quarta-feira, 11 de maio de 2011

Entrevista com Joerg Herzog, presidente da UBO

Joerg Herzog / (Foto: Divulgação)


A UBO (Universal Boxing Organization), é uma liga considerada recente perto das tradicionais quatro grandes (CMB, AMB, OMB e IBF), mas defende trazer novos valores ao esporte se afastando de corrupção.

O presidente da UBO, Joerg Herzog da Alemanha concebeu uma entrevista ao Córner do Leão para explicar mais sobre a instituição, panorama mundial do esporte e interesse do grupo no Brasil que está próximo de sediar uma Copa do Mundo de Futebol e Jogos Olímpicos.

Como surgiu a ideia de criar uma nova instituição de boxe?

A UBO foi criada em 2004, então não chega a ser assim tão nova em sua equipe, mas eu ingressei nela apenas em 2009.


Com 4 grandes organizações no ramo. Como a UBO se encaixa no mundo do boxe?

Nos encaixamos como uma organização aberta para trabalhar com todos que são profissionais e éticos. A UBO não altera valores de filiação para promoters, boxeadores, empresários e outras partes e nós não cobramos sanções de pugilistas. Não queremos nos enganar tampouco aos outros, dinheiro é necessário para um grupo ter sucesso, porém nossas taxas são justas e moderadas comparadas as de outras agremiações.

Ao mesmo tempo temos orgulho de ser muito cooperativos e focados em desenvolver oportunidades para pugilistas e promoters que, por alguma razão, não estejam habilitados a trabalhar com as 4 grandes.

Para o público geral há um grande número de campeões mundiais. Não acredita que isso os deixa confusos?

Sim, creio nisso, o que é compreensível. Por isso que você jamais assistirá a UBO fazendo lutas por títulos interinos, supertítulos, títulos de diamante e afins. Se você conquista o título da UBO será o único campeão do mundo pela UBO!

Ao mesmo tempo que queremos proporcionar uma chance honesta por um longo período. O tempo dirá se obtivemos sucesso, mas nós buscamos o melhor possível.

Quais são os valores respeitados pela UBO?

Sei que todas organizações dizem isto, mas sinceramente digo que “honestidade, trabalho duro e cooperação” são valores respeitados em nosso trabalho. Se fazemos uma acordo com alguém vamos honrar a palavra. Ninguém cresce conosco se não tem honestidade. Sabemos nosso tamanho no mundo do pugilismo hoje, mas temos visão de onde queremos estar amanhã. Esforço e profissionalismo nos levará ao topo e ficaremos lá pelo bem dos envolvidos no esporte.

Se não chegarmos ao ápice do boxe com os valores que mencionei acima, é preferível não estar lá. Eu sei que é fácil dizer isso e difícil fazer isso, mas nós temos uma boa equipe e confiamos nela. Isto é a UBO.

O boxe tem sua imagem vinculada a corrupção. Como a UBO lida com este problema?

Quando trabalhamos com promoters fazemos o melhor para trabalhar apenas com aqueles que são sinceros e com certeza não aceitam corrupção. (Corrupção) Acontece e continuará acontecendo porque é a natureza dos seres humanos, infelizmente, mas obviamente não aceitamos corrupção dentro da UBO ou por parte de algum promoter que queira negociar títulos nossos, portanto, nos distanciaremos disto logo que descobrirmos algum caso.

Como é o processo de casamento de lutas da UBO?

A UBO não casa lutas, mas buscamos aprovação e sanções para que os melhores pugilistas possíveis se encontre dentro de determinadas circunstâncias. Nós estamos desenvolvendo, tentando melhor a todo minuto, mas vamos de passo em passo. A UBO tem uma boa equipe trabalhando nisso aqui dentro.

Você já lidou com empresários fazendo lobby por seus lutadores?

É o trabalho de um manager fazer isso. Ele deve fazer seu melhor pra colocar o pugilista na frente e não vemos nada errado nessa posição desde que seja feita sem corrupção. A UBO não demanda que o boxeador seja ranqueado apenas para lutar por nossos cinturões, e como dito anteriormente, fazemos o melhor para que as lutas ocorram da melhor maneira possível.

A economia brasileira cresce e já é a 7º do mundo, mas sua população sofre com desigualdade social. Quais são os planos da UBO para o Brasil?

Nós recentemente elegemos um novo comissário para as Américas do Sul e Central e um novo representante para o Brasil, e temos fé nele para estabelecer bons relacionamentos com promoters e federações pelo país e Américas Central e do Sul. Então, temos planos para seu país, mas não são diferentes do que planejamos para outras localidades.

Logo teremos Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016. Sua organização planeja ganhar poder e espaço com estes eventos?

Não temos planos específicos para isto, mas estamos certos que o cenário esportivo no Brasil crescerá com eventos deste tipo sendo realizados em seu território. O grande problema no Brasil como em outras partes do mundo é encontrar patrocínio para realizar eventos para “esportes menores”. Espero que essa atenção que o Brasil vem dando crie oportunidade para empresas que acreditam que patrocinar eventos é um bom investimento para sua marca e torço para que isso ocorra rapidamente com o boxe também.

No passado Rocky Jr. já lutou em seus eventos. Como você define os boxeadores brasileiros?

Brasil tem muitos talentos, mas a maioria não chega no topo. Estou mais focado na organização da UBO, então, não sou a pessoa certa para responder perguntas técnicas.

O que realmente ocorreu com Luzimar Gonzada em seu combate com Mohamad Dridi?

Sinceramente, ninguém sabe. Nosso supervisor de combates, Sr. Tonio Tiberi de Luxemburgo, não conseguiu desvendar o ocorrido após a apresentação em razão da barreira de línguas. Portanto, temos de acreditar que o Sr. Gonzaga realmente se machucou e não podia prosseguir o combate.