sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Mulheres disputam Macho Camacho até no velório

Héctor "Macho" Camacho / (foto: AP Photo - Alan Diaz)

Até mesmo depois da morte o falecido porto-riquenho tricampeão mundial de boxe Héctor Camacho faz jus ao apelido de "Macho" tanto que em seu velório mulheres brigaram por sua causa.

Conforme a ESPN Deportes, AP e a imprensa de Porto Rico, ontem no segundo dia do velório de Macho Camacho muitas brigas ocorreram pelo lutador morto na última terça-feira, inclusive uma briga de arranhões entre uma que afirma ser a última namorada e outra que aponta ter namorado com ele há muito tempo além de suas irmãs.

"Eu sou a atual namorada de Macho, e aquelas que não gostarem disso é melhor não vir pra cima", diz Cynthia Castillo que afirma ser a namorada até o último momento de Camacho. "Não deveriam estar contra mim, deveriam me agradecer por estar com ele nos últimos tempos".

Castillo deu um beijo na boca do pugilista assassinado durante o velório e foi para a área reservada à família onde ela afirma que seu prato de comida foi atirado ao chão. Ela entrou numa briga com Gloria Fernandez, que afirma ser namorada de Camacho nos últimos 25 anos, e também com as irmãs do falecido Esther e Estrella.

"Eu fui pegar algo para comer porque Machito (o pugilista Héctor Camacho Jr.) me disse que podia e sua ex-namorada (Fernandez) veio e me mandou ir embora", revelou Castillo para a ESPN Deportes, mostrando um arranhão recente em sua clavícula. "Eu disse não, então elas atiraram meu prato, me atacaram e eu me defendi".

Também houve empurrões entre o ex-campeão dos galos Wilfredo Vázquez e Jorge Lozada, que garante ser membro da família Camacho, após Lozada supostamente tentar separar a esposa de Vázquez e a mãe de Camacho, María Matías, que estavam abraçadas.

Por dois dias centenas de pessoas passaram pelo velório realizado em um ginásio com cortinas e tapete negro. O boxeador estava de branco com uma enorme cruz de ouro e um colar com a inscrição "Macho" em letras maiúsculas.

Na quinta-feira o corpo de Camacho foi para Nova York, nos EUA, onde fãs viram a lendar crescer como um grande representante da elite pugilística de origem porto-riquenha. O corpo ainda está sendo velado e será enterrado sábado no Bronx.

Macho Camacho foi alvejado na mandíbula esquerda. A bala fraturou as vértebras cervicais (5 e 6) e se alojou no ombro direito. Ele também teve lesão na carótida que afetou o fluxo de sangue para o cérebro. O amigo, de 49 anos, Mojica Adrian Moreno, morreu no local do crime. A Polícia investiga as câmeras de segurança do estacionamento em busca de pistas.

A vida de "Macho" Camacho é marcada por uma trajetória irregular e tortuosa, experimentou o gosto do ouro ao se tornar campeão mundial, mas é lembrado nos periódicos também por agredir mulheres e o próprio filho. Há 5 anos foi sentenciado à sete anos de reclusão por roubar uma loja de computadores no Mississipi, cumpriu apenas duas semanas e foi libertado.

Um dos personagens mais extravagantes dos esportes, ficou conhecido pelos brasileiros quando suas lutas eram transmitidas pela TV Globo. foi rei dos super-penas pelo Conselho Mundial de Boxe (CMB) entre 1983 e 1984, também dos leves CMB em 1985 e dos meio-médios junior pela Organização Mundial de Boxe em 1989 e 1991.

A rivalidade com Julio César Chávez marcou um grande capítulo na disputa entre Porto Rico e México e o carnavalesco e carismático Macho Camacho superou nomes lendários como Roberto Durán, Greg Haugen, Ray "Boom Boom" Mancini, Vinny Pazienza e Sugar Ray Leonard. Hoje seu filho Héctor Camacho Jr. é pugilista habilidoso e busca alcançar seu cinturão mundial.