Abraham Katzenelson / (foto: Felipe Denuzzo)
Dia 14 de setembro o empresário Abraham Katzenelson faleceu aos 95 anos de pneumonia na capital de São Paulo. O homem de negócios guiou Éder Jofre ao seu primeiro cinturão mundial, o dos galos em 1960, que também foi a primeira conquista desta escala de um brasileiro.
O lituano viveu na Argentina até 1952 quando veio para o Brasil. Nos últimos anos mantinha uma academia improvisada em uma "edícula de seis mestro quadrados nos fundos de uma clínica em que são feitos exames médicos para se tirar carteira de motorista no bairro de Santa Cecília", conforme publicou o jornalista Eduardo Ohata da Folha de S. Paulo sobre o ancião manager.
No perfil "De terno, gravata e bengala, ex-manager busca novo Eder Jofre em São Paulo", Ohata contou em 2009 a história do senhor e da casa em que trabalhava a nobre arte. O imóvel ainda é mantido por seu filho Mauro Katzenelson que também atua como manager.
A casa já serviu de alojamento para os ex-desafiantes à cinturões mundiais Peter Venâncio e Giovanni Andrade, nos anos 1970 foi a firma de boxe Bel-Box, que tinha como um de seus sócios Abraham Katzenelson, também já foi pizzaria com decoração temática de pugilismo.
"Ele foi o maior promotor de boxe que o Brasil já teve. Colocou em 1961 15 mil pagantes no ginásio do Ibirapuera batendo o recorde de bilheteria dos esportes em São Paulo que só foi superado dois anos depois num jogo Corinthians x Palmeiras", conta Sidnei Dal Rovere que disputou o cinturão mundial dos super-penas por meio dos contatos do empresário.
Além de Jofre, Dal Rovere, Venâncio e Andrade outros lutadores brasileiros foram guiados por ele e até disputaram cinturões como José de Paula, Raimundo de Jesus e José Severino. Também trabalhou com ele o argentino Juan Diaz e o último boxeador em suas mãos foi o cearense Joaquim Carneiro.
Joaquim Carneiro (fundo) e Abraham Katzenelson (frente) / (foto: Leonardo Wen)