sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Entrevista Jr. Aguiar


“Escolhi o Mestre Pirojinoi, pois fiz um seminário com ele aqui no Brasil e gostei muito da técnica dele que é refinada, além dele ser uma grande estrela e uma pessoa muito simples e humilde.”

Jr. Aguiar saiu de Joinville e está na Tailândia junto com outros brasileiros para afiar seu muay thai sob a tutela do Mestre Pirojnoi. No brasil o lutador e técnico mantém uma das maiores equipes da região sul de nome homônimo.

Em entrevista o praticante da arte tailandesa fala não apenas sobre a viagem, mas também a situação do kung-fu no vale-tudo, os livros de artes marciais e o favorecimento de lutadores em eventos por parte de arbitragem e empresários.

Você é um fã de Bruce Lee. Depois dele quem você gosta de assistir em filmes de artes marciais?

Sim, sou fã de Bruce Lee, por ele ter sido um grande ator e um grande lutador e além dele gosto de ver o Jack Chan e o Tony Jaa porque eles nos divertem sem usar dublês o que os torna interessantes como entretenimento.

Bruce Lee também escreveu o livro Tão do Jet Kune Do. O que você acha deste livro?

Acho ótimo e recomendo para todo estudioso de artes marciais e professores por que nele há aspectos de treino muito modernos para época e também muito sobre filosofia aplicáveis a qualquer estilo de luta.

A produção de livros de artes marciais brasileiros lhe agrada? O que pode ser melhorado?

Mais ou menos, pois a maioria das editoras quer ganhar dinheiro e se aproveitam do desconhecimento dos leigos, mas estou percebendo um a melhora embora que pouca, pois o público vai ficando mais informado, portanto ficando mais exigente e os obriga a escrever
melhorar

No passado você treinou Kung-Fu. Essa arte o ajuda no muay thai?

Sim, porque o método de treino no meu estilo de kung fu era de contato, então só foi adaptar mais joelhadas e cotoveladas.

Em alguns meios ela é vista com certo deboche, não chega a ser levada a sério pelos resultados fracos de seus representantes em competições de vale-tudo. O que você pode dizer a respeito desse quadro?

Nas competições de vale tudo nunca valeu tudo mesmo, pois toda arte marcial sofreu adaptações para virar esporte então o kung fu fica muito limitado, pois possui vários golpes que podem deixar uma pessoa gravemente ferida ou até causara morte.

O que espera de sua viagem à Tailândia?

Pisar nas sandálias da humildade, pois todos meus títulos aqui não valem nada espero aprender muito não somente sobre a luta, mas muito sobre a cultura e filosofia da arte.

Com qual mestre vai treinar lá? Por que o escolheu?

Escolhi o Mestre Pirojinoi, pois fiz um seminário com ele aqui no Brasil e gostei muito da técnica dele que é refinada, além dele ser uma grande estrela e uma pessoa muito simples e humilde.

Qual é a importância do intercâmbio para um técnico?

Essencial, pois na nossa profissão e uma coisa cíclica. A gente nunca sabe tudo tanto que sempre temos que buscar melhorar.

Lá já estão os lutadores Alex Cobra e Cosmo Hoost. Você planeja encontrá-los?

Sim e por sinal já estou com eles. Estou no mesmo quarto que Alex, Sandro Castro de Thai Center e Yugo da Gibi Thai e estamos um ajudando o outro.

Como os estrangeiros enxergam o lutador de muay thai catarinense? Quais características o diferenciam?

Enxergam a nossa característica e de ir sempre pra frente e mostrar uma boa técnica e muita garra na hora que está tomando um sufoco.

Você é técnico e esposo de Juliana Aguiar. Como faz para lidar com essa relação?

E muito difícil porque ambas as coisa influenciam uma na outra, mas com o tempo estamos amadurecendo e eu nunca quero que meus alunos ou alguém diga que ela conquistou um privilégio por ser minha mulher, pois todos sabem que tudo que ela ganhou na luta foi por méritos dela e às vezes tenho que dizer ou fazer coisas que eu não gostaria de dizer ou fazer, porém é pro bem dela e da equipe.

Você já promoveu o Underground Combat assim como já lutou em muitos eventos. Por essa experiência acredita que um lutador de outra cidade pode ser desfavorecido pela arbitragem quando luta fora de casa?

Sim, já vi isso acontecer várias vezes não só com meus alunos, mas isso só acontece pela falta de profissionalismo das pessoas, pois a arbitragem tem que ser neutra e não privilegiar ninguém e no nosso evento não houve nenhuma reclamação de nenhuma equipe.

O que acha de eventos que colocam lutadores patrocinados pelo mesmo no ringue?

Acho difícil, pois o promotor ou o empresário quer vender o seu produto (o lutador) e às vezes ele não quer por hipótese alguma que ele perca uma luta, pois isso fica mau para os negócios, então às vezes uma outra pessoa que não tem nada a ver com isso acaba sendo prejudicada.

Foto: Jr. Aguiar/Divulgação