Parou em 2008, e após 3 anos sem atividade regressou ao tablado no final do ano passado aguentando dez rounds com Lino Barros, o melhor cruzador da atualidade no país, quinto no ranking mundial da AMB e duro pegador. Uma derrota que foi vitória moral e trouxe devolta aos ringues Cleiton Conceição (16-4-2, 12 KO's) que traz com sigo estilo e bagagem do amadorismo e revela seu passado, presente e planos futuros aos leitores do Córner do Leão nesta entrevista feita por e-mail.
Como foi seu começo no boxe?
Cleiton Conceição (esq.) / (Arquivo Pessoal)
Comecei treinar boxe em Cruz das Almas-Ba no ano 1995, com 15 anos de idade desde então me apaixonei pelo esporte e segui uma rotina de treinamento, em 1997 me mudei para São Paulo em busca de oportunidades no esporte, que encontrei no Corinthians paulista onde através de Seu Vitor Ribeiro pude disputar meu primeiro torneio de boxe amador a Forja de Campeões em 1998, torneio o qual me tornei campeão e se abriram as portas para a seleção brasileira onde após muitas lutas conquistei uma vaga olímpica para os jogos olímpicos de Sidney de 2000
Como foi sua passagem pela seleção brasileira? Quais foram as conquistas?
Cleiton Conceição (3º acima) e seleção de 2000 / (Foto: Arquivo Pessoal)
Considero minha passagem pela seleção brasileira uma escola, eu pude aprender muito sobre boxe e sobre a vida e esses ensinamentos refletem em minha vida até hoje, aprendi muito com os treinadores e companheiros de treinamentos, tive a oportunidade de conhecer vários lugares do mundo e lutar contra adversários de diversas culturas, ganhei muitas lutas e perdi algumas, mas aprendi com todas elas.
Fui o primeiro brasileiro a conquistar um torneio em solo cubano, torneio Eduardo Garcia em Santa Clara 2000.
Fui campeão Pré Olímpico 2000 em Buenos Aires Argentina.
Medalha de Bronze no Campeonato Pan Americano de Boxe em Porto Rico 2001 entre outros...
Como foi a entrada no boxe profissional?
Cleiton Conceição / (Foto: Arquivo Pessoal)
Resolvi me tornar um profissional depois de 5 anos como amador, senti falta de novos desafios e de reconhecimento no amadorismo e decidi me aventurar como profissional.
Boa parte da sua carreira foi nos EUA. Como foi esta fase?
Cleiton Conceição (frente) / (Foto: Reprodução)
Após estrear no profissional vi que aqui no Brasil não teria oportunidades, não tinha empresário, patrocinador e nem dinheiro para bancar minha carreira então decidi tentar a sorte nos USA más também não tinha contato com ninguém lá e nem sequer inglês falava, conheci um empresário mexicano que me fez um convite para treinar lá e decidi tentar a sorte, viajei para Tijuana no México onde morei, treinei e lutei por dois anos, evolui muito nesse período e cheguei a lutar por um titulo (Fedecentro) da WBA (Associação Mundial de Boxe) e ganhei, mas devido a problemas financeiros o meu empresário do México foi forçado a desmanchar a equipe então fui para os Estados Unidos onde fui morar com um amigo que me ajudou a conseguir lutas sempre de rival, após dois anos nessas condições então meu amigo foi para a China trabalhar e eu decidi voltar, chegando aqui no Brasil encontrei o boxe da mesma forma que tinha deixado sem expectativa, a minha vida havia mudado muito a minha esposa estava grávida e eu precisava fazer algo então decidi dar um tempo no boxe e aprender fazer outra coisa para sobreviver porque até aquele momento a única coisa que sabia fazer era lutar e treinar boxe.
Cleiton Conceição (esq.) / (Foto: Reprodução)
Você estava inativo desde 2008. O que o motivou a voltar a pugilismo profissional?
Na verdade voltei a treinar para perder peso, após parar de treinar e continuar comendo da mesma forma que antes quando treinava acabei engordando muito e já estava com quase 100 quilos, o boxe é um esporte que enraíza no sangue do praticante após alguns meses de treinamento me ofereceram esse luta com o Lino eu sou lutador e tudo que um lutador quer é um grande desafio mesmo estando afastado a três anos a oportunidade surgiu e eu não podia deixar passar então aceitei e fui para lutar e ganhar uma nova chance.
No seu retorno você perdeu para Lino Barros. Descreva a luta:
O Lino é um grande lutador e eu tinha plena consciência de que não seria uma tarefa fácil, ele sempre lutou entre os cruzadores, era o numero 6º do mundo na categoria (hoje é quinto da AMB) e estava em ótima forma, mas na minha vida nada é fácil então tracei uma estratégia e acreditei nela até o final, comecei bem na luta e consegui levar minha estratégia até o sétimo assalto mas a partir do sétimo assalto meu condicionamento físico não me permitiu concluir o plano da forma que deveria ser e nos últimos assaltos Lino sobressaiu e conquistou a vitória não com a margem de pontos que lhe ofertaram, mas sim com a vitoria justa.
Na categoria meio-pesado os principais brasileiros são Marcus "Ratinho" de Oliveira, Jackson Jr e Alexsandro "Pit" Cardoso. O que pode falar sobre eles? Gostaria de enfrentá-los?
Todos esses nomes conquistaram respeito ao longo de suas vidas pugilisticas aqui no Brasil e eu respeito a todos eles, porém sou lutador e quero estar entre os melhores do mundo e para isso não posso me dar o luxo de desviar de ninguém já provei que não escolho com quem lutar, deixo para eles a opção de lutar comigo, estou sempre a disposição estive afastado por três anos mas agora estou de volta e treino todos os dias, querendo me enfrentar estou a disposição para todos de minha categoria.
Muito Obrigado Gabriel pela oportunidade de contar um pouco de minha historia no boxe, nesse site que é um dos mas importantes de nosso país no nosso esporte é com muito honra e orgulho que escrevo.