Chris Namús / (Foto: Juanjo Vazquez)
Quando surgiu no universo do boxe chamou atenção pela beleza, esteve envolvida em polêmica na luta contra a espanhola Loli Muñoz em março do ano passado, mas sua emancipação e reconhecimento da mídia pelo talento no boxe veio quando desafiou Fernanda Soledad Alegre da Argentina pela coroa superleve (63,5 kg) da Organização Mundial de Boxe.
Mesmo após perder por decisão unânime, Namús recuperou boa parte da popularidade que goza em seu país e também adquiriu mais respeito no meio. Em entrevista ao Córner do Leão fala de seu preparo para a revanche com "Camionera" Alegre e as expectativas futuras.
Como estão os preparativos para a revanche com Fernanda Alegre?
Como sempre estou treinando muito, mas com muito mais garra. Desta vez estou com o treinador que sempre quis e isto me dá muita segurança, além disto treino com minha equipe de companheiros algo que não fazia há três anos e isto me motiva em cada sessão de treino e faz com que esteja melhor preparada já que tenho maior número de sparrings, portanto mais variação. Dou nota dez para esta preparação.
Você está novamente treinando com Ramón Barrera o que pode dizer disto?
Estou contente em ter mais uma vez Ramón em meu córner. Sempre quis treinar ele porque me transmite muita segurança e confiança e por isto estou muito contente e o principal é que vão notar as mudanças em cima do ringue.
O que aprendeu na primeira luta com Alegre?
Não sei se "aprender" seria a palavra mais indicada, mas creio que serviu para conhecê-la melhor.
Você foi muito elogiada pela luta com Alegre. O que pensa da segunda apresentação contra ela?
Pelos comentários que recebi percebi que as pessoas elogiaram com sinceridade a minha atuação na luta, recebi muitos elogios, mas no lado pessoal não me conformo com a derrota e sei bem que dei tudo de mim. Se eu não voltar com o cinto quer dizer que não serviu de nada e voltei triste, mas com vontade de melhorar em todos os aspectos necessários para trazê-lo. Estou com muita vontade de fazer esta revanche e desta vez não aceito voltar apenas fazendo uma boa atuação, desta vez voltarei feliz com o cinto para casa.
Após a primeira luta com Alegre já havia sido anunciado um combate seu com a argentina Monica "La Gata" Acosta, campeã superleve pela Associação Mundial de Boxe e Conselho Mundial de Boxe. Ainda pensa neste combate?
Sim, eu gostaria muito de lutar com ela.
Ano passado você pensou em deixar os ringues após algumas experiências tristes com o boxe. Esses pensamentos lhe são recorrentes?
Na verdade não, no momento que ocorreu tudo foi uma decisão do meu representante e eu o segui, mas não me passou a ideia de deixar o ringue. Sou jovem neste esporte e tenho tempo para seguir aprendendo e melhorando.
Os melhores lutadores da América do Sul são argentinos. O que pode dizer dos lutadores uruguaios?
Em primeiro lugar creio que se destacam pela quantidade que possuem muito mais do que nós em todas categorias. Porém creio que no Uruguai mesmo a nossa população sendo menor, digo que somos poucos, mas bons e ainda temos lutadores muito bons só que em pequena quantidade.
Você já sofreu discriminação em seu país por ser pugilista?
Não, nunca fui discriminada, nem quando comecei a treinar este esporte e era a única em todo país. Muito menos agora que nós mulheres estamos tomando as academias de boxe.
Chris Namús / (Foto: Divulgação)