Gabriel Campillo / (foto: reprodução)
Ex-campeão mundial, e conhecido como Chico Guapo, "Moço Bonito", como diria Gabriela de Jorge Amado, o espanhol Gabriel Campillo, 33, já foi rei do mundo dos meio-pesados (79,4 kg) pela Associação Mundial de Boxe (AMB) quando bateu o argentino Hugo Garay em 2009 por decisão majoritária, dois votos à favor e um empate, na casa do rival.
O defendeu pelo mesmo resultado no Cazaquistão diante do local Beibut Shumenov, porém o perdeu para o mesmo homem na luta seguinte nos EUA, logo após nocauteou no 1º assalto o brasileiro Luzimar "Tyson Tigre" Gonzaga. Em seu último confronto perdeu para o americano Tavoris Cloud, campeão da Federação Internacional de Boxe (FIB). O combate teve resultado polêmico e contestado por fãs e críticos.
Trabalha agora com o atual campeão peso médio do Conselho Mundial de Boxe (CMB) na promoção do argentino residente na Espanha e com ele busca levantar o boxe no país das touradas e de Picasso. Campillo (21-4-1, 8 KO's) quer voltar a ser rei e fala de sua vida e passagens no boxe nesta entrevista para o Córner do Leão.
Como iniciou seus treinos de boxe?
Casualmente. Entrei numa academia, provei e gostei. Com o tempo decidi que queria me dedicar a isto plenamente, deixei os estudos de Jornalismo e me propus a treinar duro. Creio que não errei na minha decisão.
Qual foi a luta mais dura da sua vida de boxeador?
Todas são duras, porém mais que combates árduos creio que sofri decisões duras por parte dos jurados.
Em 2009, venceu o argentino Hugo "Pingu" Hernan Garay e conquistou o cinturão mundial da AMB. O que este dia representa para você?
Foi o dia mais feliz da minha vida. Foi um combate complicado para ele e ainda me avisaram com pouco tempo de antecedência. Sempre é difícil lutar fora de casa, mas estou acostumado.
O que pode dizer das duas lutas com o cazaque Beibut Shumenov?
Também foram complicadas, longes da Espanha. Creio que as ganhei claramente, principalmente a segunda.
Ele disse em entrevista ao Córner do Leão que poderia haver uma terceira luta, porém crê que seria melhor se você estivesse com um cinturão mundial para fazerem a unificação. O que pensa desta declaração?
O enfrentaria com ou sem título. Um terceiro embate é necessário.
"Foi uma experiência decepcionante. Esperava mais dele, ele foi para a lona com o primeiro golpe que entrou e não quis saber de mais nada. O público se decepcionou bastante com ele (Luzimar Gonzaga)".
Lutou há dois anos com o brasileiro Luzimar "Tyson Tigre" Gonzaga. Pode descrever essa luta?
Foi uma experiência decepcionante. Esperava mais dele, ele foi para a lona com o primeiro golpe que entrou e não quis saber de mais nada. O público se decepcionou bastante com ele.
Crê que a decisão da luta com Tavoris Cloud foi injusta? Quer uma revanche?
Não quero revanche. Todo mundo viu que ganhei aquela luta. Não me interessa voltar a enfrentar Cloud, quero desafios maiores.
"Foi o dia mais feliz da minha vida (sobre a conquista da coroa)".
Em 2010, os promotores Ricardo Sánchez Atocha e José Valenciano se uniram para promover o esporte de luvas na Espanha. Ocorreu alguma mudança na situação?
De princípio parecia que sim, mas com o tempo ficou claro que não. Apenas há interesses das televisões em transmitir boxe até porque quando o fazem conseguem boa audiência.
A Espanha passa por uma crise financeira. Isto afeta o boxe profissional?
É curioso, mas mesmo com a crise as televisões estão transmitindo cada vez mais eventos e surgem novas empresas promotoras de boxe. Cada vez há mais fãs de boxe na Espanha.