quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Vídeo de Samir Santos Barbosa x Luciano Leonel Cuello (15/09/2012)


Vídeo de TyC Sports

Artigo de opinião

Na última sexta-feira (15/09), o brasileiro Samir Santos Barbosa, 32, subiu no ringue contra o argentino "El Principito" Luciano Leonel Cuello, 28, em combate realizado em La Plata, na província de Buenos Aires no país do rival. Em jogo estava o vago cinturão sul-americano dos médio-ligeiros (69,9 kg) do Conselho Mundial de Boxe (CMB).

O site de boxe latino NotiFight classificou a contenda como um monólogo de Cuello (31-2-0, 15 KO's) que conseguiu um violento nocaute técnico sobre Samir (30-10-3, 21 KO's) no 11º assalto, sendo todos os rounds foram vencidos pelo platino. Em alguns momentos Samir parece querer mais o combate franco, enquanto Cuello busca o nocaute ou a pontuação de uma distância segura.

Samir foi escolhido, pois apesar de perder todas suas lutas quando se apresenta fora de casa, não as perde de forma fácil, é tido como um teste duro para pugilistas que buscam ascensão no mercado exterior e reconhecimento dentro de suas terras. O público argentino e a sua televisão, em especial o programa TyC Sports, não gostam de lutas fáceis no ringue.

Conforme informações do técnico Paulo Lima Silva, ele e seu boxeador passaram por situações adversas nos bastidores, o que vem se tornando lugar-comum no boxe sul-americano ou quando brasileiros se apresentam fora do continente. O mesmo se comprometeu a enviar um comunicado explicando os bastidores da disputa.

Samir em um dia precisou perder aproximadamente 5,5 kg para se apresentar diante do argentino segundo Lima Silva. Isto afeta o seu rendimento, o semblante do pugilista realmente está apático no vídeo. O gaúcho chegou ao encontro acima do peso, e isto já limitou suas chances. Como ensina o técnico Miguel de Oliveira, que já treinou Samir,: "o atleta tem que treinar para abrir o apetite". O Córner do Leão abre o espaço para pugilista e técnico falarem desta questão também.

O combate em si esteve nas mãos de Cuello, os comentaristas argentinos esperavam que ele levasse nos rounds iniciais, não teve esta capacidade. Estivesse Samir inteiro o gaúcho poderia até levar a luta, sua melhor atuação foi no 9º round quando Cuello sentiu seus golpes, mas faltaram-lhe movimentação nas pernas e guarda mais fechada. Muitos dos ataques do brasileiro ficaram na guarda ou cruzaram o ar, o que desgasta mais ainda o lutador.

Colocando golpes na zona hepática e posteriormente queixo Cuello derruba Samir no 11º round, o gaúcho vai ao solo perdendo o controle de seu corpo. Baixou a guarda e até provocou o pugilista da casa. Como afirma o comentarista argentino "foi suicídio, brincou com fogo e se queimou". Mas os mesmos comentaristas o chamaram de "valente" e denotaram sua resistência.

É a segunda derrota de Samir este ano, a primeira foi um nocaute no 1º assalto para o catarinense Patrick Teixeira. Depois em seu território nocauteou o paulista Daniel Sabóia que não tem muita técnica, mas pega pesado.

Resistiu até onde pôde e não se vendeu no exterior como fazem muitos atletas, estes como afirma o professor Messias Gomes de São Paulo: "só falta escreverem o nome do país na sola do sapato para que o mundo saiba de onde é quando cai".

Entretanto no mundo capitalista do boxe, principalmente o profissional, o que conta para ser impulsionado a voos altos são resultados. Porém apenas criticá-lo para difamar não contribui para a construção de um esporte mais igualitário.

Uma das vias para Samir antes de buscar algo no exterior é se defrontar contra pugilistas de nível nacional que passam por situações semelhantes as suas como fez com Sabóia. Em sua categoria original a dos médios (72,6 kg) há nomes como Valdevan Pereira, Mohamad Said, Idiozan "Chibata" Matos e Rocky Jr., - com quem já treinou -.

Na dos super médios (76,2 kg) pode buscar confronto com Carlos "Açougue" Nascimento, Everaldo Praxedes, Luzimar "Tyson Tigre" Gonzaga, Leandro Siqueroli e Joselito dos Santos enquanto entre os médio-ligeiros despontam Gilberto "Yorubá" Pereira e Douglas Ataíde ou mesmo uma revanche com Anderson "Pantera" Clayton que o superou em 2005 por nocaute.

Nota do Editor: O espaço está aberto à Samir Santos Barbosa e Paulo Lima Silva para apresentar suas considerações assim como pode também se manifestar Luciano Cuello e membros de sua equipe.