Michael Oliveira / (foto: divulgação)
Há uma incoerência no discurso de alguns que excluem Michael Oliveira entre o meio dos pugilistas. Enquanto o veem com maus olhos por ser rico reclamam que a área carece de investimentos, entretanto a renda patrocinadora se não for pública é proveniente do setor privado.
É como se o rico não pudesse boxear, mas apenas assistir e patrocinar. Ainda assim mesmo se o lutador não apresentar o progresso esperado não poderá ser criticado, afinal "nunca subiu num ringue". Com tal mentalidade é difícil atrair possíveis investidores.
Michael aparece na mídia, em seus carros e viagens, porém mesmo tendo um comportamento que ofende alguns conseguiu junto ao seu pai, Carlos Oliveira, levar o boxe brasileiro para a televisão. Teve as ferramentas à sua disposição e fez sua vontade.
Popó ao participar do embate também faz parte deste processo tanto que hoje aparece em programas televisivos. Do trio de protagonistas se tornou o maior destaque, o que é plausível dado seu currículo maior e nome internacional firmado.
Dos alicerces de Michael e Carlos
"Quem não lança os alicerces primeiro, poderia com uma grande virtude estabelecê-los depois, ainda que fossem feitos com dificuldades para o arquiteto e perigo para o edifício", Maquiavel, filósofo italiano pensador pioneiro da Ciência Política moderna em sua obra prima O Príncipe (1532).
O jovem pugilista brasileiro radicado em Miami não lançou os "alicerces" ao deixar de trabalhar a base do boxe amador quando criança ou adolescente, o que se reflete em sua jornada, tanto que seu esforço para crescer precisa ser maior. Por outro lado o investimento do pai lhe permite boas condições e os eventos abrigam lutas de outros pugilistas.
Outro "alicerce" que não teve foi o fato de não crescer no Brasil, o que gera preconceito por alguns e uma necessidade de Michael em se adaptar a cultura local, o que vem tentando conforme exibido por matérias transmitidas.
Porém, Michael assumiu um embate duro quando desafiou Popó e busca outro combate quando pede revanche ao homem que o nocauteou no 9º assalto na noite de 2 de junho deste ano em Punta Del Este, Uruguai, a apresentação foi transmitida para todo Brasil, e agora o novo encontro será no Ibirapuera, São Paulo.
Ao enfrentar Popó, Michael tem ao menos o mérito de buscar luta de verdade e não um encontro com alguém de cartel duvidoso ou servir de escada em solo estrangeiro. Michael tem seus defeitos, como todos os homens, porém é interessante olhar um pouco além do perfil de playboy, característica que por si só não é errônea, e apontar outros aspectos de sua personalidade.