sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Entrevista com Fábio Negão

Fábio Negão (vermelho) / Arquivo Pessoal


Fábio Nascimento, mais conhecido como Fábio Negão, praticou várias modalidades de artes marciais, mas no jiu-jítsu encontrou seu campo e tornou-se um dos nomes fortes vindo da academia Lótus Club de São Paulo. Após um longo período nos tatames decidiu levar seu talento e sua esquadra para os ringues e octógonos do MMA (Mixed Martial Arts), uma versão mais regrada do Vale-Tudo.

Para aprimorar seus chutes e socos começou a treinar muay thai e boxe, e este ano passou a competir na nobre arte ganhando a Forja dos Campeões. Seu cartel no MMA apresenta 10 vitórias, sendo 4 por nocaute e 3 por finalização, 5 derrotas e nenhum empate. Já derrotou nomes reconhecidos como Mauro “Xuxa”, Gabriel “Gladiador”, Roan Carneiro e enfrentou o wrestler olímpico Matt Lindland dos E.U.A. Em entrevista ao Córner do Leão, Fábio Negão fala de seu ingresso no esporte de luvas e como aprimorou sua habilidade para os desafios das gaiolas.

Como foi seu início nas artes marciais?

Eu comecei à treinar kickboxe com 12 anos e depois ingressei no caratê, mais tarde após assistir algumas lutas do Royce Gracie no UFC (Ultimate Fighting Championship) me interessei pelo jiu-jítsu, procurei uma academia e estou até hoje.

Para você que vêm do jiu-jítsu quais são as dificuldades que encontra durante os treinos e lutas de boxe?

O pessoal de luta agarrada, tipo wrestling (luta-olímpica), jiu-jítsu e judô, por exemplo, é muito forte, mas também é muito duro e para o boxe precisa adquirir “leveza”, movimentos rápidos, agilidade e precisão nos golpes e para isso é necessário estar com o corpo relaxado, diferente do jiu-jítsu em que deve mantê-lo contraído quase que o tempo todo, mas com os treinos a gente vai se soltando.

Em sua opinião como se sai no MMA, um atleta que tem como sua primeira modalidade o boxe?

O boxe é muito bom para o MMA, muda sua visão de luta, te deixa mais rápido, atento, com reflexos melhores, mas hoje em dia para o MMA temos que treinar tudo e com certeza para alguém com escola no boxe o mais indicado seria ralar bastante no tatame, porque definitivamente todo mundo procura o ponto fraco do oponente e ninguém vai ficar trocando socos com um boxer.

Quais são seus pontos fortes no pugilismo?

Eu ainda estou na fase de aprendizado, mas gosto muito desse esporte. Ainda não me considero muito técnico, mas estou trabalhando para isso. O que acho que esta fazendo a diferença no boxe ao meu favor é a potência dos meus ataques e minha capacidade de assimilação de golpes.

Quais foram suas conquistas no boxe amador?

Esse ano comecei a competir e está sendo uma temporada boa, ganhei a Forja dos Campeões, com 4 lutas sendo que só uma chegou ao 2° round e também fui campeão paulista das duas federações de São Paulo e também nenhuma das lutas foram além do 2° assalto.

Qual foi o momento mais duro na modalidade?

Já passei por muitas situações difíceis, mas a calma que o jiu-jítsu me deu em tantos anos de competição me ajuda a não me afobar e me recuperar no combate, mas o momento mais complicado para mim foi na final do campeonato paulista, em que tomei dois cruzados fortes e cai com um minuto de luta tanto que o juiz quase encerrou o combate, mas me recuperei, ouvi meu técnico no intervalo e nocautei no 2° round.

Pensa em seguir como profissional?

Ainda não penso nisso, porque no momento meu primeiro esporte é o MMA e uso o boxe para melhorar minha ‘trocação’, mas nunca se sabe, quando meu técnico achar que tenho condições de encarar uma carreira profissional estarei lá, porém, por enquanto é só diversão e treinamento para o MMA.

No boxe quem são seus ídolos?

Eu estou no boxe há pouco tempo, mas admiro o Roy Jones JR, Manny Pacquiao, no boxe nacional admiro a galera que treina comigo, como Mario Soares, Josival e principalmente meu grande amigo e professor Messias do Centro Olímpico onde eu treino.

Fábio Negão (chutando) x Mauro "Xuxa" / Marcelo Alonso