Alex de Oliveira (centro) / (foto: reprodução)
Em abril deste ano Alex de Oliveira, 27, fez seu último embate, a violenta derrota para o argentino Diego Oscar Silva, não lhe tirou o respeito de sua carreira, mas adianto o processo de aposentadoria. Alex conheceu um mundo novo por meio dos estudos, é notável que seu jeito de falar mudou após o ingresso na Faculdade de Direito na Universidade de Guarulhos.
O ex-atleta deixou no ar aos fãs e críticos o que poderia ter sido uma carreira de brilho, tirou em 2007 a invencibilidade de Carlinhos Furacão, e anos atrás assinou com o promoter americano Arthur Pelullo, responsável pela carreira de Acelino "Popó" Freitas no exterior.
Em entrevista ao Córner do Leão, Alex (20-2-0, 14 KO's), ex-campeão latino da Organização Mundial de Boxe (OMB), fala das novas metas em sua vida, de como foi tomar a decisão de aposentar os punhos para golpear e usá-los de forma mais polida. E aponta que a Educação é um caminho para pugilistas em busca de condições honráveis.
Em seu último combate você sofreu duro nocaute técnico para o argentino Diego Oscar Silva. O que avalia deste embate?
Eu lutei muito mal, me preparei mal, em razão de a faculdade, estágio obrigatório e meu estágio fixo na Prefeitura de Guarulhos e isso consumiu todo meu tempo, ficando o meu período para treinamento muito escasso. Hoje priorizei estas coisas para minha vida, o que me trará uma perspectiva diferente de futuro.
Após a luta houve alguma sequela? Você necessitou de repouso?
Caro Gabriel, até a presente data não houve nem um sintoma de alguma sequela. Mas com certeza farei um check-up geral até o fim do ano. Repouso fiquei sim. Minha lombar travou em decorrência do grande esforço físico que fiz na luta, tive que ficar uma semana de repouso.
Por quê considera deixar os ringues?
É com muito pesar que tomo esta decisão, porque amo lutar. Como eu disse acima, hoje tenho priorizado outras coisas, o que me fez perder o foco em cima do ringue. Tenho uma filha de 4 anos que depende de mim e me fez enxergar outras possibilidades visando sempre sua melhora e da minha esposa. Como havia comentado na entrevista do Willian Prado, quando saímos para lutar já estamos em desvantagem com todas estas preocupações, inerentes ao boxer, filhos, casa e emprego o que se resume em dinheiro para subsistência da sua família. Quero acrescentar algo mais para minha amada modalidade, mas sinto que ainda o momento não é oportuno, com certeza com tudo que já fiz e aprendi irei acrescentar isso num futuro não muito distante.
Como está seu progresso no curso de Direito?
Tenho progredido de maneira relevante, me dedicado bastante, queria me aplicar mais, porém às vezes penso que minha dedicação não é suficiente para um curso de tal magnitude e extensão. Com certeza estou fazendo o melhor de mim.
O que os estudos, em especial a universidade, pode acrescentar para um boxeador?
A universidade acrescenta muito na vida de uma pessoa, não só para o boxeador. No meu caso me mostrou um mundo, em parte desconhecido, trouxe aspirações que na minha vida pregressa jamais pensei ter.
Graças a Deus em primeiro lugar e o Willian Paiva que me deu oportunidade de ter acesso a universidade.
Em seu último combate você sofreu duro nocaute técnico para o argentino Diego Oscar Silva. O que avalia deste embate?
Eu lutei muito mal, me preparei mal, em razão de a faculdade, estágio obrigatório e meu estágio fixo na Prefeitura de Guarulhos e isso consumiu todo meu tempo, ficando o meu período para treinamento muito escasso. Hoje priorizei estas coisas para minha vida, o que me trará uma perspectiva diferente de futuro.
Após a luta houve alguma sequela? Você necessitou de repouso?
Caro Gabriel, até a presente data não houve nem um sintoma de alguma sequela. Mas com certeza farei um check-up geral até o fim do ano. Repouso fiquei sim. Minha lombar travou em decorrência do grande esforço físico que fiz na luta, tive que ficar uma semana de repouso.
"Tem empresários muito sérios, também tem muitos do lado contrário que sempre procuram o melhor para si. E deste jeito prejudicam muitos atletas"
Por quê considera deixar os ringues?
É com muito pesar que tomo esta decisão, porque amo lutar. Como eu disse acima, hoje tenho priorizado outras coisas, o que me fez perder o foco em cima do ringue. Tenho uma filha de 4 anos que depende de mim e me fez enxergar outras possibilidades visando sempre sua melhora e da minha esposa. Como havia comentado na entrevista do Willian Prado, quando saímos para lutar já estamos em desvantagem com todas estas preocupações, inerentes ao boxer, filhos, casa e emprego o que se resume em dinheiro para subsistência da sua família. Quero acrescentar algo mais para minha amada modalidade, mas sinto que ainda o momento não é oportuno, com certeza com tudo que já fiz e aprendi irei acrescentar isso num futuro não muito distante.
Como está seu progresso no curso de Direito?
Tenho progredido de maneira relevante, me dedicado bastante, queria me aplicar mais, porém às vezes penso que minha dedicação não é suficiente para um curso de tal magnitude e extensão. Com certeza estou fazendo o melhor de mim.
O que os estudos, em especial a universidade, pode acrescentar para um boxeador?
A universidade acrescenta muito na vida de uma pessoa, não só para o boxeador. No meu caso me mostrou um mundo, em parte desconhecido, trouxe aspirações que na minha vida pregressa jamais pensei ter.
Graças a Deus em primeiro lugar e o Willian Paiva que me deu oportunidade de ter acesso a universidade.
William Paiva (esq.) e Alex de Oliveira (dir.) / (foto: Maciel www.paginadeideias.com.br)
Por um lado foi ótimo, já por outro lado me fez perder o foco na modalidade, me fez querer buscar outro meio de vida. Queria eu que todos os lutadores tivessem a oportunidade que eu tive, de sentar num banco acadêmico.
Em entrevista ao Córner do Leão, o desembargador e fã de boxe Antonio Cardoso considera "excelente" seu ingresso como advogado, pois vê que você pode defender melhor seus interesses e de seus colegas. O que você pensa dessa declaração? O motiva?
Fico lisonjeado pela citação, ainda mais sendo de um jurista de alto gabarito e de um saber jurídico quase inigualável, serei sempre um defensor dos meus amigos e colegas de profissão . É fato que estas palavras são de extrema motivação.
Na Argentina, o ex-campeão mundial Hector Javier Velazco pede leis mais sérias para o boxe e se opõe à empresários e dirigentes que queiram se aproveitar daqueles que sobem no ringue. Acha que o Brasil precisa de um projeto assim?
Este é um ponto pacífico, não só na Argentina, creio eu, mas também como em todos os países que os empresários só visam dinheiro quando vê um atleta. Assim como ele na Argentina, deveria surgir pessoas iguais aqui no Brasil. Ou até mesmo, se o lutador buscar se instruir, já será uma ótima conquista.
Como se dá no Brasil as relações entre empresários, dirigentes e boxeadores? Há prejudicados?
No Brasil a relação é um pouco confusa, tem empresários muito sérios, também tem muitos do lado contrário que sempre procuram o melhor para si. E deste jeito prejudicam muitos atletas.
"Se o lutador buscar se instruir, já será uma ótima conquista"
Em entrevista ao Córner do Leão, o desembargador e fã de boxe Antonio Cardoso considera "excelente" seu ingresso como advogado, pois vê que você pode defender melhor seus interesses e de seus colegas. O que você pensa dessa declaração? O motiva?
Fico lisonjeado pela citação, ainda mais sendo de um jurista de alto gabarito e de um saber jurídico quase inigualável, serei sempre um defensor dos meus amigos e colegas de profissão . É fato que estas palavras são de extrema motivação.
Na Argentina, o ex-campeão mundial Hector Javier Velazco pede leis mais sérias para o boxe e se opõe à empresários e dirigentes que queiram se aproveitar daqueles que sobem no ringue. Acha que o Brasil precisa de um projeto assim?
Este é um ponto pacífico, não só na Argentina, creio eu, mas também como em todos os países que os empresários só visam dinheiro quando vê um atleta. Assim como ele na Argentina, deveria surgir pessoas iguais aqui no Brasil. Ou até mesmo, se o lutador buscar se instruir, já será uma ótima conquista.
Como se dá no Brasil as relações entre empresários, dirigentes e boxeadores? Há prejudicados?
No Brasil a relação é um pouco confusa, tem empresários muito sérios, também tem muitos do lado contrário que sempre procuram o melhor para si. E deste jeito prejudicam muitos atletas.