sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Chris Namús se aposenta


 Chris Namús / (Foto: Divulgação)

A uruguaia Chris Namús, 23, campeã pela World Boxing Professional Federation (WBPF, Federação Mundial de Boxe Profissional, em tradução livre) dos superleves (63,5 kg) decidiu se aposentar em solidariedade ao empresário Sebastián Revetria que também deixou o ramo.

“Sempre disse que quando ele se retirasse eu também o faria. Encontro nele um representante e um amigo que sempre esteve ao meu lado e nunca me deixou na mão”, explicou Chris Namús para a imprensa de seu país. “Quero seguir no esporte, mas não desta maneira. Colocam diante de nós muitos obstáculos e pedras no caminho”.

Conforme o site da ANSA (Portal LatinoAmericano de La Agencia ANSA), Namús explicou que para realizar suas lutas a prefeitura de Montevidéu exigiu um depósito de US$ 10 mil, enquanto, aos outros pugilistas se pede 15 mil pesos o equivalente a 783 dólares.

Roberto Namús, pai de Chris, confirmou ao diário esportivo virtual Ovación a saída de sua filha alegando falta de governamental a sua filha. Roberto Namús explica que o Ministro dos Esportes não atende quando procurado e que o programa “K.O a las drogas” (Nocaute nas drogas, em tradução livre) não recebe apoio do Estado também.

Chris Namús é tido como o rosto do programa “K.O a las drogas” e fez muitascampanhas publicitárias em seu país em prol do boxe feminino e dos esportes em geral. Namús e Revetria também apontam a ausênsia da Federação Uruguaia de Boxe.

Namús que deixa um cartel de 15 vitórias, 6 por nocaute, uma derrota e nenhum empate regressara aos treinos um dia antes da aposentadoria. Há duas semanas sofreu uma tentativa de assalto que a deixou com lesões nos joelhos. Estava em negociações para encarar a argentina Monica “La Gata” Acosta.

No Brasil ficou conhecida por vencer a catarinense Juliana de Aguiar e as paulistanas Letícia Rojo e Adriana Salles, em luta que Salles afirma ter sofrido com má atuação do árbitro Anibal Andrade e ter sido mal hospedada, o embate com Salles lhe rendeu o cetro da WPBF. Depoishouve a especulação de um embate entre Chris Namús e a sérviaradicada brasileira Duda Yankovich.

Polêmica no ringue e disputas políticas

No penúltimo embateiniciou a polêmica. Em combate válido por seu cinturão diante daespanhola Loli Muñoz no dia 19 de março irregularidades tomaram oringue. Anibal Andrade protegeu Namús, enquanto, a uruguaia era agredida, mas não interrompia a luta. Posteriormente Anibal deixou o boxe. O final da luta se deu 30 segundos antes do tempo regular.

Com a luta feita de tal modo, A Federação Uruguaia de Boxe resolveu anulá-la a pedido doMinistério de Turismo e Esportes. Em 11 de junho Muñoz e Namús se encontraram novamente no Palacio Peñarol em Montevidéu e a luta foi para a uruguaia por decisão dividida, porém pela crítica e fãs foi vista como uma vitória legítima.

Legado de Namús

No boxe, nos esportes e na vida em si é comum encontrar pessoas com passagens tristes em sua trajetória, Pelé não assumiu uma filha de início e mesmo assim continua sendo um ídolo mundial, Mike Tyson teve uma passagem por atentado violento ao puder ao qual a vítima afirma ser estupro, mas ainda é visto como ídolo e propagador da nobre arte.

Com Chris Namús não seria diferente a polêmica com Muñoz não a diminui, pois não foi ela que encerrou o combate 30 segundos antes e também não foi ela que atuou na arbitragem, entretanto, essas atitudes a afetam diretamente até por ser a personalidade mais famosa no quadrilatério naquele 19 de março no Palacio Peñarol.

A jovem Namús com suas vitórias levou melhorias para sua família que é de origem humilde como a maioria dos boxeadores e abriu portas para pugilistas da América Latina e posteriormente mundo mostrar que são o que são, independente de belas, feias, negras, gordas ou outros adjetivos que o mundo mercantilizador usa tanto para etiquetar pessoas.

A história da uruguaia ainda tem muitos pontos soltos tanto da parte dela quanto dos opositores, mas maior rival de Namús não vestiu luvas, mas usa canetas e assina documentos.

Fontes: Ovación e ANSA