segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Dinastias dos ringues

Alguns profissionais recebem maior atenção da mídia devido ao seu sobrenome e caso não atendam as expectativas se tornam alvos de chacotas além das cobranças serem maiores, porém se fossem anônimos seriam vistos apenas como mais um no seu ramo e se conseguem o sucesso são acusados de terem sido favorecidos por conta da família.

Um dos principais Exemplos do esporte nacional é o ex-goleiro do Santos Futebol Clube, Edinho, filho do Rei Pelé e neto do atacante Dondinho que jogou pelo Atlético Mineiro e Fluminense. O ápice de Edison Cholbi Nascimento foi o vice-campeonato brasileiro de 1995 ao lado de seu clube no qual hoje atua como Preparador de Goleiros. Problemas com a justiça e dependência química tornam ainda mais melancólica a história deste que esperavam ser o “príncipe” dos gramados.

Laila Ali e Muhammad Ali / Fotomontagem


No boxe existem exemplos de herdeiros que mantiveram o legado assim como outros que não brilham tanto quanto esperado ou apagaram a chama acessa por seus ancestrais. Filha de um ativista político, medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos, tri-campeão mundial dos pesados, visto como o maior pugilista da história e também maior atleta do século XX, Laila Ali é a menina dos olhos do lendário Muhammad Ali e mantém o sobrenome nos ringues ao dominar invicta a categoria dos super-médios desde 2002 com os cinturões IWBF, WIBA e WBC.

Tracy Harris Patterson / Divulgação


O primeiro bi-campeão do pugilismo Floyd Patterson que também foi um dos principais oponentes de Ali é o pai adotivo de Tracy Harris Patterson e este foi dono das coroas CMB e FIB dos super-galos nos anos 90 tendo encerrado sua carreira com 63 vitórias, 43 por nocaute, 8 derrotas e 2 empates. Não alcançou a popularidade de Floyd, porém tem formidável currículo no pugilismo.

Cory Spinks / Divulgação


Nascido após 5 dias da derrota de Muhammad Ali – e perca de cinturão – para seu pai Leon Spinks, Corey tem o boxe em seu lar, pois também é sobrinho do campeão mundial dos meio-pesados Michael Spinks. Em 2003 o jovem Spinks unificou as coroas dos meio médios das associações CMB, AMB, FIB e também da Ring Magazine ao derrotar Ricardo Mayorga. Já foi dono do cinturão dos médio-ligeiros da FIB entre 2006 e 2008 e o recuperou em abril deste ano. Spinks mostra que entrou não entrou no esporte para brincar de lutinha.

Zumbano (centro), Miguel de Oliveira (esq.) e Éder Jofre (dir.) / Uol


No Brasil a cobrança de sobrenome cai sobre Raphael Zumbano, último membro da família Zumbano-Jofre que desenvolveu o boxe em nosso país e deu o bi-campeão mundial Éder Jofre. Raphael, neto do saudoso Ralph, apesar dos tropeços no exterior conquistou o cinturão latino da FIB e mantém ativo o seu sobrenome num país que trata com descaso a nobre arte.

Camacho Jr & Macho Camacho - Matthew Staver


No outro córner na batalha dos herdeiros figuram personagens de origens ilustres, porém de menor brilho. Na última sexta-feira o porto-riquenho Hector Camacho Jr (50-3-1, 27 KO’s), filho de “Macho” Camacho e dono de um cartel que pelos números impressiona não conseguiu ganhar os cronistas e fãs ao derrotar por decisão dividida o veterano Luis Ramon “Yory Boy” Campas (92-15-1, 74 KO’s).“Machito” não conquistou nenhum título relevante como amador ou profissional.

George Foreman e Foreman III - Chris Cozzone


George Foreman III é conhecido como “Monge” por seu comportamento calmo e também é lembrado por ser filho do bi-campeão mundial George Foreman, dono de uma das maiores pegadas do esporte, protagonista da “Luta na Floresta” no Zaire de 1974 e o homem mais velho à obter o cinturão (45 anos). Foreman III estreou este ano e já contabiliza 3 vitórias pela via rápida, porém com seu sobrenome, a mídia e público esperavam alguém de maior habilidade nos ringues.

Ao pesquisar por “Maguilinha” no buscador Google, a primeira página que aparece para o usuário tem o seguinte título: “Maguilinha é nocauteado na Alemanha”. O evento ocorreu em 2007 quando o cubano Juan Carlos Gómez mandou para lona em apenas 33 segundos o filho de Adilson Rodrigues, o “Maguila” que já dominou o cenário sul-americano entre as décadas de 1980 e 1990.

“Maguilinha” (20-8-0, 15 KO’s) estreou em 1998 ao bater Jucimar Hipolito (2-0-0) e suas vitórias são contra oponentes debutantes ou com número maior de revezes em seu currículo. Todas as suas derrotas foram pela via rápida conforme o Box Rec. De acordo com o mesmo site o pugilista enfrentará na Argentina Fábio Eduardo Moli (39-8-0, 25 KO’s) no dia 13 deste mês.