segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Entrevista com Cosmo Hoost

"Não combinaria com minha filosofia de vida insultar ou provocar meu adversario, mesmo porque, nao sinto raiva ou qualquer sentimento ruim por eles"



Cosmo “Hoost” Alexandre conquistou o mundo e pode mostrar isso com o cinturão mundial da World Professional Muay Thai Federation além do Intercontinental. Diferente de muitos lutadores não ostenta uma postura agressiva em relação ao público e principalmente aos seus oponentes.

Diretamente da Tailândia, onde aperfeiçoa seus golpes além de lutar com alta freqüência, Cosmo falou ao Córner do Leão aspectos de sua vivência no país, uma possível revanche contra John Wayne Parr e sua saída da equipe Gibi Thai.

Em sua viagem de treino para a Tailândia o que agregou a sua evolução como atleta?

Muitas coisas, a cada dia tenho aprendido um poquinho aqui um pouquinho ali. Estou ganhando muita experiência por estar lutando em alta frequência. Vendo e aprendendo com os outros lutadores que eu luto, que treinam comigo e que já têm muito tempo de estrada.

E como ser humano?

As coisas aqui são realmente muito diferentes e com isso você aprende a conviver com as diferenças de uma pessoa pra outra.

Em quais momentos sentiu as diferenças culturais lá?

Eu sinto no campo onde eu treino, o respeito dos lutadores pelos professores é uma coisa incrível. Na rua também eu sinto a diferenca ao você falar que é lutador de muay thai. Aqui eles respeitam e admiram muito, é muito muito difícil encontrar alguém que não goste de thai.

Na Austrália você lutou lesionado contra John Wayne Parr, atleta com participações no K-1. Por fim acabou perdendo a peleja. Acredita em uma revanche?

Acredito sim, devo voltar a lutar na Australia no próximo Evolution, e se Deus quiser e eu vencer eu pedirei para lutar novamente com ele.

Os cinturões mundial e intercontinental lhe abriram portas para 2008?

Com certeza, graças a Deus este ano de 2008 já começou com muitas propostas boas, agora é ter calma e decidir direitnho o que vai ser melhor pra mim e pra minha família.

Com cinturões mundial e intercontinental ainda pensa em fazer lutas no Brasil ou apenas exterior?

Quero sim, quero muito lutar no Brasil. Pena que temos tão poucos eventos.

Você se mudou para a equipe Thai Center por ela ser próxima a sua residência e não por motivos de rixas como é comum em muitas separações de times. Você fará intercâmbios com Gibi, Pamplona e Veras?

Como você falou, eu não tive e não tenho nenhum problema com o Gibi ou com o Pamplona, eu gosto muito deles, pois me ajudaram muito. Quem tem que decidir em relação a esse intercâmbio são meus treinadores e os líderes das equipes. Mas por mim, não teria problema nenhum.

No panorama mundial qual é a posição do Brasil no muay thai?

Fica difícil falar porque as regras dos eventos no Brasil não ajudam pra quem luta muay thai. Sem clinch, cotovelo, lutando apenas três rounds na maioria das vezes e sistema de pontuacao diferente, é difícil de fazer uma comparação. Mas eu acredito que existem muitos lutadores no Brasil que se dariam muito bem lutando aqui na Tailândia e na Europa.

Com toda sua experiência no muay thai pensa em migrar para o M.M.A?

Não, quero lutar só muay thai.

No próximo dia 28 você enfrentará Led Mongkon na Tailândia. O que sabe desse oponente e qual a estratégia para derrotá-lo?

Eu já lutei com ele uma vez e já conheço seu jogo, agora é treinar forte e ir focado para vencer.

Na Inglaterra você participou de um reality show. Como foi essa experiência?

Na verdade o reality foi aqui na Tailandia, foi realizada pela mesma organizacao que faz o K1 Amsterdã, e realmente eu não posso falar nada ainda porque assinei um contrato de sigilo ate o final da transmissão, que acontecera na Eurosport a partir de fevereiro.

Participaria do Big Brother?

Não, a minha praia é outra. Acho que não me sentiria à vontade.

Diferente de muitos lutadores você mantém uma postura calma e não provoca ou insulta seus adversários antes da disputa e até mesmo depois. Conte o que isso tem adicionado ao seu lado profissional e pessoal:

Como muitas pessoas sabem, eu sou evangélico e acredito muito que Deus que tem me usado pra falar do Amor Dele pela luta.
Não combinaria com minha filosofia de vida insultar ou provocar meu adversario, mesmo porque, nao sinto raiva ou qualquer sentimento ruim por eles, pelo contrario, muitas vezes os admiro muito.
Gostaria de deixar uma mensagem pro pessoal:

“Aparte-se do mal, pratique o que é bom, busque a paz e empenhe-se por alcançá-la.
Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos e os seus ouvidos estão abertos as suas súplicas, mas o rosto do Senhor está contra aqueles que praticam males.” 1 Pedro Capitulo 3 versiculos 11,12


Foto: Cosmo "Hoost" Alexandre / Divulgação


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