Pawel Wolak / (Foto: divulgação)
O polonês radicado na cidade de Mount Arlington, estado de Nova Jersey nos EUA, Pawel Wolak, 30, decidiu deixar o boxe pelo MMA. Se apresentando na categoria dos médios teve em seus dois últimos combates um empate em setembro de 2011 e uma derrota em dezembro para dominicano Delvin Rodriguez, indicada a "melhor luta do ano" pela Associação dos Cronistas de Boxe dos EUA. Mesmo com os elogios os resultados em parte o motivaram a seguir para o octógono.
O apelido "Raging Bull" (Touro Indomável) reflete seu estilo agressivo nos ringues que o fez derrotar o brasileiro Carlos "Açougueiro" Nascimento e o israelita Yuri Foreman. Em entrevista ao Córner do Leão, Wolak (29-2-1, 19 KO's) fala da experiência contra "Açougueiro", os bastidores do boxe, sua motivação para entrar no MMA e o respeito pelo jiu-jítsu brasileiro e seu país.
Como foi seu início no boxe?
Eu ia bem e era conhecido como wrestler na região nordeste dos EUA quando adolescente. Eu ia para o MMA, mas naquela época não havia local próprio para treiná-lo por ser uma novidade. Então comecei no kickboxing e eventualmente foi para o boxe. Eu comecei a ganhar os combates como boxeador e então não olhei mais para a possibilidade de entrar no MMA quando isto realmente começou a ficar popular porque minha carreira no pugilismo já ia bem.
Quem são seus ídolos na nobre arte?
(Joe) Frazier, (Roberto) Duran, (Marvin) Hagler e (Mike) Tyson.
Em 2009, você derrotou Carlos "Açougueiro" Nascimento. Pode descrever o desenvolver do combate?
Creio que o parei no 5º assalto. Foi um combate com muita luta corpo-a-corpo. Ambos jogavam golpes fortes a todo momento. Fiquei feliz por derrotá-lo. Eu sabia que seria um embate duro, pois ele é muito bom. Lutar no Madison Square Garden é sempre divertido, aonde foi a luta, então foi um grande combate.
Você perdeu o interesse no boxe?
Sim, perdi meu interesse em competir no boxe, mas ainda o treino. Eu amo este esporte, mas me tornei desencantado com ele.
Quais são as dores físicas e psicológicas que ele lhe deu?
Não me deixou marcas físicas ou emocionais em qualquer momento. Meu estilo de lutar me deixa exposto a golpes muitas vezes, mas eu luto em curta distância e os socos nunca me incomodaram tanto. A dor está nos bastidores do boxe. É um negócio duro para 99% dos pugilistas e isto pode acabar com você.
O que determinou sua ida ao MMA?
Antes de meu último combate que foi dia 3 de dezembro eu sabia que ia para uma revanche e havia duas possibilidades. Eu bateria Delvin e então enfrentaria (James) Kirkland, houve uma proposta verbal caso eu batesse Delvin, ou talvez (Cornelius) Bundrage ou o vencedor entre Miguel Cotto e Antonio Margarito no próximo combate. Se eu perdesse para Delvin eu sabia que era o fim da linha no boxe e seguiria para o MMA. Eu esperava pela primeira via, mas a segunda não era uma má escolha. Agora estou empolga em ir pro MMA.
Já treinou outros estilos de luta além do boxe?
Por natureza sou wrestler e me tornei um bom kickboxer. Eu treinava ambos enquanto no boxe para ajudar no condicionamento, portanto nunca abandonei estes dois estilos.
O que você sabe do jiu-jítsu brasileiro? Gostaria de treiná-lo no Brasil?
Minha sensação é que é a melhor maneira de iniciar. Estes caras são a elite. É uma grande maneira de auto-defesa. Estou treinando agora e aprendendo algumas técnicas. Espero um dia ir ao Brasil. Seria muito legal. Um dos maiores lugares no planeta pelo que escuto falar, mas nunca estive aí.
Quem são seus favoritos no MMA?
Jon Jones, GSP (George St. Pierre) e Rashad Evans.
O que você pensa de boxeadores no octógono?
Eu creio que é necessário um tipo especial de boxeador para obter sucesso no octógono. Você precisa ser um forte wrestler em minha opinião, que é onde comecei a fazer meu nome no começo. Se for com o pensamento correto poderá ser bom, mas é preciso saber as diferenças entre MMA e boxe e também deve saber que você será agarrado e arremessado. Esta além de trocar socos.
Quem você gostaria de enfrentar no octógono?
Eventualmente eu quero os melhores peso leves. Mas entrarei devagar para ter certeza que estou no caminho certo antes dos grandes desafios. Como sou conhecido sei que vai ter gente querendo me colocar acima e mais rápido do que eu quero, porém estou pronto porque eu sei o momento que devo ir atrás dos cinturões. Será muito divertido para mim.