domingo, 2 de setembro de 2007

A Coragem do brasileiro


No filme Tróia de 2004, Heitor aceita enfrentar Aquiles mesmo sabendo que será seu último duelo. A sua coragem perante a morte mostra que heróis estão dispostos à “conseguir ou morrer tentando” como dizem em filmes de ação e gibis.

Um brasileiro que teve uma noite parecida em 30 de março de 2003 foi Jefferson Tank que subiu no ringue do K-1 para enfrentar o maior nome da modalidade, Ernesto Hoost

Hoost conhecido como Mr. Perfect era maior, mais forte, mais experiente e mais famoso que seu adversário e nocauteou o latino no primeiro round. Se falar para um leigo ele pode responder “mais um brasileiro que foi perder no exterior”, mas aqueles que viram a luta podem ver no olhar de Tank o ‘coração’ de lutador que motiva e faz com que os azarões tenham uma superação proporcionalmente mais marcante que o favorito.

Tank lutou com a garra das seleções africanas nas Copas do Mundo, como aquele garoto magro do colégio que não agüenta mais as afrontas do gordo valentão da sala de aula, como o pobre que levanta todo dia cedo para garantir o pão de seu filho mesmo sabendo tudo que vai ter que agüentar para conseguir “pouco”.

Com essa “derrota” Tank abriu a porta para muitos brasileiros e para o Muay Thai. Lembro dele quando o conheci nos treinos do Kudo Wrestling Team e nem tinha noção do seu feito, anos depois o entrevistei e vi que afastado por uma lesão do mundo das lutas a alguns membros mídia especializada o tinham esquecido.

Na sua última luta de vale-tudo Tank sofreu um revez e perdeu para o sparring de Tito Ortiz, mas quem já treinou com ele ou mesmo lutou contra ele sabe que ainda não conseguiu mostrar todo seu potencial no vale-tudo. Os lutadores de sua categoria devem abrir seus olhos porque são poucos que possuem a coragem para enfrentar um verdadeiro Golias.