George Arias / (Foto: Divulgação)
Entre os principais
conquistadores bélicos da história é possível notar uma
estratégia, a ascensão em países e territórios vizinhos.
Napoleão, por exemplo, expandiu as zonas territoriais e de
influência da França e apesar de perder algumas batalhas é tido
como um dos principais líderes da humanidade.
Processo semelhante no
boxe vem sendo realizado pelo campeão sul-americano dos pesados
George Arias que no passado perdeu para pugilistas em ringues
europeus, porém sempre com credibilidade e agora ressurge em sua
carreira desafiando e superando argentinos desde 2010.
Suas vitórias sobre os
platinos Emilio Zarate e Lisandro Diaz o conduziram para o desafio de
10 de setembro diante de Gonzalo “Patón” Basile, considerado
número 2 do país dos lendários pesados Luis Angel Firpo e Oscar
Bonavena.
O sociólogo Octavio
Ianni em sua obra Teorias da Globalização (1996) deixa claro que os
processos econômicos, políticos e midiáticos iniciados a partir da
segunda metade do século XX tornam alguns aspectos da sociedade mais
homogêneos, porém as regiões aos mesmo tempo buscam forma de manter
suas culturas.
No boxe argentino é visível que eles primeiro se enfrentam, depois lutam com colegas da região para então deixar o Luna Park e outros ringues do país e se aventurar diante de desafios de outros continentes. Os "descendentes" de Carlos Monzon respeitam os processos da globalização assim como Arias.
Hoje é ainda mais
normal ver pugilistas africanos enfrentando membros de países da
ex-União Soviética, americanos encarando australianos e mexicanos
se degladiando com japoneses, porém, para se alcançar este patamar
um método eficaz é bater a concorrência vizinha para então buscar
chances mundialistas.
O que se vê em alguns
pugilistas brasileiros são embates apenas com escadas – apesar de
lutas com esse tipos serem até certo ponto necessárias – para
então buscar um confronto por título do mundo. No entanto, o
brasileiro chega com cartel semelhante ao do rival em números, porém
defasado em qualidade.
Arias vem mantendo sua
credibilidade ao bater seus colegas – não inimigos –
sul-americanos, uma estratégia eficaz tanto para um pugilista de
nível continental em fim de carreira quanto para um prospecto
almejando seu trono no mundo.