sábado, 12 de julho de 2008

Zanza, um modelo de atleta

21% das mulheres negras são empregadas domésticas e apenas 23% delas têm Carteira de Trabalho assinada; 46,27% das mulheres negras nunca passaram por um exame clínico de mama; a renda média mensal das mulheres negras no Brasil, segundo a última Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio, do IBGE em 2003 mostrava que elas recebiam R$ 279,70 enquanto as brancas lucravam R$ 554,60. Esses dados estão no Retrato de Desigualdades de gênero e raça do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (UNIFEM) e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

Em uma nação que segrega seus filhos pelas origens Rosangela Conceição venceu num dos esportes mais masculinos, a luta olímpica e sua vitória é tão estrondosa que foi a única atleta a se classificar aos Jogos Olímpicos de Pequim.

Em 17 de dezembro do ano passado ela recebeu o Prêmio Brasil Olímpico como melhor atleta de luta pelo além de meses antes ter conquistado sua medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos do Rio.

Enquanto seguiam as competições era notável ver o destaque que a mídia especializada dava para suas contrapartes masculinas, enquanto pouco se falava de Zanza. Talvez se ela tivesse aquele biótipo para estampar as capas de revistas com ensaios fotográficos de nus artísticos os fãs saberiam mais de sua história.

Através das suas vitórias Zanza quebra diversos paradigmas embutidos na mulher brasileira pela opinião pública, basta agora só nós vermos.



Entrevista para emissora gaúcha