Artigo de Opinião
O leitor e fã assíduo Marcelo de Arruda levantou uma questão importante no espaço do Córner do Leão no Facebook em relação ao apresentado por brasileiros no boxe internacional. Os empresários e pugilistas nacionais precisam pensar em combates mais equilibrados e não esperar apenas elogios grandiosos.
Existem as delimitações sociais e as bolsas do exterior são atraentes, porém a derrota de um reflete sobre todos os outros pugilistas locais ainda mais se ela vier muito rápida, o que pode se dar pela a diferença de capacidade de um atleta para outro.
No mês de maio o comentarista de boxe Daniel Fucs fez recapitulação das investidas de brasileiros no exterior em abril e de 8 pugilistas apenas 2 voltaram para casa com vitória, dentre eles um saiu desacreditado e visto como azarão dado a fama que o país tem no exterior, mas voltou com o ouro, enquanto outro já era visto com condições de vitórias por conta de seu currículo e da capacidade de seus agentes internacionais. Alguns dos demais que sofreram revezes já encontraram o gosto da perda consecutivamente em outras terras.
No Brasil, posto neste blog os cartéis dos combatentes, os mesmos visíveis pelo site Boxrec, e há encontros que a diferença do currículo se destaca. Veteranos enfrentando debutantes ou pugilistas com acumuladas derrotas que não conhecem uma vitória há anos. Cada indivíduo é único, porém para o leigo e o público de outros países a impressão é que nosso país é exportador de carne... humana.
Outra preocupação são os exames médicos. Muitos afirmam não ter condições financeiras de fazê-los, mas será que o custo de seguir no ringue vale uma possível sequela no futuro ou até mesmo a morte em decorrência de batalhas?
Para atletas que fazem lutas duras em curto espaço de tempo e sparrings mais fortes que muitos encontros "amistosos" uma visita anual ao médico apenas é suficiente?
Há pugilistas se aposentando em condições precárias e isto pode ser encontrado na história do esporte nacional com nomes como Ditão, Mr. Peter Johnson, João Mendonça e Luizão. O boxe é meio de vida e não de morte.
A exposição de idéias quando feita de forma respeitosa apenas colabora com o debate, alguns até mesmo são provocativos, porém não usam de palavras de baixo calão ou ofensas pessoais. Em minha opinião o investimento de patrocinadores nacionais e internacionais só vira quando alguns pensamentos forem reavaliados.