quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Para Calzaghe o boxe está nas cordas


Em Londres Joe Calzaghe afirma que o pugilismo está nas cordas com seu excesso de campeões e falta de estrelas de verdade.

Ainda considerando se ele se aposenta após derrotar Bernard Hopkins e Roy Jones Jr neste ano mantendo a invencibilidade em 46 lutas, Calzaghe afirmou na quarta-feira que ele estava orgulhoso de sair do esporte e não estar entrando nele.

“Eu acho que o boxe é um esporte moribundo. Globalmente – principalmente nos E.U.A – você tem o UFC que pegou muito do boxe, principalmente nos negócios”, afirma Calzaghe ao se referir ao Ultimate Fighting Championship.

O galês que manteve o cinturão de médios da World Boxing Organization por mais de 10 anos antes de mudar para a categoria dos meio-pesados para encarar Hopkins e Jones também exalta que a nobre arte passou por seus problemas próprios.

“Há muita política no boxe, há muitos cinturões e muitos campeões o que diminui campeões verdadeiros como eu”, exclama. “Existem 4 campeões mundiais para cada categoria e isso é ruim porque não se há mais estrelas e isso é um grande problema”.

Calzaghe aponta que os Estados Unidos ganharam apenas uma medalha nos Jogos de Pequim – um bronze do peso-pesado Deontay Wilder – e prevê um futuro amargo para o esporte de luvas no país.

“A América só teve um medalhista nas Olimpíadas neste ano”, atesta Calzaghe. “No Reino Unido, nós fomos muito bem, eu estou orgulhoso de estar encerrando minha carreira e não a iniciando, pois não vejo um futuro grandioso para a modalidade”.

Fonte: Associated Press

E no Brasil?

Sorte de Calzaghe que ele não convive na realidade brasileira. Aqui há pelo menos 3 federações com seus títulos nacionais.Então pense comigo: Qual a expressividade no panorama mundial de um título brasileiro?

Nas lutas em solo nacional dificilmente vemos nossos atletas encarando os melhores entre seus compatriotas o que tem aspectos positivos e negativos; o melhor boxeador é poupado de sofrer traumas e aprimora sua técnica para enfrentar desafios maiores no exterior, entretanto, o fã tem disponível lutas de baixo calibre e não se empolga em freqüentar as arenas.

Será que se enfrentando num jogo de sobrevivência eles sairiam mais fortes para o mercado externo ou um acabaria anulando o outro por pequenos cachês e perderiam as chances de ouro no exterior? Espero que você me responda.

Outro problema são o nosso maior produto de exportação na atualidade: “buchas-de-canhão” que vão ao exterior vendem suas vitórias ou até lutam de verdade, mas contra adversários de nível muito superior e acabam nocauteados.

E ainda há mais um agravante, pois lá como cá o problema também é a política, só que a nossa tem um gostinho de “vatapação pugilística” digna de Odorico Paraguaçu. Com tanta lama e se Joe Calzaghe fosse Jão Carvalho, ele teria chances de Brasil e não acabar nocauteado e sim nocauteando.