quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A crise financeira no boxe


Capa do livro Cinderella Man de Jeremy Schaap

A crise financeira iniciada no ano passado fez vítimas no mundo esportivo como a saída de equipes na Fórmula 1 dentre elas a japonesa Honda. O boxe já foi afetado por um evento parecido, a recessão americana em 1929 iniciada no Crash da Bolsa de Nova York. Naquele período James J. Braddock tornou-se campeão mundial por superar os obstáculos econômicos e nos ringues em uma história chamada de conto]de fadas pelos jornalistas. Agora, com um mundo globalizado e as economias mais ligadas entre si os reflexos podem ser diferentes daqueles da época do “Homem-Cinderela” do quadrilátero.

“É óbvio que uma crise como essa afetará todo mundo, mas o boxeador continuará vindo dos lugares mais pobres, estando o país em crise, ou não. As dificuldades devem ser as mesmas de antes. Resta saber se as pessoas terão dinheiro para pagar o pay-per-view, o que eu acredito que sim, em se tratando de um público variado e de renda alta nos EUA. O lado bom é que o boxe já se consolidou nesse ramo e tem seu público fiel que paga para ver essas lutas regularmente, e a crise pode, ao final, engrandecer ainda mais o esporte, já que não estamos segregados á um nicho fixo de mercado, porém o que em uma crise pode representar o sucesso ou fracasso total de qualquer empreitada”; é assim que o cronista esportivo do site Round 13 Daniel Leal vê a crise financeira que assola o mundo e seus reflexos no esporte de luvas.

Conhecido como o “esporte dos meninos pobres”, as luvas levaram alguns nomes das classes mais baixas da sociedade até a fama e fortuna, homens de distintos pontos do planeta como os lendários Sir Henry Cooper do Reino Unido e Dick Tiger da Nigéria. Em 2007 de acordo com o site do Washington Post, Oscar De La Hoya chegou a faturar uma bolsa de U$S 25 mi, enquanto, seu oponente Floyd Mayweather Jr. ficou com U$S 10 mi. Mas, o presidente da Liga Paulista de Boxe e colunista da Gazeta Esportiva Reinaldo Carrera não vê esse mar de dinheiro para 2009:

“Em âmbito mundial creio que as grandes companhias promotoras devam avaliar e reduzir um pouco o número de ‘grandes encontros’, como as unificações de títulos. Entretanto, há um outro aspecto que os maiores investidores do mundo dos negócios nos ensinam: é na crise que se deve trabalhar e planejar mais!”.

Leal acredita que grandes promotores devam se manter sólidos no panorama por não dependerem totalmente de investidores externos, porém empresas vinculadas ao meio podem sentir os reflexos como a emissora televisiva estadunidense HBO.

Para o Brasil que tem em seu retrospecto eventos com algumas lutas boas, porém pouco divulgados e nos últimos anos boa parte dos combates entre atletas nacionais têm sido fracos, tanto que um programa de pugilismo não se fixa na grade de nenhum canal, Carrera adverte que “o quadro continua o mesmo, ou seja, poucos eventos. Em sua maioria marcados pelos investimentos de poucos promotores ou pela ‘insistência’ de alguns dirigentes - aliado a atletas - que sonham em fazer nosso querido esporte crescer”.

Compacto de James J. Braddock x Max Baer

Baer usa o calção com a estrela de Davi