David Tua / (Foto: Photosport)
No começo desta semana veio o anuncio ao jornal Sunday Star-Times da aposentadoria do neozelandês nascido em Samoa, David Tua aos 39 anos de idade é mais um triste caso de um pugilista de grande potencial não alcançado e atormentado por seus demônios fora do ringue.
O bronze nos Jogos Olímpicos de Barcelona 1992 não se transformou em ouro no profissionalismo, conseguiu milhões, mas o cinturão mundial não tocou seus dedos. Sua pegada era tão forte quem em 2003 a Ring Magazine fez uma lista dos maiores 100 "pegadores" e o neozelandês ficou em 48º.
A chance pela coroa mundial veio em 2000, porém os centros do Conselho Mundial de Boxe (CMB) e Federação Internacional de Boxe (FIB) permaneceram com o britânico Lennox Lewis. Outra oportunidade deste calibre não apareceu.
John Ruiz, Hasim Rahman, Fres Oquendo, Oleg Maskaev, Michael Moorer são nomes de ex-campeões mundiais, alguns foram mais de uma vez, que constam como derrotados em seu currículo. Em 2003 após um empate com Rahman veio o primeiro afastamento, o qual foi motivada por problemas pessoais e depois de dois anos o retorno.
O ringue está no seu sangue, ele é membro da família Anoa'i que produziu o pro-wrestler Dwayne "The Rock" Johnson e outros lendários nomes desta modalidade. Mas após o hiato entre 2007 e 2009, os olhos de Tua não eram mais como os de um tubarão buscando sua presa que com sua "mordida" já derrubara rivais com apenas 30 segundos.
Em 2010, empatou com o regular Monte Barrett e depois perdeu para o mesmo no ano seguinte. Na verdade perdeu para si e para seus problemas fora do ringue, disputas com a ex-esposa e perdas em batalhas judiciais que lhe levaram os milhões.
Hoje mora na academia que leva o nome de Kamp Tua ou dorme na casa da mãe. Se sente como um guerreiro samoano derrotado que volta para a aldeia com uma cicatriz mais profundo que a causada por espada, a da vergonha.
Tua entrou numa era que o jogo político valia mais que os punhos, na qual pugilistas tentam emular seu famoso primo da WWE proferindo ofensas aos rivais e circos nas coletivas de imprensa. Infelizmente seu talento e sua pegada não lhe foram suficientes para viver no maquilado boxe de hoje.
