Principal palco do boxe amador brasileiro, revelando talentos como os campeões mundiais Eder Jofre e Miguel de Oliveira, a Forja de Campões viveu nesta terça-feira um episódio inédito em seus 70 anos de existência. O torneio ficou sem a realização de sua final, por uma interdição em seu local de disputa.
Promovida pela Federação Paulista de Boxe, a Forja é feita no ginásio Baby Barioni, em São Paulo. Por volta das 17h, a organização foi avisada que o complexo sofreu interdição e que, por isso, não seria possível seguir em frente com a programação.
“É uma coisa impressionante. A secretaria estadual de Esporte e Lazer recebeu do Contru (Controle Urbano) a informação de que o conjunto foi interditado desde 1º de março”, afirmou Newton Campos, presidente da Federação, que não tem relações com a Confederação Brasileira de Boxe, por brigas entre as partes.
“Não nos comunicaram nada. A semana passada teve a semifinal da Forja, e realizamos sem problemas. Hoje (3ª) depois da pesagem, dos exames, estava tudo pronto e, de repente, chega uma pessoa e diz que recebeu um comunicado de que o ginásio não poderia ser usado”, completou Campos, que reclamou de outros espaços do complexo estarem em uso.
A Forja de Campeões é só um dos torneios realizados no espaço, que recebe os eventos há duas décadas. Criadouro de talentos, é ponto de passagem habitual de pugilistas que se destacam no país, como aconteceu com Eder Jofre e Maguila, entre outros. Diversos clubes participam das competições, inclusive alguns de cidades vizinhas e até de diferentes estados.
Newton Campos afirmou que tentará concretizar a disputa das finais, mas exige da secretaria de esportes uma atitude.
“Eles prejudicaram o boxe, prejudicaram muitas cidades, atletas e técnicos. Então, têm a obrigação de me arrumar outro lugar. Porque a final será realizada de qualquer maneira. Estamos há 20 anos no Baby Barioni, eles têm de dar um jeito”, afirmou o dirigente.
Antes isento de pagamento, o espaço já havia ficado ameaçado de não receber o boxe, quando em 2009 surgiu uma taxa de R$ 2.800,00 para a utilização para eventos como a Forja. À época, Newton falou das dificuldades para arcar com os custos, mas manteve seus torneios no local.
A Secretaria de Esporte, Lazer e Turismo do Governo do Estado de São Paulo foi procurada, mas as ligações da reportagem não foram atendidas.
Nota do Editor: A matéria acima foi publicada no portal UOL pelo competente Maurício Dehò dada a credibilidade e relevância dos dados prefiro publicá-la desta forma.