segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Entrevista com Walter Mathysse

Walter Matthysse / (Foto: Divulgação)

Ser o primeiro da Argentina quer dizer muito, são criadas diversas expectativas e grande quantidade de portas se abrem. O país é polo exportar de pugilistas da primeira qualidade, porém perder 5 lutas importantes é o inferno para quem pleitei ser campeão do mundo. O supermédio Walter "El Terrible" Matthysse,33, já viveu esses dois pontos.

O atleta argentino prepara seu retorno para março após quase três temporadas afastado do tablado. Em entrevista exclusiva ao Córner do Leão, Matthysse (26-5-0, 25 KO's) fala da sua trajetória no boxe, do relacionamento com o irmão mais famoso Lucas, da infância e planos para o futuro.


Como iniciou no boxe?


Não lembro bem, só me lembro que o boxe já fazia parte de nossas vidas. Mário Matthysse, meu pai era boxeador e meu tio, irmão de minha mãe, Miguel Steimbach sempre vinha lá em casa falar de boxe. Cresci vendo meu pai treinando no quintal de casa ou na academia. De pequeno já brincávamos no bairro com luvas de boxe e aos 16 anos me inscrevi no campeonato da vizinhança do qual sai campeão com quatro vitórias sendo três por nocaute. Assim comecei.

Começou junto com seu irmão Lucas?


Meu irmão Lucas começou como eu. Me lembro que ele andava todo sujo e era o mais "rueiro", um dia minha mãe lhe disse que se não estudava que fosse a academia fazer algo e assim começou aos 13 ou 14 anos.

Desde 2002, início de sua carreira, até 2006 você foi um conquistador do ringue até encontrar o americano Paul Williams. Como se sentiu depois da luta com Paul Williams na qual teve sua primeira derrota que foi por nocaute?

Quando lutei com Paul Williams eu era o mais destacado em meu país, o jornalismo me tinha no ponto mais alto. Porque eu havia ganhado todas minhas lutas por nocaute. Quando lutei com Paul Williams perdi por cansaço, me faltou ar. Ele era superior a mim, mas eu sabia que se conectasse (um golpe) o venceria por nocaute.

Então regressou ao seu país e venceu Jorge Perez para depois ser superado em suas quatro lutas seguintes. O que aconteceu para perder as quatro?

Depois da luta com Paul Williams comecei a descobrir várias falcatruas do meu promoter Mario Arano. Descobri que as bolsas que ele cobrava não me eram dadas. Depois dessa luta é como seu eu deixasse de ser importante para ele e não esperou eu me recuperar, então eu tive de lutar contra o melhor lutador da Argentina e depois outro... e outro e assim até que me cansei e rompi contrato com ele.

Ver seu irmão Lucas vivendo um momento bom na carreira o deixa com um pouco de inveja?


É meu irmão caçula, quero o melhor para ele. Vivemos em uma família humilde e ele é um dos que mais sofreram e isto que ele vive agora é por seu mérito.

Alguns campeões viveram maus momentos nos quais passaram por muitas derrotas em seus cartéis. Há algo neles ou um pensamento que o inspire?

Eu sei que o boxe é duro, mas aos poucos estou voltando a ser o terrível que era no passado e sei que a única coisa que quero é ser campeão do mundo, esta é minha meta.