quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Entrevista com Alex Cobra


“Dentro da luta pra mim meu apelido significa velocidade de ataque e perseverança de não desistir nunca.”

Sábado dia 9 de fevereiro Alex Cobra derrotou o tailandês Ponchai em uma disputa de muay thai e se recuperou após uma derrota para um dos principais nomes da modalidade.

Em entrevista fala sobre os treinamentos na Tailândia, a convivência com Cosmo Hoost, charlatões no esporte e sobre sua participação nos ringues de vale-tudo.

Como surgiu o apelido Cobra?

Então surgiu na adolescência uns amigos me chamavam e eu saia na porrada com eles, aí vc sabe, tudo que você não gosta, pega... (risos).

Apelidos em alguns casos surgem como um reflexo da aparência e personalidade do dono. Em culturas antigas como a grega e a egípcia a cobra simboliza sagacidade e morte. Você se identifica com alguma dessas interpretações?

Então dentro da luta pra mim meu apelido significa velocidade de ataque e perseverança de não desistir nunca.

Alex como foi seu início nas artes marciais?

Eu tinha 17 pra 18 anos quando um amigo me levou pra assistir um treino, no outro dia já estava treinando. Me apaixonei pelo esporte que me trouxe ao profissionalismo e não pretendo parar mais, Muay Thai é minha vida.

Em São Paulo a procura por muay thai nas academias tem aumentado e em Santos acontece fenômeno parecido?

O Muay Thai cresce em todo o mundo e em santos não é diferente tem muitos adeptos graças ao trabalho bem feito da equipe Thai Center.

O que pode dizer sobre o crescimento dos mestres de muay thai? Existe alguma restrição quanto aos charlatões dentro da própria comunidade de lutadores?

Charlatão existe em todas as profissões, ainda mais nas que estão em ascensão, mas essas pessoas que não tem raiz não vingam e nunca vão conseguir nada nem respeito de ninguém.

Em eventos como o K-1 e o Demolition atletas de diferentes modalidades de luta em pé se cruzam. Treinar outra arte de trocação auxilia nesse tipo de disputa?

Então cada atleta e seu treinador tem suas estratégias, dependendo do evento e das regras acho válido.

Ainda sobre o Demolition você sofreu uma derrota em março do ano passado para Márfio Canoletti. Como você a justifica? Acredita em revanche?

Eu quero antes de mais nada deixar bem claro que não tenho e nunca tive nada contra o Márfio, pelo contrário admiro o trabalho dele, apenas fiz o meu trabalho e acho que bem feito pra estar dando tanta repercussão assim. Quanto à revanche eu não preciso pedir nada.

Em sua última luta você sofreu um nocaute no primeiro round para Orono Wor Petchpum que é considerado um dos melhores tailandeses da atualidade. Quais foram os problemas que o impossibilitaram de vencê-lo?

Sobre essa luta eu não tive muito tempo pra me adaptar com o estilo de jogo dos caras que usam muito o cotovelo, cheguei de viagem, no outro dia já comecei a treinar para a luta, peguei logo um cara muito experiente e ele não me deu chances, pois sentiu a pressão no início, mas isso só me deu mais forças pra continuar treinando porque só perde quem luta.

Como essa luta afetou seu lado psicológico? O que tem feito para se recuperar dentro e fora do ringue?

Fiquei triste de não ter conseguido mostrar meu trabalho, mas luta é assim mesmo um tem que perder. E aqui não da tempo em pensar em derrota, comecei a treinar 3 dias depois e logo já tinha luta prevista. Lutei no Lumpinee e nocautei no quarto round um tailandês (Ponchai) duro e alto fator que me atrapalhou um pouco, mas graças a Deus consegui a vitória no templo sagrado do muay thai.

No Real Fight 2 em 2006 você ingressou no vale-tudo derrotando Cacá da Macaco Gold Team na decisão unânime dos árbitros. Pensa fazer mais lutas dentro dessa modalidade?

Na verdade eu já tinha feito três lutas de VT e ganhei duas, pretendo sim, mas no momento meu foco é no Muay thai, quando voltar para o Brasil vamos decidir o que fazer.

No mesmo período você era membro da equipe Never Shake que hoje não existe mais. Como você vê o fim dela? Mantém contato com seus antigos colegas?

A equipe foi uma grande oportunidade de crescimento, pena que terminou tão rápido quanto aos amigos não tenho muito contato com alguns, apenas nos encontramos em eventos.

Atualmente você treina na Tailândia. O que isso tem lhe acrescentado como ser humano?

A Tailandia era um sonho, hoje uma realidade que estou vivendo com muita alegria, a convivência com os tailandeses é muito boa, são pessoas extremamente humildes e esforçadas com tradições muito diferentes das nossas, isso vai acrescentar muito no meu crescimento como ser humano.

Como é a convivência com Cosmo Hoost?

Nós já éramos companheiros de treinos, agora vizinhos (risos), somos da mesma família, portanto somos irmãos.

Foto: Alex Cobra / Divulgação