sexta-feira, 20 de julho de 2012

Pantera, o treinador de boxe do Batman

Wildcat / (arte: Tom Fleming)

Nas histórias em quadrinhos de super-heróis muitos personagens praticam a nobre arte, mas o que mais se destaca pelo uso dela é o Pantera (Wildcat) da editora americana DC Comics, criado em 1942 pelo desenhista Irwin Hasen, 94, junto com o roteirista Bill Finger (1914 - 1974).

Ted Grant havia sido instruído pelos pais para ser atleta como um modo de vencer e encarar a vida, porém ao ficar órfão se viu desempregado em meio a Grande Depressão também conhecida como Crise de 1929 que abalou as estruturas econômicas americanas e posteriormente do mundo.

O jovem atlético salvou o então campeão mundial dos pesos pesados de boxe "Socker" Smith que depois o treino para se sagrar também rei da categoria máxima da nobre arte. Em uma luta Grant matou Socker, seus empresários Flint e Skinner colocaram uma agulha envenenada na luva, a intenção era só retardar o veterano pugilista, mas a substância acabou causando seu óbito.

Pantera (fundo) e Batman (dir.) / (arte: Jaime Mendonza)

Após uma fuga da polícia, Grant assumiu a identidade e fantasia do Pantera, como em muitos gibis, e limpou sua identidade. Suas histórias possuem muitas lutas, afinal é sua maior habilidade, e tem participação de muitos gangsteres em alguns casos com alusões ao submundo do boxe, um reflexo da vida real.

O pugilista-super-herói hoje é retratado como anterior à Batman, criado em 1939 por Finger e Bob Kane (1915-1988). Um senhor de meia-idade que não envelheceu dado um feitiço que lhe concedeu 9 vidas como teriam os gatos místicos em algumas culturas.

O jovem bilionário Bruce Wayne em seu caminho para se tornar o Homem-Morcego protetor de Gotham treinou diversas lutas e artes marciais, dentre elas o boxe e teve como professor o Pantera, que posteriormente foi revelado sendo mestre em Krav Maga, hapkido, Muay Thai e capoeira, porém ainda confiando nos golpes de pugilismo essencialmente.

Cavaleiro das Trevas Ressurge

Bane (esq.) e Batman (dir.) / (foto: divulgação)

Nos quadrinhos Batman confia nos golpes de boxe e outras lutas, mas principalmente inteligência para enfrentar vilões. No dia 27/07, sexta-feira, no Brasil estreia Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012) nos cinemas para encerrar a trilogia dirigida por Christopher Nolan.

Neste episódio seu algoz é Bane, excelente estrategista e mais imponente tanto fisicamente quanto nas artes marciais, dotado de carisma que faz legiões o seguirem. Interpretado por Tom Hardy, ator acostumado a viver papéis que exigem do físico como no vanguardista Bronson (2008) e em Guerreiro (2011), película de MMA.

O Bane de Hardy é uma faceta oposta e ao mesmo tempo sombra de Batman, como o Coringa de Heath Ledger, maior interprete do papel laureado com o Oscar de ator coadjuvante póstumo, porém diferente do palhaço do crime o terrorista não se apoia no humor, mas no temor, raiva e capacidade de liderança.

Esta série de Batman lida com mitos, um herói nascido em berço de ouro que se preocupa com os menos afortunados, porém é atormentado pela perda dos pais. Os antagonistas também possuem relevância trazendo cores e nuances ao quadro e não sendo meros coadjuvantes e Christian Bale faz uma versão mais densa do visto em atores que o antecederam sob o manto do morcego e os ternos do playboy.

A Mulher-Gato (Anne Hathaway), alter-ego de Selina Kyle, também esta presente nessa película expondo um lado ainda não visitado de Bruce Wayne/Batman. Outros são o mordomo Alfred Pennywoth (Michael Caine), Lucius Fox (Morgan Freeman), Mirian Tate (Marion Cotillard), Comissário Gordon (Gary Oldman), Detetive John Blake (Joseph Gordon-Levitt) e uma ponta de Ra's al Ghul (Liam Neeson), vilão e mestre de Batman, no 1º filme.

O roteiro dos irmãos Jonathan e Christopher Nolan fecha a trilogia fazendo fazendo alusões aos dois filmes anteriores Batman - O Cavaleiro das Trevas (2008) e Batman Begins (2005). Uma terceira parte da história que diferente de muitas sequências não desapontou a crítica e mostrou o momento ideal de sair do palco. Um produto mais complexo que os outros filmes da onda de super-heróis, mas ainda assim um produto pop e acessível para a maioria.

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