quinta-feira, 16 de junho de 2011

Entrevista com Luzimar "Tyson Tigre" Gonzaga

Luzimar Gonzaga / (Foto: Arquivo)


O baiano Luzimar Gonzaga, 28, é conhecido como “Tyson Tigre”, dono de um estilo firme e oriundo da escola baiana que deu nomes fortes ao pugilismo mundial. Porém, mesmo tendo essa base e a genética ao seu lado tem que se equilibrar entre as atividades no ringue, trabalhos como segurança e atuações como modelos.

No dia 28 de abril, o Tigre de Itacaré enfrentou o tunisiano Mohamed Dridi, 43, pelo cinturão dos cruzadores (90,7 kg) da Universal Boxing Organization (UBO) na França e o brasileiro não voltou para o 3º assalto. O site da entidade divulgou que ele foi vaiado e não respondeu porque não regressou para o embate, mas nesta entrevista concedida por e-mail ao Córner do Leão ele revela suas motivações.

O que aconteceu em sua luta com Mohamad Dridi?
 
Fui chamado pra lutar com o Dridi no meio pesado (79,390 kg), fiz dieta e perdi 9 kgs pra essa luta e fiz até sauna lá na França, os dias que fiquei lá não jantei não tomei café da manhã tudo pra tá no peso, mas na pesagem eu pesei 79,700 o Dridi 90,100, eu fui à locura falei que não lutaria, então, eles me chamaram e pediu que eu fosse pra lutar e lutasse dois rounds e parasse, eu falei que não eles falaram que sim e se eu não fosse não teria mas bolsa, hotel, alimentação, passagem de volta de Dijon até Lyon, então, fiz como eles pediram, mas uma vez fui enganado por eles porque não tive nada disso. Pra retornar foi um casal de amigos que fiz lá, a Emilie e o Paulo, que me deram tudo... Casa pra ficar, comida e me levaram levaram até o aeroporto. Fizeram de tudo. Enquanto eles (organização) nem minha bolsa pagaram até hoje. Gostaria de saber como posso processá-los.
 
Por quê você não pode prosseguir?
 
Por amor a minha vida...Tomei um golpe muito forte no fígado que não deu mais pra mim e foi isso. Dridi é muito fraco como lutador.

 
Houve algum auxílio em sua condição por parte de seu empresário ou da UBO?
 
Não ouvi nada além de traição por parte de todos eles, pricipamente do supervisor Toni Tiberi da UBO.
 
Existe possibilidade de lutar novamente pela UBO?
 
Ao meu gosto nunca mais volto a lutar por essa UBO.

 
Seu cartel tem uma alternância entre derrotas e vitórias, principalmente é notável que você perde quando luta no exterior. Ao que se deve esses resultados?
 
Quando comecei minha carreira profissional tinha apoio e era uma promesa, mas o tempo foi passando e nada, pedir patrocínio, então aí tudo mundou pra mim e por isso meu cartel tá hoje como está: uma vitória... uma derrota. hoje eu penso em nunca mais subir ao ring pra lutar boxe novamente se não estiver com um apóio ou um patrocinador.


Existe muita diferença nas condições dos brasileiros para os pugilistas de outros países?
 
Acho que já falei sobre isso. Eles têm apoio e nós no Brasil não temos apoio no esporte que amamos que é o boxe você sabe disso. nos temos que trabalhar e treinar, enquanto, eles sò treinar e nada mas. 


O boxeador nordestino tem tratamento diferenciado nas regiões sul e sudeste do Brasil?
 
Eu acho que sim, na Bahia os treinadores tratam os atletas mais como um filho e aqui parece que nas academia não tem isso.

Como é conciliar a carreira nos ringues, o trabalho de modelo junto com o de segurança?
 
talvez isso explica meu cartel atual, antes eu só treinava, lutava e nada mais, agora preciso trabalhar à noite como segurança de baladas, e fazer trampos de modelo pra ganha uma grana a mais pro meus filhos que são 5.