mais velho e já vivia sozinho comecei com este esporte e não parei mais.
Como faz para conciliar a luta e os estudos de Medicina?
Bom, terminei os estudos fazem seis anos, entretanto ainda
me faltam algumas matérias para me formar e fazem alguns anos que tenho meus
estudos em stand by, porém quero termina-los por definitivo. É muito difícil
encarar dupla jornada de trabalho e estudo, não há tempo disponível.
Não é comum ser boxeador e estudante de medicina. As pessoas
tem algum preconceito com isso?
Sim, a verdade é que vim para Rosario estudar Medicina, sou
de Neuquen, uma cidade do sul argentino, comecei há 2 ou 3 anos aqui a prática
deste esporte maravilho que desde criança me atrai. As pessoas se surpreende
quando conhecem minha história porque não estão acostumadas com um boxeador que
estude. O boxe é rotulado como esporte das classes menos favorecidas e creem
que a única coisa que sobra para um boxeador é trocar golpes, porém é uma visão
errada e pudemos fazer muito mais.
O que pode falar de sua derrota para Irineu Beato Costa? Por
quê demonstrou tanto cansaço no final do combate?
Bom, creio que Irineu foi mais inteligente em seu trabalho,
machuquei a mão esquerda no primeiro round e comecei a ser mais intenso porque
não aguentaria os 10 rounds com a mão lesionada. Irineu se defendeu muito bem e
aguentou meu ataque e eu dei tudo no 7º round, não me poupei em nenhum momento
e isto pesou contra depois.
Gostaria de uma revanche com Irineu? Já pensou em lutar com
outros brasileiros?
Claro que quero uma revanche com ele, é um rival
extremamente difícil e isso é o que me motiva. Sobre lutar com outros
brasileiros afirma que me gostaria muito, pois aprecio tudo que me dê
experiência.
Alguns jornalistas argentinos o chamaram de “Ilusão”. O que
pode dizer deste comunicadores e suas opiniões?
É bom que as pessoas da mídia e do meio falem de mim, mas na
verdade nunca cogitei que alcançaria este ponto. Sempre lutei porque o esporte
para mim é apaixonante, mas nunca pensei em ser profissional, porém quando
minha carreira de amador ficou travada por não haver rivais disponíveis para
lutar, me vi obrigado a me tornar profissional já que minha intenção era seguir
lutando. De toda maneira é bom ter espaço nos veículos especializados.