Rahman após ser derrubado por Wladimir - Ronald Wittek/EFE
A vítima Hasim Rahman foi um alvo fácil.
Na noite de ontem na Alemanha, na cidade de Mannheim, Wladimir Klistchko nocauteou Hasim Rahman no sétimo round na Arena SAP para manter os boldriés da World Boxing Organization e International Boxing Federation.
Klitschko acertou o mais baixo, velho e pesado Rahman a sua vontade e após desferir uma combinação tripla de esquerda-direita-esquerda contra o americano no córner, o árbitro Tony Weeks entrou no meio para encerrar a contenda aos 44 segundos do assalto.
“Ele sabia que essa era sua chance”, falou Klitschko. “Eu estava surpreso, mas ele foi muito mais lento do que esperado”. O europeu derrubou o adversário no round anterior com sucessivos ganchos de esquerda. O nocaute técnico em sua sexta defesa do cinturão da IBF – e terceira este ano – acrescenta ao currículo do pugilista nascido na Ucrânia 52 vitórias com 46 nocautes e três derrotas.
“Ele lutou com esperteza e inteligência”, afirma o técnico de Klistchko, Emmanuel Steward. Rahman que surgiu como um substituto de Alexander Povetkin (16-0) – ausente, pois fraturou o tornozelo - no mês passado, batalhou para ultrapassar os jabs do oponente e agora conta com 45 vitórias, 7 derrotas, 2 empates e 36 nocautes.
Ambos apresentaram agilidade e um hábil jogo de pernas no início, mas rapidamente ficou visível a batalha de Rahman para ultrapassar os jabs do rival. O ex-bi campeão mundial tinha que se aproximar e curvar demais e era facilmente repelido pelos punhos do rival.
Quando não buscava entrar na guarda Rahman conseguia apenas se proteger nas cordas enquanto o campeão facilmente penetrava sua defesa.
“Wladimir foi muito esperto ao não soltar muitos socos e ser paciente para trabalhar com seu jab esquerdo” revelou o técnico Steward. Rahman voltou revigorado para o quarto round usando todo seu tronco para fazer ataques ambiciosos e eventualmente conectar golpes ao corpo de Wladimir.
Mas, o desafiante raramente desferiu socos no crânio do oponente e as conseqüências de seus fracos ataques ficaram claras quando foi ao chão no sexto assalto vítima de 2 ganchos de esquerda na cabeça. O americano levantou, mas passou o resto da etapa se defendendo no córner.
Outra combinação no começo do 7º round nocauteou os anseios de Rahman. Klitschko também manteve o cinturão menor da IBO (International Boxing Organization). O campeão adquiriu a coroa da IBF ao vencer por nocaute técnico Chris Byrd (40-5-1, 21 KO’s) em 2006 e a da WBO ao bater o russo Sultan Ibragimov (22-1-1, 17 KO’s) este ano por decisão unânime em uma luta de poucos movimentos.
Klitschko celebra mais uma vitória, mas ainda precisa de um adversário de nome para mostrar seu valor - Torsten Silz/AFP/Getty Images
Após o embate Klitschko citou Povetkin, Nikolai Valuev (49-1, 34 KO’s) – campeão interino da WBA – e Cristobal Arreola (26-0, 23 KO’s) como sinais de melhoria em sua categoria. Também falou do ex-campeão indisputável dos cruzadores David Haye (22-1, 21 KO’s) que subiu para os pesados e dominou a coletiva de imprensa após a luta com um desafio para Vitali Klitschko, irmão mais velho de Wladimir e campeão pela World Boxing Council.
“Eu quero lutar contra ele por ser o maior, em minha opinião é o melhor lutador” falou o britânico Haye que em novembro derrotou Monte Barrett (34-7, 20 KO’s) em sua estréia na categoria dos pesados com Vitali na platéia elogiando sua estréia e o valorizando como um futuro bom adversário.
Vitali que conquistou sua coroa ao superar o nigeriano Samuel Peter (30-2, 23 KO’s), dono do soco mais potente na categoria, afirmou que pode encarar o ex-rei dos cruzadores em 2009. “Bem, eu o enfrentaria com orgulho”.
O retorno de Bowe
Bowe superou Holyfield em 1992 na primeira luta de uma série de melhor de 3 na qual levou vantagem - Al Bello/Getty Images
Nas preliminares Riddick Bowe (45-1, 33 KO’s) voltou a vestir as luvas em um retorno modesto com decisão unânime em oito rounds sobre o alemão Gene Pukall (14-13-2, 12 KO’s). Esta foi a terceira luta na década para o veterano americano que já anunciara a aposentadoria em outra oportunidade.
Bowe esteve treinando no país do rival desde setembro em um esforço para recuperar o preparo físico e reduzir de peso. O esforço compensou e ele superou o escada Pukall de 33 anos com golpes na cabeça, porém ele não é a sombra do lutador que foi um verdadeiro encosto na vida de Evander Holyfield.
Em outro combate da noite o médio-ligeiro Cornelius Bundrage (29-4, 16 KO’s) retornou de uma derrota para Grady Brewer (24-11, 13 KO’s) ao tirar a invencibilidade de Zaurbek Baysangurov (19-1, 14 KO’s) com um nocaute técnico no 5º round.
Holt derrota Hopkins e mantém cinturão dos super leves WBO
Kendall Holt (25-2, 13 KO’s) bateu Demetrius Hopkins (28-1-1, 11 KO’s) por decisão dividida, em Nova Jersey. Os scores ficaram 115-113 para o sobrinho de Bernard Hopkins, enquanto, Holt teve 117-111 e 116-112.
D-Hop procurou trocar golpes ao contrário do oponente que soltava suas armas mais poderosas investindo no nocaute que não ocorreu por sua habilidade de esquiva. Até o quinto round ambos foram parelhos, porém Holt conseguiu mostrar serviço no sexto e também apresentou uma boa estratégia defensiva ao seu favor o que o fez manter o cinturão dos penas da WBO.
Com a vitória Holt se prepara para a unificação com o cinturão da WBC em poder de Timothy Bradley (23-0, 11 KO’s). Conhecido como “Tempestade no Deserto”- nome da ofensiva do exercito americano na Guerra do Iraque -, o pugilista tem vitórias sobre Edner Cherry, Junior Witter e Miguel Vazquez.
Fonte: Associated Press