quarta-feira, 19 de março de 2008

O Fim

Olá amigos leitores,

Infelizmente anúncio o fim do blog Córner do Leão. Mantenho outras atividades além dessa e tenho que manter meu foco. Agradeço a todos pela atenção e foi possível provar que jornalismo esportivo não precisa se manter apenas nos resultados.
Espero que com alguns textos de serviço público eu tenha ajudado alguém.

Infelicidade com o meio de lutas

Um dos meus principais motivos de infelicidade com o meio de lutas é a falta de paixão e jogo de interesses que envolve mídia e empresários em um ciclo que parasita os lutadores. Quando o jornalista assume a função de Assessor de Imprensa ele realmente deve defender o seu "cliente", mas vemos em alguns portais que são apenas os favoritos que fazem parte das notícias.

Porém me entristece muito ver os feitos de muitos que não são exaltados, por não serem das modalidades da moda, jiu-jítsu, M.M.A e muay thai, ou até mesmo por serem mulheres. Temos campeãs internacionais de relevância no wrestling e tae kwon do que ninguém entrevista para mostrar o seu trabalho.

Também vejo na mídia "especializada" a falta de divulgação de projetos voltados para a população carente, e isso é deprimente se analisar o quadro de desigualdade social em um país como o nosso.

Para a sorte dos lutadores que são aqueles que realmente colocam seus corações e vidas na linha de fogo a grande mídia faz materias televisivas de maior alcance sobre esses verdadeiros campeões e esses projetos que acabam sendo abrigos para pessoas necessitadas. Isso é olhar o lado humano e sinceramente considero mais importante que o último resultado da segunda divisão do vale-tudo.

Não creio que o fã de lutas esteja interessado apenas no vale-tudo, apenas no jiu-jítsu ou apenas no boxe ou no tai chi chu an. Devemos dar para ele opções e também oportunidades de conhecer o que acontece quando o ringue é desmontado.

Mas termino dizendo que aprendi muito acompanhando o jornalismo de lutas, alguns dos sites que comentem esses pecados que cito acima fazem um material muito bom também, mas o melhor site de boxe não é apenas da Nobre Arte, é de esportes em geral (ESPN.COM).

Agradecimentos

Agradeço aqueles que me cederam entrevistas, principalmente os que consegui "ao vivo", pois nos olhos desses guerreiros vi as suas alegrias e amarguras o que me enriqueceu como ser humano.

Talvez eu volte em algum site ou até aqui mesmo, mas por enquanto cuidarei das minhas outras atividades. E quem quiser bater um papo comigo pode me encontrar no msn ou nos treinos do Kudo, o clã ao qual pertenço.

Abraços

Gabriel Leão

segunda-feira, 17 de março de 2008

terça-feira, 11 de março de 2008

Projeto Cora Garrido

Clip apresentando o projeto de Nilson Garrido que ensina pugilismo para excluídos sociais embaixo de viadutos.



Créditos:

Imagens:
Carina Zaratin
Fred Ouro Preto
Pedro "Cabron" Jorge
Conrado Vidal

Edição:
Fred Ouro Preto

segunda-feira, 10 de março de 2008

Brasil vence na Croácia


Kickboxers da seleção canarinho derrotam compatriotas de Cro Cop

A Croácia é conhecida pela sua proficiência em lutas na qual tem como principal representante o ex-lutador de K-1 e atualmente no M.M.A Mirko Filipovic “Cro Cop” que além deste talento possuí renome maior dentro do kickboxing que o Brasil.

Nosso país por sua vez tem como seu representante máximo o campeão mundial durante os anos 90 e 2000, Paulo Zorello que a frente da Confederação Brasileira de Kickboxing decidiu dar um novo arranque para a modalidade que durante sua época áurea tinha transmissão em rede aberta de televisão.

Os combates ocorreram na noite de sábado na cidade de Zadar em frente à mais de quatro mil pessoas que presenciaram um desafio entre ambas pátrias no qual os europeus foram representados por um dos principais times do mundo. A vitória se deu por 3 à 2.

O resultado à longo prazo é a CBKB tendo o mínimo de 2 participantes na edição croata do K-1 e a vinda de atletas dessa delegação ao CT brasileiro em setembro.

As Lutas:

Gordan Jukić venceu por pontos Guto Inocente, numa luta muito parelha onde os dois atletas alternaram-se no domínio do combate. Vitória justa do croata que acabou por colocar golpes mais contundentes no brasileiro.

Ariel Machado venceu por pontos Ante Verunica. Ariel, apesar de muito atacado, impôs uma dura experiência a Verunica, que jamais havia perdido em Zadar e estava invicto há três anos. O croata é o atual Campeão Europeu Junior.

Marko Perak venceu por KO a 1,37" do R1 a José Buda. Buda não se achou no combate e foi presa fácil para o croata.

Tadeu San Martino venceu por pontos Marko Benzon. San Martino simplesmente anulou as ações de seu adversário e dominou amplamente os cinco rounds do combate. Dois pontos valorizaram muito a vitória do brasileiro: recebeu um forte, e único castigo, no segundo round e além de assimilar muito bem o ataque de Benzon, virou o round a seu favor e impor um KD ao mesmo. Em segundo, Marko é o principal atleta europeu da categoria até 75Kg, sendo o atual Campeão Europeu e Mundial Amador e Campeão Europeu Profissional.

Na luta que decidiu o confronto em favor dos brasileiros, Omar Fatuche e o local Luka Kalmeta, não pouparam esforços para saírem vencedores no combate. A vitória em decisão dividida dos árbitros, valorizou ainda mais o feito do KickBoxing nacional.

Novo Zorello

O Kickboxing nacional para voltar a ter exposição precisa de um novo Paulo Zorello ou até mesmo uma figura mais carismática que ele e na seqüência é necessário vir outro talento que mantenha a atenção das audiências.

O problema da maioria dos esportes no Brasil são os talentos únicos que aparecem de tempos em tempos mais em razão de suas habilidades naturais do que pelas bases cedidas pelo governo e organizações. O futebol e o vôlei por exemplo tem craques e bons jogadores enquanto as lutas menos populares na mídia só são expostas ao grande público com a chegada de um fenômeno.

Escolinhas, políticas de bolsas de estudos, intercâmbios e outros benefícios garantiriam o sucesso do Brasil em ringues e tatames, e visto o resultado acima é de ressaltar que com o devido apóio o país poderia ser uma potência no esporte e ponto de referência.

Foto: Campanha brasileira vitoriosa na Cróacia

domingo, 9 de março de 2008

Antonio Conceição lança novo portal de estudos voltados para as lutas


Em breve entrevista o atleta da Nova União fala de seu novo espaço na rede

Antonio Conceição passa pelo dilema de muitos lutadores que são julgados pela aparência avantajada como “Brutos Insondáveis” como no conto do escritor Jack London no qual um culto boxeador peso-pesado é visto pelo povo como um estúpido.

Engana-se quem julga esse jiu-jítsuca pela aparência que está mais para o Hulk com o cérebro do Dr. Banner do que o personagem do clássico O Médico e o Monstro (1886) de Robert Louis Stevenson. O professor de Educação Física em uma breve entrevista revelou detalhes sobre o seu novo portal que aborda a saúde dentro dos esportes de luta e sua vontade de criar uma rede de conhecimentos relacionados.

Qual é a proposta do seu portal?

A proposta inicial é levar informação tanto de minhas experiências pessoais como também pesquisas e artigos já realizadas por diversos profissionais das mais variadas áreas, para lutadores, praticantes, acadêmicos e o público que aprecia os esportes de luta. Informação essa que muitas vezes nem todos têm acesso seja por falta de oportunidade ou por falta de um canal específico que abranja o tema. Acredito que vá enriquecer bastante o conhecimento de muitas pessoas.

Como surgiu a idéia de criá-lo?

Surgiu do princípio de que o conhecimento tem que ser transmitido, não pode ficar apenas com uns poucos e como eu tenho o privilégio de ter bastante informações armazenadas seja através de artigos, livros, documentos e outros tipos de mídias achei interessante compartilhar isso através dessa interação e eu espero ter um retorno positivo que pode vir a me ajudar também.

Existe algo semelhante na mídia?

Olha acredito que deve ter com certeza, não sei se do pessoal de lutas, mas acredito que tenha algo similar na web com certeza.

O que você acha de fisioterapia voltada ao lutador no Brasil?

Opa! você fez uma pergunta bastante interessante, creio que vá trazer uma grande evolução na área de lutas e uma grande oportunidade aos profissionais da área de fisioterapia e reabilitação, embora esses mesmos profissionais terão que se aprofundar nas lesões e traumas que ocorrem nos atletas dos mais variados esportes de luta. Aproveito já a oportunidade para falar a respeito de um CD informativo de minha autoria que deve estar sendo lançando a partir do segundo semestre em parceria com mais dois profissionais da área de saúde,intitulado “Lesões no JIU-JITSU, o que ocorre ?” que explica o que acontece quando é aplicada uma técnica de chave ou torção, por exemplo no Jujigatame conhecido como arm-lock,que é uma chave de braço reta, que muitos imaginam que ocorre uma fratura, mas na verdade o que ocorre são rupturas de tendões, ligamentos e músculos próximos a essa articulação. Aguardem, pois vai ser de grande valia para todos envolvidos com Artes Marciais ou não.

O que a Educação Física pode levar ao atleta de jiu-jítsu?

Os benefícios da Educação Física são bastante significativos não só para os atletas de jiu-jítsu, mas como de outras modalidades também, sobre tudo para os professores que poderão através de um aprendizado sobre maneiras de ensino e da aplicação uma didática clara, melhorar a condução de suas aulas e com isso fazer com que os alunos absorvam e fixem melhor o aprendizado.

Antonio Conceição - Arquivo Pessoal

Link:

http://antonioconceicaojiujitsu.blogspot.com/

sábado, 8 de março de 2008

Mayweather ataca no pro-wrestling



Mayweather e Big Show na coletiva de imprensa do WrestleMania XXIV - AP Photo Nick Ut


O melhor boxeador independente de peso estréia em luta coreografada

Floyd “Pretty Boy” Mayweather, peso meio-médio (67kg) entrará no tablado de pro-wrestling contra Big Show de 2,13m e 200kg pela empresa WWE no evento Wrestlemania XXIV em 30 de março de 2008.

A investida do carismático pugilista pode ser vista como uma jogada de marketing do mesmo naipe de seu interesse em ingressar no vale-tudo, pois a finalidade é de atrair fãs de outras modalidades. Outros boxeadores antes dele já fizeram isso.

O telecatch é nos E.U.A é visto como um espetáculo trash apesar de ser muito popular, mas hoje consegue atrair nomes como o do bilionário Donald Trump, o ator Sylvester Stallone e o governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger.

A diferença de tamanho entre os contentores não é estranha nesse tipo de atração, desde que ocorrem “lutas” entre anões e gigantes e até mesmo homens contra mulheres musculosas. O que motiva o público é a dúvida: “Quem sairá vitorioso, o boxeador ou o pro-wrestler?”.

Boxers VS Wrestlers



Ali x Inoki - 1976 - AP Photo

Em 1976 Muhammad Ali, ícone do esporte subiu no ringue com o japonês Antonio Inoki em uma luta programada, mas que o “Maior de Todos” decidiu fazer real. O asiático desferiu deitado no chão desferiu chutes em sua coxa e o resultado foi o americano tendo que tratar a perna no hospital sem ter acertado um soco, o desfecho do combate foi um empate que não empolgou o público. Ali recebeu US$ 6 milhões e tornou-se amigo de Inoki que hoje é importante figura política em seu país.

Mike Tyson em 1998 após o afastamento dos ringues em razão da mordida na orelha de Holyfield também tentou o esporte de Ted Boy Marino, e ingressou pela WWE no grupo de anti-heróis e vilões D-Generation X, de Shawn Michaels e Triple H atuando como um segurança para ambos em sua rivalidade contra Stone Cold Steve Austin. O resultado foi pejorativo para sua imagem, devido aos seus gestos dirigidos a sua genitália em frente ao público e no final pouco acabou repercutindo no resto do mundo.

Outros lutadores de boxe após a aposentadoria tentaram seguir no pro-wrestling, um deles foi o lendário Joe Louis que o fez para pagar suas dívidas com o governo americano. O Brown Bomber estava com mais de 120 quilos e mal conseguia se mover no ringue. Após a queda de um dos seus oponentes sobre seu corpo, passou a sofrer problemas de coração e teve de se afastar.

A entrada de Mayweather é uma jogada de marketing, mas não é a mais esperta, pois mesmo que ele ganhe US$ 20 milhões ou até mesmo US$ 1 milhão como os especialistas suspeitam esse não será o ponto mais alto de sua carreira e o tempo que ele leva treinando coreografias deveria ser empregado nos sacos de boxe para lutas contra Miguel Cotto e nomes fortes dentro do pugilismo.

Mayweather x Big Show - No Way Out - WWE 2008



Mike Tyson no pro-wrestling 1998



Ali x Inoki 1976

sexta-feira, 7 de março de 2008

O Legado Roma


A ausência de Renato Roma abre portas para novos talentos do wrestling

Com a aposentadoria de Michael Schumacher o fã de F-1 pode ver a confirmação do talento de Fernando Alonso e Mika Raikkonen além da ascensão dos jovens Lewis Hamilton e Felipe Massa. O mesmo ocorrerá na luta olímpica brasileira em 2008 dentro da categoria até 74 kg estilo livre.

Na luta Renato Roma deixou as sapatilhas no tapete na seletiva nacional dos jogos Pan de wrestling com isso abriu vaga para Cláudio Calazans, atleta de muito talento dono de faixa-preta de jiu-jítsu e judô que ainda conta com muitos títulos dentro da arte suave.

Seu treinador Milton Bastos possui experiência com a luta e está moldando um dos melhores talentos na atualidade.

Outro nome que promete crescer é Fábio Neves, aluno de Edson Kudo que entre seus pontos positivos possui uma forte capacidade de explosão e flexibilidade. No ano passado enfrentou Calazans no paulista e acabou derrotado, mas pode sair campeão esse ano. Ambos são apenas dois talentos de São Paulo, há outros no resto do país, principalmente Rio de Janeiro.

A categoria até 74 kg é a mais disputada até mesmo pelo biótipo do brasileiro que não chega a ser franzino como o asiático e tampouco musculoso como o russo, por isso se concentra o maior número de atletas.

Com a ausência de Roma os atletas podem mostrar seu talento, mas essa mesma falta faz com que se perca um pouco do interesse, pois o penta-campeão brasileiro era o homem a ser derrotado.

Como diz o pro-wrestler Ric Flair: “To be the man you gotta beat the man” (Para ser o homem você deve derrotar o homem, em tradução livre).

Foto: Renato Roma nos Jogos Abertos do Interior 2007 / Arquivo Pessoal

quarta-feira, 5 de março de 2008

Jaoude Bros


Irmãos wrestler trazem mais duas medalhas para o Brasil

Depois dos bronzes de Rodrigo Artilheiro e Rosangela “Zanza” Conceição, foi a vez dos irmãos Jaoude subirem ao pódio. Antoine faturou a prata e Adrian mais uma de bronze o que colocou a equipe verde e amarela no quarto lugar do Pan-Americano de Luta Olímpica realizado em Colorado Springs no final de semana.

Os três primeiros são E.U.A, Cuba e Canadá, e é visível a evolução se comparar com o resultado do ano passado. Antoine lutou acima da sua categoria de costume conforme informa o site Portal das Lutas, venceu o mexicano radicado nos E.U.A Larry Langdowski e foi superado na final pelo estadunidense Tommy Rowlands. Seu irmão mais novo não chegou a disputar o bronze em razão de uma lesão sofrida pelo cubano Reineiri Sala.

Antoine não tem mais nada para provar dentro do cenário nacional de wrestling, já que se mostra uma força dentro do tapete olímpico, mas Adrian era sempre lembrado por ser “o irmão do Antoine”. Mesmo que a medalha do jovem não tenha sido conquistada em combate vale ressaltar que este está conseguindo sair da sombra do irmão e buscando seu próprio espaço.

Foto: Antoine e Adrian Jaoude em ensaio artístico da Mineral Image sobre atletas dos jogos Pan-Americanos / por Guilherme Cunha, Rodrigo Mendes e Daniel Moreira

Adrian Jaoude x Marcos Poubel por X-COMBAT

terça-feira, 4 de março de 2008

Casa dos lutadores


A necessidade de uma associação pelo bem estar do lutador

Gerry Cooney, desafiante ao cinturão de Larry Holmes que junto com ele protagonizou uma das lutas históricas do boxe criou a F.I.S.T, Fighter’s Initiative for Support and Training (Iniciativa dos lutadores para assistência e treino, em tradução livre) visando o bem-estar dos atletas após pendurarem as luvas. Idéia semelhante poderia ser implantada novamente no Brasil.

De acordo com o livro O Box ao Alcance de Todos escrito por Waldemar Zumbano em 1951 a entidade União Pugilistica do Brasil congregava técnicos, boxeadores e simpatizantes da nobre arte para promover apóio ao atleta. A União citada pelo tio de Éder Jofre foi uma pioneira em caráter mundial.

Desde que o boxe profissional se estabeleceu no país e também com o crescimento do vale-tudo são conhecidos muitos casos de lutadores que são explorados durante a carreira e acabam na pobreza após ela, enquanto promotores de eventos, empresários e outros profissionais ligados seguem com suas vidas.

É cabível ressaltar que uma agremiação de lutadores poderia ver melhor seus interesses e não deixá-los apenas na mão de terceiros, mesmo que esses digam “olha já fui lutador, sei como é”, pois exatamente no passado este indivíduo subiu num ringue, porém hoje seus interesses são outros, claro não é racional generalizar ainda existem bons empresários, técnicos e promotores.

A associação poderia auxiliar em casos como o de Valdemir Pereira, o Sertão que de campeão mundial passou a zelador de ginásio, também vale lembrar de Pedro Galasso que quase morreu no esquecimento lutando contra o mal de Alzheimer mesmo sendo primeiro campeão internacional de boxe produzido no Brasil.

Se os artistas possuem um abrigo para os aposentados não ficarem na miséria, por quê os lutadores não podem ter o mesmo? Todos os grupos profissionais possuem sindicatos, falta o dos lutadores.

Foto: Pedro Galasso / Antonio Cottet – Gazeta Press

segunda-feira, 3 de março de 2008

Avante lutadores!


Zanza e Artilheiro são bronze em pan-americano nos E.U.A

Dois dos principais nomes do wrestling nacional medalharam na competição realizada em Colorado Springs. Rodrigo Artilheiro vem sendo treinado por europeus no CT do Minotauro e apresentou visível evolução desde o Pan do Rio que conseguiu impor no Pan da modalidade.

Zanza é um caso que rende um filme, treina luta olímpica em um país machista, não obteve sucesso no judô e não tem um salário condizente com sua posição de representante do país, tudo para uma história de drama nos cinemas, mas assim como são os campeões ela se superou e mostrou que o seu bronze tem gosto de ouro.

Acompanho seus treinos e em algumas oportunidades fui seu sparring, realmente é difícil ver alguém tão dedicado é ao wrestling. Todo o seu esforço combinado e daqueles a sua volta como o preparador físico Zequinha Barbosa mostram porque ela é atleta de luta olímpica conforme apontou o prêmio Brasil Olímpico.

Parabéns Zanza e Artilheiro.

domingo, 2 de março de 2008

Anderson Silva o melhor lutador independente de peso



Em frente à mais de 16 mil aficionados por vale-tudo acompanharam a confirmação de Anderson Silva como o maior lutador independente de peso da atualidade. Com Fedor sem bons adversários o brasileiro mostrou que é o rei da gaiola ao superar o campeão do Pride Dan Henderson.

Lutando nos E.U.A contra um herói nacional, o sul-americano foi superado no primeiro round e assustou os seus compatriotas ao sofrer as quedas de wrestling e o bruto jogo de ground’n’pound que caracteriza seu rival. Mas assim como seu personagem de gibi favorito, o Espetacular Homem-Aranha, Silva voltou para o segundo assalto fazendo aquilo que é melhor: chutes de muay thai que colocaram o adversário em seu devido lugar, o chão. O que se viu depois foi o jiu-jítsu moldado pelos irmãos Nogueira na forma de um mata-leão e a constatação de que Anderson “The Spider” Silva é o melhor independente de peso na atualidade.

Campeão

O Brasil deve muito a Anderson Silva, pois a partir da porta que reabriu dentro do vale-tudo ao reconquistar o país viu "que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte."

Foto: Anderson Silva / Divulgação

sábado, 1 de março de 2008

Entrevista Alexandre He-Man


Alexandre He-Man possui um respeitável currículo no mundo das lutas como um dos principais expoentes no ensino de luta olímpica na região sul do país. Suas técnicas já foram demonstradas por nomes como Wanderlei Silva nos ringues do Pride.

Em entrevista He-Man fala de sua vitória dentro do submission, suas verdadeiras possibilidades no mercado do vale-tudo e os grupos skinheads que se fortalecem no país.

Você andou um período afastado das competições. Ao que se deve essa ausência?

Em 2006 fiz minha última luta num campeonato estadual de jiu-jítsu, foi uma experiência muito interessante competir numa arte marcial tão poderosa e tão difundida mundo afora que é o nosso Brazilian Jiu Jitsu. Foi num período onde eu estava dando menos aulas e pude me preparar para a competição. Logo após voltei as minhas atividades normais, acrescentando a criação do evento chamado Curitiba Top Fight, juntamente com o professor Paraná, comecei a dar aulas em outros pontos da cidade e também tentando desenvolver meu projeto social de luta olímpica para crianças carentes. Tudo isso tomou todo meu tempo e não pude treinar adequadamente para nenhuma competição neste período.

Como surgiu a oportunidade de lutar submission?

Surgiu a convite de um amigo pessoal que é o atleta Marcelo Brito quando estávamos numa praia de Santa Catarina no carnaval, aproveitando que estaria de férias em algumas turmas q dou aula, usei este tempo para me preparar. Eu tinha muita curiosidade de lutar submission para sentir as dificuldades e técnicas desta luta. Então não desperdicei a oportunidade.

Quais foram as dificuldades que encontrou para derrotar Michel no evento de submission da Thai Brasil?

O Michel é da nova geração de uma equipe tradicional de Curitiba que é a Bit, e o professor Dias traçou uma estratégia muito boa para ele evitar minhas quedas, então a luta se desenrolou no solo, e logo no inicio do combate ele puxou para guarda e eu encaixei uma chave no pé, naquele momento achando que iria finalizar a luta, dei todo meu gás nesta investida, mas estávamos suados e ele conseguiu escapar, então foram 6 minutos de batalha no chão, onde consegui passar a guarda duas vezes e vencer por pontos.

O oponente era mais novo. Isso pesou no combate?

Eu penso que não pesou tanto, pois naquela hora o que mais vale é a preparação física, tática e psicológica, e isso independe da idade. Mas com certeza este atleta tem um futuro muito grande pela frente e ainda vai dar muito trabalho.

Você pretende voltar ao circuito?

Bom, pra responder esta pergunta eu vou usar esta frase:

“Alguns homens lutam um dia e são bons;
outros lutam um ano e são melhores;
os que lutam vários anos são ótimos;
mas os que lutam a vida toda...
...esses são imprescindíveis."

(Bertolt Brecht)

Pensa em estrear no vale-tudo?

Sempre existe aquela curiosidade de como me sairia numa luta de vale-tudo, e de experimentar toda a preparação, treinamento, tática, etc. Mas o vale-tudo não é simplesmente uma luta de submission, wrestling, ou boxe. Ele exige muito mais do atleta, por ser um misto de artes marciais, e por isso mesmo merece mais tempo e mais dedicação na preparação. Mas eu não descarto esta hipótese, se tiver uma boa oportunidade com certeza não desperdiçarei.

Como são os treinamentos na Noguchi?

Os treinamentos são diários e muito puxados. Todo dia pela manhã tem o treino de vale-tudo, e 3 vezes por semana de manhã tem o treino de jiu-jítsu com o Marcos Schubert da Gracie. A tarde fica para treinos de musculação e muay thai. A noite treinos de vale-tudo, submission e wrestling comigo. O muay thai é o carro-chefe da equipe Noguchi, por isso tem treinos a qualquer hora do dia.

O que acha da situação do wrestling pós-Jogos Pan-Americanos Rio 2007?

Os jogos Pan-Americanos deram uma excelente divulgação ao wrestling e principalmente aos atletas que conseguiram medalhas. Mas logo após o final dos jogos a atenção da mídia se voltou para os esportes mais visados no Brasil, que são o futebol, vôlei, etc., deixando de lado nossa luta olímpica. Esperamos mais um sopro de divulgação com os Jogos Olímpicos e mais atenção e investimentos por parte da iniciativa privada.

Você leciona em cidades de Santa Catarina e Paraná na região sul do país. Essa mesma área apresenta problemas com grupos de skinheads neonazistas. Algum já o procurou para dar aulas?

A maior concentração de “skins” é no Rio Grande do Sul, e realmente ocorreu de um grupo de uma cidade do interior ter entrado em contato comigo, e perguntando sobre a possibilidade de eu ensinar algumas técnicas de wrestling para eles. Por curiosidade o valor por eles oferecido era dez vezes maior do que o valor que normalmente eu cobraria. Mas tem coisas que o dinheiro não compra, e por não concordar com a ideologia deste grupo, optei por não aceitar o trabalho.

Em sua opinião quais são os danos que eles causam para a sociedade?

Toda forma de racismo, ou preconceito é prejudicial à uma sociedade, e nós não podemos dar armas e subsídios para que estes grupos se tornem mais fortes e mais nocivos à liberdade de raça, credo, cor, opção sexual e social.

Foto: Alexandre He-Man (azul) x Michel / 1º Round