Malignaggi acredita ter sido prejudicado por árbitros locais
Paulie “Magic Man” Malignaggi (26-3, 5 KO’s) e “Baby Bull” Juan Diaz (35-2, 17 KO’s) protagonizaram no sábado a melhor luta deste fim de semana. O segundo lutou em casa com o apóio da torcida formada pela comunidade latina em um evento promovido pela Golden Boy Promotions de Oscar de La Hoya e acabou vencendo o nova-iorquinho Malignaggi que acredita ter sido lesado pelos árbitros sulistas em favor do protegido do promotor do evento.
A luta terminou com uma vitória por decisão unânime para Diaz que também conquistou o cinturão de meio-médio-júnior da NABO e agora terá oportunidade de novos desafios em sua carreira, enquanto, Paulie Malignaggi se prepara para um futuro incerto. Os dois sabiam que não era apenas mais uma apresentação em suas carreiras.
No primeiro round “Magic Man” sofreu um corte acima do olho esquerdo, mas seu córner fez um bom trabalho e o ferimento não prejudicou seu desempenho, o texano Diaz teve o mesmo problema após uma cabeçada acidental, porém seus segundos não trabalharam com a mesma eficiência dos oponentes e o atleta sangrou muito, o que trazia o risco da luta ser paralisada.
“Baby Bull” por ser menor aproveitava para se aproximar do oponente e desferir diretos e cruzados potentes, enquanto, Paulie Malignaggi lutava com o braço esquerdo mais baixo usando o cotovelo para afastar o lutador local e seu alcance para aumentar a distância que separava os dois e o favorecia.
Outra tática de Malignaggi foi a zombaria. No começo parecia não estar levando a sério a peleja, entretanto, empregou a estratégia para desconcentrar o rival. As plaquetas no final apresentaram o resultado de 116-112, 115-113 e 118-110 em favor do latino e a platéia foi ao delírio junto com o sorridente Oscar de La Hoya e seus compadres Bernard Hopkins e Shane Mosley.
O comentarista da HBO estadunidense Harold Lederman apontou 115-113 à favor de Paulie. O repórter Max Kellerman da mesma emissora entrevistou o nova-iorquino, atestou que sua empresa viu sua vitória e perguntou o que este achava da situação, o pugilista em sua resposta denegriu a imagem do esporte e do estado texano de forma deselegante.
Por outro lado, uma bela atitude de Malignaggi foi homenagear Arturo Gatti que faleceu mês passado. O boxeador tinha o nome do amigo em seu roupão e no calção a inscrição “R.I.P Arturo” que significa “Descanse em Paz Arturo”. A programação da ESPN homenageou o boxeador falecido no Brasil e também Alexis Arguello e Vernon Forrest.
Preliminares
Na primeira luta, Daniel Jacobs (18-0, 15 KO’s) mostrou superioridade e derrotou o “contender” Ishe Smith (21-4, 9 KO’s). As plaquetas apontaram 96-93 em duas oportunidades e um sonoro 100-89. “Shugar Shay” Smith teve pontos deduzidos por aplicar golpes após o gongo do 9° assalto.
O pugilista já tinha tomado a mesma atitude em giros anteriores e foi advertido verbalmente pelo árbitro. Smith foi uma pedra no caminho de Jacobs que encontrou um adversário duro em sua carreira e mostrou deficiências no quadrilátero.
A principal preliminar da noite colocou o sul-africano Malcolm Klassen (24-5-2, 14 KO’s) campeão dos super-penas da FIB contra o estadunidense Robert Guerrero (25-1-1, 17 KO’s). Foi a primeira defesa de Klassen e também sua primeira disputa nos E.U.A e essa noite de estreias não terminou bem.
No início Guerrero dominou utilizando bem seu longo alcance – seu tipo físico é maior e mais forte do que têm maioria dos pugilistas da categoria – colocando Klassen em uma situação complicada para aplicar seus golpes. Nos últimos rounds o campeão continuava aplicando menor quantidade de socos, mas estes eram mais potentes e o desafiante sangrava no olho esquerdo.
Mesmo assim a pontuação ficou 117-111, 116-112 e 116-113 para o estadunidense Guerrero e este conquistou pela terceira vez uma coroa da Federação Internacional de Boxe.