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terça-feira, 5 de novembro de 2024

Felipe e seus irmãos


Foto: Felipe Locanto ao vencer a Forja dos Campeãos de 2011 / Alessandro Michel


“Aqui não é local para playboy”, “ele não vai conseguir”, “é só uma brincadeira”, essas e outras falavas eram escutadas muitas vezes em baixo tom, mas algumas em alto também, enquanto o boxeador amador Felipe Locanto, acompanhado por seu irmão Giuliano e seu técnico Alex “Pit” Cardoso, assistia as rodadas da Forja dos Campeões de 2011 na arquibancada de cimento e pintura desgastada do Ginásio Baby Barioni, em São Paulo.

Avistei o trio ao chegar, um treinador de boxe os apontou para mim e falou em tom de desprezo da empreitada deles; eu já conhecia Cardoso, o havia entrevistado e no que nossos olhos fizeram contato, ele me chamou pelo meu nome e com um aceno pediu que eu me aproximasse deles, então fui apresentado aos irmãos, enquanto Cardoso me elogiava para eles exaltando o meu trabalho cobrindo boxe e a educação que me foi dada pelos meus avós. Na próxima semana Locanto estrearia.

Diferente do encontro anterior, o clima estava sóbrio no vestiário, apesar do trio sorrir ao me ver, não havia espaço tampouco intimidade para brincadeiras. As paredes claras com o chão revestido de azulejos em tons pastéis aumentavam a sensação de frio do lugar.

Alex é um rapaz com uma pele levemente bronzeada, como a de alguém que se sente à vontade na praia, cabelos negros, ombros largos, antebraços rijos, com olhar e falas rápidas. Seu carisma combinado com sua seriedade ajuda a entender sua credibilidade junto aos seus clientes que em geral são de classes mais abastadas. Alex sabe transitar entre diferentes ambientes como me apontou seu antigo treinador e campeão mundial Miguel de Oliveira (1947 – 2021), enquanto comíamos uma pizza em Santa Catarina.

Mais afastado ficava Giuliano, cabelo castanho escuro, barba por fazer, altura próxima da dos outros dois, postura de senador romano, jaqueta azul marinho cobrindo a camiseta preta, enquanto os olhos castanhos e arredondados circulavam boa parte do ambiente já que suas costas estavam voltadas para a parede, uma posição de quem quer ver aqueles que entram e saem. O boxe apesar de saudável e revigorante atrai algumas personalidades com as quais se precisa ter cautela, e Giuliano percebeu que eram estranhos em um novo ambiente.

Trajando uma regata branca e um calção branco com faixa lateral preta, Felipe moveu a cabeça para a esquerda e sorriu ao me ver, então voltou a se concentrar em sua respiração, enquanto Alex preparava sua bandagem e lhe passava as instruções finais ao mesmo tempo que pedia minha atenção no combate vindouro. Em posição ereta, o peito do jovem boxeador enchia e esvaziava vagarosamente, os olhos que são contentes pareciam adormecidos, quase opacos, não como o de alguém que está próximo da hora de dormir, mas como os de um atleta que entra num espaço que poucos frequentam ou mesmo conhecem, uma espécie de transe.

Os traços faciais dos irmãos lembram as estátuas de uma Roma Antiga, enquanto a linguagem corporal tem a elegância de pessoas que não fazem do dinheiro seu mote de vida e o usam como ferramenta tanto que não esquecem suas origens no sul da Itália, na cidade de Catanzaro, com homens acostumados com o trabalho físico e maneiras humildes.

Alex passava as faixas nas mãos de Felipe com a habilidade e a calma de um escultor, há toda uma técnica envolvida que feita errada pode desclassificar o atleta e assim aniquilar os seus sonhos. As pessoas pensam que é só enfaixar as mãos dando voltas quando na verdade serve para a proteção dos pulsos e das juntas que unem os dedos e as mãos. Os olhos de Felipe seguiam em outro lugar, tamanha é a confiança em Alex.

Dentro do ringue, Felipe mostrou bom movimento de pernas que usou com propriedade para impulsionar a movimentação de seu tronco, ajudando a desferir cruzados e golpes no torso com potência e precisão, além de ajudá-lo a manter a distância ideal do adversário. Alguns dos críticos tinham feições de surpresa mesmo que buscassem disfarçá-las, outros perceberam que aquele que seria o "azarão" da categoria podia trazer sérias dificuldades aos seus atletas.

Foto: Felipe Locanto / Alessandro Michel

Conquistando seu território

 

O desenvolvimento nos fundamentos do boxe com Alex Cardoso guiou Felipe Locanto para a final da Forja dos Campeões, torneio realizado desde 1941 e que viu terem campeões como o “Galo de Ouro” Eder Jofre e Adilson “Maguila” Rodrigues. Conforme progrediu, o pugilista que trabalha como arquiteto dissipou as dúvidas de suas qualidades no ringue.

Enquanto se preparava para sua grande noite, Felipe, assim como seu oponente William Costa e outros pugilistas, foi surpreendido no dia 5 de abril ao ser informado de que a final da Forja não seria realizada nas dependências do Conjunto Desportivo Baby Barioni, sendo que o veterano dirigente da Federação Paulista Newton Campos (1925 – 2022) teve de reorganizar o desfecho no Ginásio do Pacaembu no dia 12 do mesmo mês.

A mudança repentina afetou os atletas financeira, física e psicologicamente. Felipe representava a L.B.B.A., enquanto William Costa defendia as cores de Bauru em busca de um título inédito para a cidade.

Enfim, Felipe e William se encontraram no ringue, e o que se viu foi um rito de passagem deles. Enquanto Felipe é conhecido pela proeza técnica, explosão e força física, do outro lado tinha um atleta mais baixo, o que lhe rendia melhor centro de gravidade, e também dotado de maior força física.

Entre os torcedores se tinha mais amigos e parentes de Felipe do que nas outras noites, Alex coordenava as ações do atleta, enquanto Giuliano os auxiliava no corner.

Antes do combate pude conhecer as dependências da L.B.B.A. e seus atletas. Porém para a final, Alex elevou o grau de dificuldade de Felipe o levando para fazer sparring fora de seu círculo, em ambientes nos quais os pugilistas tratam as sessões de treino como combates por campeonatos tanto que ao verem Felipe acreditariam que ali poderiam descontar seus problemas com o mundo, mas o jovem saiu-se vitorioso.

O resultado da ousadia de Alex com os irmãos se viu no ringue, além dos atributos consolidados como a técnica apurada, a explosão e a força física; a esquiva e o jogo de corpo de Felipe melhoraram exponencialmente, o fazendo atuar como se fosse mais leve que um peso meio-pesado.

Após o árbitro erguer o braço de Felipe, Alex ficou eufórico, o que raramente se vê; Giuliano sorriu mais do que o habitual, já os amigos e parentes eclodiram nas arquibancadas como pessoas que se veem num momento livres dos problemas que as afligem e compartilham o sentimento de serem eles mesmos no quadrilátero.

Newton Campos premiou Felipe como o lutador mais técnico do campeonato, prêmio que raramente dava. Os pugilistas se abraçaram respeitosamente, pois dividiram um momento que foi apenas deles, muito intenso, mas que também sabiam que dificilmente se veriam em outra oportunidade.

Raramente me aproximo de entrevistados e pessoas das quais faço perfis, até por uma questão de imparcialidade. Porém aconteceu com Felipe, Giuliano e Alex. Apaguei um perfil previamente de Felipe acreditando que escreveria algo melhor, mas hoje vejo o meu erro porque não deveria ver como um trabalho artístico, mas como um registro daquelas noites de 2011 e de seus personagens. Com o tempo me afastei e precisei de mais de uma década para escrever esse perfil.

O que Felipe Locanto fez naquela noite vai um tanto além de um álbum de memórias guardado em um canto da casa ou em uma pasta de computador, o pugilista que projeta casas e prédios além de tocar piano mostrou a capacidade do boxe de abraçar pessoas de diferentes meios e origens. 

Foto: Alexsandro "Pit" Cardoso, Felipe Locanto e Giuliano Locanto / Arquivo Pessoal.

Nota do editor: Esse texto é uma retificação do passado, mas o blog não voltará a ser atualizado. Obrigado por sua audiência.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Jackson Jr. é eleito em enquete melhor meio-pesado do Brasil


Jackson Jr. / (Foto: Divulgação)


Ele já nocauteou Pedro Otas e Ratinho, tem contrato com Servílio de Oliveira e Art Pelullo e na última votação do Córner do Leão o leitor o escolheu como o melhor meio-pesado brasileiro. Seu nome: Jackson Jr., o “Demolidor”.

O apelido faz sentido, de seus nove confrontos, apenas um foi até o limite, ou seja, terminou no gongo final em combate programado para 4 etapas. Diante de Otas fez a luta que foi declarada a maior de 2011 pelo jornalista Wilson Baldini do grupo Estado de S. Paulo.

No mesmo dia calou muitas personalidades do meio que apontava o adversário como favorito ao mostrar que pode lutar mais que 4 rounds. Foi até o 9º quando com uma avassaladora sequência venceu o adversário forçando o árbitro a interromper a contenda.

A enquete o colocava diante de dois talentos nacionais, o campeão latino da Organização Mundial de Boxe (OMB) Ratinho e Alexsandro “Pit” Cardoso. Uma revanche com o primeiro fica difícil vendo que navega por mares internacionais.

Porém um embate contra Pit seria formidável para ambos. Cardoso que luta por Santana de Paranaíba e pelo empresário Eduardo Melo Peixoto abriria os olhos internacionais se conquistasse a vitória, enquanto, Jackson caso supere o oponente poderia se proclamar rei do Brasil e expandir seus domínios para outras regiões da América e outros continentes.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Três homens entram, um homem sai


Jackson Jr., Ratinho e Alex Pit / (Fotomontagem em material de Divulgação e de Ana Prata)




No filme Mad Max: Além da Cúpula do Trovão (Mad Max Beyond Thunderdome, 1985) o protagonista Mad Max Rockatansky (Mel Gibson) se vê lutando por sua própria sobrevivência numa arena de gladiadores pós-apocalíptica que batiza o filme. A torcida ensandecida grita “dois homens entram, um homem sai”.


Torneios como os produzidos pela Showtime e os GPs do extinto Pride (MMA) atiçam a curiosidade da plateia ao mostrar a “sobrevivência do mais forte”, no primeiro caso os boxeadores se enfrentaram num sistema de pontos corridos tendo uma segunda fase eliminatória, enquanto no Pride japonês os lutadores se encaravam num sistema de chave para definir o melhor na mesma noite era normal o campeão fazer três lutas.


O boxe brasileiro precisa de grandes lutas para se reerguer, a apresentação entre Pedro Otas e Jackson Jr. mostrou que há nomes de qualidade e que eles evoluem se enfrentando e não batendo em escadas. Otas mesmo perdendo o embate terá uma disputa de cinturão cruzador WBF no exterior, enquanto, Jackson aumentou sua reputação além de amadurecer.


Na categoria dos meio-pesados o Brasil tem três ases. Marcus Vinícius de Oliveira, o “Ratinho” (22-1-1, 20 KO’s) que é hoje um dos brasileiros de maior destaque no exterior sendo apontado pelo BoxRec como o melhor da categoria no país. Detentor do título latino da Organização Mundial de Boxe tem portas abertas além dos oceanos.



Outro ás é Jackson Jr. (9-0-0, 8 KO’s), o “Demolidor” que tem como mentor o ex-pugilista medalha de bronze nos jogos olímpicos do México em 1968, Servílio de Oliveira, que guiou Valdemir “Sertão” Pereia ao título mundial. O jovem além de Otas já nocauteou seu desafeto Ratinho.


O terceiro membro desta elite brasileira de luvas é Alexandro “Pit” Cardoso (12-0-0, 11 KO’s), membro da equipe formada por Eduardo Melo Peixoto tem como qualidades a técnica e os golpes precisos, infelizmente não tem tido muita atividade de ringue, mas é um sucesso garantido de público tendo uma ala de fãs numerosa.

Uma disputa na qual os três se encontrassem valendo pontos corridos com transmissão por uma emissora a cabo e realizada em um palco decente para espetáculos dando conforto para a torcida resgataria o charme do boxe que teve seu auge no ginásio do Ibirapuera e no Cassino da Urca. Os talentos o pugilismo brasileiro já tem, só faltam os investidores e os empreendedores.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Forja dos Campeões 2011 tem seu último capítulo no Pacaembú

Felipe Locanto, família e amigos / (Foto: Arquivo Pessoal)


Terminou ontem, terça-feira (12/04) o tradicional Forja dos Campeões, torneio com mais de 70 anos de história. A edição deste ano teve seu desfecho no ginásio do Pacaembú, já que o local de costume, Conjunto Desportivo Baby Barioni, foi interditado.

A Forja dos Campeões deve ser mantida, pois nele há um rito de passagem no qual meninos cortam simbolicamente o vínculo com os país e se tornam adultos, assim como as mulheres tem os bailes de debutante desde tempos imemoriáveis os garotos mostram que se transformaram em homens participando de campeonatos de luta. A única passagem negativa foi a necessidade da atuação do CHOQUE da PM paulista para conter alguns arruaceiros.

O destaque deste ano foi Felipe Locanto, um dos atletas mais técnicos que se viu nos últimos anos da competição. O jovem que venceu na categoria até 81 kg é aluno do profissional do boxe Alexsandro “Pit” Cardoso.

A categoria Mosca Ligeiro (49 kg) teve como campeão Júlio Catelan (EB. Poá) que protagonizou um confronto disputado diante do digno Danilo Silva (Jepom S. Vicente). O site da Federação Paulista de Pugilismo aponta o campeão da categoria como promessa do esporte.

Entre os moscas (52 kg) Alessandro S. Silva (Caminho com Futuro) demonstrou força de vontade, porém a vitória foi para Yuri Previatti (PM. Rio Claro) que com sua técnica abocanhou o título.

Anderson Santos (Combat Sport) venceu Natan Santana (Jugui Sport) em um embate que não agradou a plateia surgindo até manifestações que foram rapidamente contidas, o que mostra que no Pacaembú as condições são melhores que na casa anterior.

Jeferson Ceccato (PM. Rio Claro) jogou xadrez com Paulo França (Associação M.V. Real) e sua estratégia surtiu maior efeito sabendo colocar os golpes e desviar dos contra ataques o que lhe rendeu o título entre os leves (60 kg).

Os super leves tem como rei Everton dos Santos (Osan/Fupes/Jab/Santos) que venceu o então favorito Nickson Silvério (CT. Mogi) com ânsia anulou a técnica superior do 2º colocado impondo uma queda.

Luis Henrique Santos (CA Campinas) não empregou seus melhores golpes diante ao campeão dos meio-médios (69kg) Gabriel Santos, tido pelo próprio Newton Campos um dos melhores do torneio.

Nos médios (75kg), o médio Josemir L. Domingues (Combat Sport) superou Rodrigo ORIOLE (Sec. Esp. Lazer e Turismo) na pontuação se tornando mais um a bater oponente considerado mais forte. Nova manifestação da torcida, mas no final Josemir saiu carrega por seus amigos.

Felipe Locanto (L.B.B.A Academia) se tornou campeão meio-pesado (81kg) bateu William Costa (Semel/Leão do Ringue-Baurú) aplicando sua técnica superior como relatado acima fruto dos treinos com Alexsandro “Pit” Cardoso que ficou muito eufórico com a vitória de seu pupilo assim como seus parentes e amigos intimos. Locanto que já teve um pouco de sua história apresentada no Córner do Leão mostra que com humildade o boxe abraça todos independente de origem.

Nos pesados Bruno R. Oliveira (Orion Boxe) bateu Michel T. Santiago (AGB/Guarulhense) na pontuação, porém logo no início do combate o campeão Bruno mandou Santiago de encontro a lona, mas este se defendeu bem e mostrou força de vontade para seguir até o fim além de apresentar bons momentos. Bruno também é apontado pela Federação Paulista de Pugilismo como futuro nome do boxe amador.

Fonte: Federação Paulista de Pugilismo


Clip de Jaime de Andrada

terça-feira, 22 de março de 2011

Para Boxrec Pedro Otas é o novo nº1 entre os meio-pesados brasileiros

Pedro Otas / (Foto: Divulgação)


Pugilista desceu de cruzador para nova categoria e passa Ratinho e Pit na classificação do site

Pedro Otas já foi peso pesado, categoria na qual teve boa parte de suas vitórias, seguiu para a cruzador (90,7 kg), mas agora luta entre os meio-pesados (79,4 kg) e o respeitado site Boxrec que traz o cartel de boxeadores do mundo todo o classificou como o nº 1 do Brasil, 6º da América Latina e o coloca na posição de 41º do mundo ficando na frente de nomes do boxe brasileiro como Marcus “Ratinho” Oliveira e Alexsandro “Pit” Cardoso.

As mudanças na vida de Otas, que já teve seu estilo comparado ao lendário campeão Rocky Marciano, começaram ano passado. A lesão que perturbava sua mão direita foi sanada e agora o mesmo tem um estilo de boxear mais refinado investindo em técnica e não apenas na força dos punhos como foi no início de carreira.

“Estou muito feliz, pois é fruto de um trabalho que estamos realizando há muito tempo”, declara Otas que vê a mudança como um caminho natural, o peso tem sido perdido devido aos fortes treinamentos no CT de Santana de Parnaíba.

A notícia foi divulgada pelo site do próprio lutador que agora investe em comunicação e tem assessoria feita por Eduardo Passos além de manter como empresário o Sr. Eduardo Melo Peixoto que coordena a carreira de nomes como Irineu “Negro Tei” Beato Jr., Alexsandro “Pit” Cardoso, William “Baby Face” Silva e Josenilson Santos.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Entrevista Alexsandro “Pit” Cardoso

Alexsandro Pit Cardoso / Ana Prata


O capixaba naturalizado paulistano Alexsandro Rocha Cardoso teve como principais inspirações pugilistas lendários como Julio César Chávez, Sugar Ray Leonard e Marvin Hagler. Dada as condições precárias no esporte começou a treinar por conta própria com o auxílio do pai que é um fã ardoroso do esporte, sem pratica como técnico de boxe, mas de enorme força de vontade.

O atleta invicto conhecido como “Pit” (12-0-0, 11 KO's) e que leva jovens das mais baladas academias de São Paulo aos eventos de boxe fala nesta entrevista de seu começo tardio e como é ser um boxeador de 30 anos em busca de uma chance no exterior além de manter parte do seu tempo com os estudos no ensino superior.

De onde vem o apelido “Pit”?

Vem de quando eu pertenci a seleção brasileira de boxe, na época quando cheguei era muito novo, não tinha muita técnica de pugilismo, ia muito pra briga dentro do ringue, daí me falavam pra usar mais a inteligência e menos um pouco na a agressividade que assim parecia um pitbull... Saia todo arrebentado. Com o tempo fui aprendendo a nobre arte e o que facilitou um pouco as coisas...

Como foi seu início no boxe?

Foi no começo de 1996 por intermédio de meu próprio pai que me explicou direito o que era o boxe, apesar de não ser um técnico do esporte era um visionário. Me apresentou fitas de Julio César Chávez, Marvin Hagler, Sugar Ray Leonard e por meio dessas gravações tirei alguma coisa e adaptei ao meu estilo.

Tive um início muito penoso no boxe, treinava sozinho, não tinha companheiro, meu pai não tinha tempo pra me acompanhar, não tinha sparring, ou seja, fazia com o coração mesmo. Pra piorar ainda tinha a escassez de lutas no meu estado que me obrigava as vezes a lutar campeonatos brasileiros sem qualquer preparação, porém o coração, o orgulho e o incentivo do meu pai me levou a lutar assim mesmo, e entre algumas derrotas e vitórias, cheguei À são paulo a convite da Seleção Brasileira de Boxe, e também a São Caetano convidado por Servílio de Oliveira.

Você segue invicto com um alto índice de nocautes. Por quê sua carreira ainda não deslanchou?

Rapaz, eu acredito muito no ditado: "tudo tem sua hora". Eu me profissionalizei tarde tarde com 26 anos, falta de empresários não foi, tive convites de pessoas de fora do país, entretanto, as coisas eram fáceis demais e meu coração não pedia, tanto que sempre algo emperrava e outros não inspiravam confiança. Segui lutando por mim mesmo, com a ajuda de meu 1° técnico como profissional, o Miguel de oliveira, e continuei fazendo minha lutas, conquistei o título de campeão brasileiro em 2007 dos pesos cruzadores, mas a falta de lutas e o convite de outra equipe me fez mudar de equipe e técnico. Sou muito grato a Miguel de oliveira com quem tenho grande amizade e profunda admiração.

Sua renda vem do boxe?

Não, minha renda vem de minhas aulas como personal que dou pra uma massa da classe alta de São Paulo, graças a Deus tive um reconhecimento e indicação entre os próprios. Hoje tenho além de amizade, minha renda mensal para minha manutenção já que vivo sozinho e dependo apenas de mim para tudo que faço.

Além do boxe você estuda Educação Física no Ensino Superior. Por quê essa escolha?

Por que pretendo no futuro trabalhar com esportes olímpicos, formação de atletas e homens íntegros. Quero estar envolvido por inteiro nas áreas de saúde e esportes, para tanto não adianta saber o nome do mágico se não sabe a magia, né?

Acredita que o lutador deve buscar um caminho pela educação?

Sim, não podemos apenas depender do esporte, sabemos que o quando gostoso e debutar, mais também sabemos o quão ingrato é as vezes além de como é meteórica e efêmera a carreira passando num piscar de olhos. Num dia você é a polícia e amanhã o ladrão, então temos que nos ater disso e construir nosso futuro enquanto há tempo, caso contrario, historia e passado não vão nos servir a mesa.

É verdade que você busca um combate com Jackson Jr.?

Na verdade estava 1 ano parado já, tinha meio que desanimado até com o boxe, foi quando tive o convite através do “Cupim” de treinar na equipe da Boxing Brasil, meu pedido foi apenas de colocarem pra lutar e na época a Boxing Brasil tinha que fazer um teste comigo pra ficar de vez com a equipe e tinha que lutar com o melhor que no momento o melhor era Jackson Jr. Aceitei numa boa, minha estratégia era de lutar, seja com quem for, independente de qual seja o atleta, sou lutador, já estou numa idade crítica, pra mim é agora ou nunca tanto que não escolho lutador e tenho apenas de fazer o que sei fazer no momento. Penso assim: "Você não tem nada além do tempo, mas o tempo não te dará tempo".

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Errata: Pit despacha Ruy da Glória com uppercut no 3° assalto

Pit (em pé) e Ruy da Glória (ajoelhado) / Hélcio Toth


Não houve conversa entre Alexsandro “Pit” Cardoso (12-0-0, 11 KO's) e Ruy da Glória (14-13-1, 11 KO's) e o atleta da equipe de Seu Edu Mello dominou a contenda desde o início acabando com Da Glória no segundo assalto, na noite de hoje no Conjunto Baby Barioni na capital paulista.

Com Pit vieram seus alunos, frequentadores de academias de classe A e B – o que evidencia o potencial do boxe de dialogar com tal público, agregar distintas classes sociais e principalmente atrair DINHEIRO! - e estes jovens apoiaram seu professor durante sua breve passagem no ringue.

No primeiro round, Pit estudou um pouco Da Glória, mas partiu para cima e o acertou com um golpe de direita no baço que o mandou a lona, recuperado o veterano voltou para o embate. No segundo Pit emendou sequências usando bem o pêndulo e penetrando a guarda adversária com um uppercut que lhe rendeu a vitória por nocaute técnico no 3° assalto com um gancho no fígado.

Ruy da Glória vem de uma derrota por desclassificação para Pedro Otas em fevereiro deste ano ao tentar convencer o árbitro Norberto Polimeno de ter sido atingido abaixo da cintura. No demais é um adversário competente, porém vê suas chances de brilhar minguarem a cada revez que acumula em seu cartel.

Pit Cardoso aos 30 anos investe no curso superior de Educação Física. Nos quadros atuais do boxe internacional é cada vez mais difícil ver alguém aplicar uppercuts e ter um jogo de cintura como o do capixaba residente em São Paulo. É triste ver um boxer como ele não ter chance num mundo que pugilistas parecem cada vez mais com bonecos lango-lango.

Errata: Pit venceu no 3° round e não no 2° como divulgado anteriormente.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

"Pit" Cardoso vence no Baby Barioni

 "Rapadura" Guedes (esq.) e Alexsandro "Pit" Cardoso (dir.) / Hélcio Toth


Alexsandro “Pit” Cardoso (12-0-0, 11 KO's) manteve a invencibilidade ontem lutando no Baby Barioni, em São Paulo pela categoria dos meio-pesados (79,3 kg) superando o veterano Edison “Rapadura” Guedes (12-9-1, 6 KO's) com um nocaute no 3° round.

Pit, 30, declarou ao site da Liga Paulista de Boxe que pensou em desistir da carreira, por razão da falta de oportunidade e que atualmente investe no ensino superior, cursa a faculdade de Educação Física.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

"Pit" Cardoso nocautea no Baby Barioni

Alexsandro “Pit” Cardoso (11-0-0, 10 KO's) faturou ontem no Baby Barioni em São Paulo uma vitória por nocaute no 1° assalto sobre Carlos Alberto de Oliveira Júnior (0-2-0). O meio-pesado de 29 anos conquistou em 2007 o cinturão brasileiro por nocaute técnico ao bater Eduardo Franca.