Bob Arum / (Foto: Agências Internacionais)
O empresário de boxe, Bob Arum, fez declarações racistas e homofóbicas contra os fãs do MMA (Mixed Martial Arts) ao alegar que seu público é composto por “skinheads” que gostam de assistir “pessoas rolando no chão como homossexuais”.
“O UFC é formado por um bando de skinheads, vendo caras brancos no octógono que também parecem skinheads. E 90% deste público tem tatuagens, é horrível. Um bando de gente rolando como homossexuais no chão”, declarou o empresário.
Arum que já promoveu os clássicos embates dos americanos Sugar Ray Leonard contra Marvin Hagler e também Evander Holyfield contra George Foreman além de trabalhar com o principal nome do boxe na atualidade Manny Pacquiao das Filipinas não foi feliz em suas observações.
Como afirmou o jornalista Henrique Matteucci em seu livro “O Galo de Ouro” contando a história do clã Zumbano-Jofre, o boxe não se trata de um embate de raças, mas sim uma celebração da capacidade do ser humano.
Alegar que os fãs são compostos por skinheads é uma falácia, pois o esporte atinge pessoas de diversas faixas etária, social, cultural e econômica. É um preconceito contra os próprios skinheads, pois quando foi iniciado na Inglaterra o movimento contava com negros e influencia de música jamaicana. Nem todo skinhead está envolvido com atividades ilegais.
Apontar as tatuagens como um desvio de caráter é um argumento precário, afinal a aparência não determina a índole da pessoa e a tatuagem é uma cultura que vem do homem desde seus primórdios sendo que muitos boxeadores apresentam tatuagens.
Tratar o MMA de forma preconceituosa mostra a hipocrisia de Arum, o boxe foi e continua sendo alvo de preconceito de alguns grupos sociais e esportivos que negam sua condição como esporte e o agregam a uma mera briga de rua com luvas.
Portanto, defendo que é necessário ao boxe uma visão compreensiva com o MMA que de certa forma mantém o boxe em alta, já que seus atletas praticam a nobre arte sendo que alguns apresentam bons golpes com os punhos. Um esporte não precisa aniquilar o outro para existir.