terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Entrevista com Matias Vidondo


Matias Vidondo / (Foto: Divulgação)


Matias Vidondo, 35, conhecido como “El Demoledor”, lutou no dia 11 de novembro contra o brasileiro Irineu Beato Costa Jr., 31, o “Negro Tei”, pelo cinturão latino interino dos pesados do Conselho Mundial de Boxe (CMB). O argentino perdeu o combate, que foi trabalhoso para ambos.

Seu passado tem uma característica que foge do lugar comum no ramo, é estudante de Medicina e começou no boxe por pura paixão e não ambicionando disputar cinturões. Vidondo tem um cartel de 10 vitórias por nocaute e uma derrota, já derrotou Emilio Zarate seu compatriota e é 9º entre os pesados de sua pátria. Em entrevista com o Córner do Leão fala do combate com Irineu, seu passado e uma possível revanche.

Como foi seu início no boxe?

Comecei há quase 10 anos, sempre quis boxear, porém minha família não permitia e diziam que ficariam desgostosos com isso, mas quando fiquei mais velho e já vivia sozinho comecei com este esporte e não parei mais.

Como faz para conciliar a luta e os estudos de Medicina?

Bom, terminei os estudos fazem seis anos, entretanto ainda me faltam algumas matérias para me formar e fazem alguns anos que tenho meus estudos em stand by, porém quero termina-los por definitivo. É muito difícil encarar dupla jornada de trabalho e estudo, não há tempo disponível.

Não é comum ser boxeador e estudante de medicina. As pessoas tem algum preconceito com isso?

Sim, a verdade é que vim para Rosario estudar Medicina, sou de Neuquen, uma cidade do sul argentino, comecei há 2 ou 3 anos aqui a prática deste esporte maravilho que desde criança me atrai. As pessoas se surpreende quando conhecem minha história porque não estão acostumadas com um boxeador que estude. O boxe é rotulado como esporte das classes menos favorecidas e creem que a única coisa que sobra para um boxeador é trocar golpes, porém é uma visão errada e pudemos fazer muito mais.

O que pode falar de sua derrota para Irineu Beato Costa? Por quê demonstrou tanto cansaço no final do combate?

Bom, creio que Irineu foi mais inteligente em seu trabalho, machuquei a mão esquerda no primeiro round e comecei a ser mais intenso porque não aguentaria os 10 rounds com a mão lesionada. Irineu se defendeu muito bem e aguentou meu ataque e eu dei tudo no 7º round, não me poupei em nenhum momento e isto pesou contra depois.

Gostaria de uma revanche com Irineu? Já pensou em lutar com outros brasileiros?

Claro que quero uma revanche com ele, é um rival extremamente difícil e isso é o que me motiva. Sobre lutar com outros brasileiros afirma que me gostaria muito, pois aprecio tudo que me dê experiência.

Alguns jornalistas argentinos o chamaram de “Ilusão”. O que pode dizer deste comunicadores e suas opiniões?

É bom que as pessoas da mídia e do meio falem de mim, mas na verdade nunca cogitei que alcançaria este ponto. Sempre lutei porque o esporte para mim é apaixonante, mas nunca pensei em ser profissional, porém quando minha carreira de amador ficou travada por não haver rivais disponíveis para lutar, me vi obrigado a me tornar profissional já que minha intenção era seguir lutando. De toda maneira é bom ter espaço nos veículos especializados.