sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Lino bate Edson Foreman e mantém cinturão latino

Repórter Especial André Cardoso

Lino (esq.) x Edson Foreman (dir.) / Divulgação


Laudelino “Lino” Barros, 34, defendeu seu cinturão latino OMB dos cruzadores (96,7 kg) do paranaense Edson “Foreman” Antonio, 33, na madrugada de ontem em São Paulo em uma rodada de combates organizados na academia Runner Butantã. O evento contou com a presença de campeões reconhecidos da nobre arte como Éder Jofre, Miguel de Oliveira e Popó.

O 1° assalto foi marcado por uma troca de golpes curtos, e sobressaltaram os olhos dois cruzados de Edson Foreman que no 2° giro se mostrou frio com excelente colocação de golpes na curta distância além da precisão e velocidade com que chegava com facilidade na cabeça de Lino, o campeão só conseguiu acertar bons socos na cintura do desafiante próximo ao final do round.

No 3° round Lino sentiu golpes na cintura e até chegou a dar as costas para Foreman que é melhor na curta distância. A maioria dos torcedores estava com Barros que em seu roupão tinha o símbolo da academia.

4° assalto tem uma luta franca a curta distância, Foreman acusa receber o cruzado de Lino no final do estágio e começa a virada do lutador de Mato-Grosso. No 5°, o campeão toma iniciativa com golpes longos, enquanto, o paranaense busca contato próximo.

O 6° round tem Lino desviando, rodando e não parando nas cordas além de acertar os melhores golpes, enquanto, Foreman encaixa apenas um bom cruzado e insiste na curta distância. Já no 7° Lino não para na frente do adversário.

O ritmo da luta cai no 8° assalto, e Foreman se movimenta menos no quadrilátero. No 9° assalto Lino percebe a falta de mobilidade do rival e dispara ataques para liquidar a contenda, mas não há nenhum abalo da parte do desafiante.

10° é o round mais equilibrado. Foreman busca encurtar para ter vantagem em jogo, mas Lino reage. No 11°, Lino não para de mexer o tronco e se mostra de forma espetacular com contra-golpes e sequências. O seguinte e último assalto tem Lino mantendo a distância e investindo, enquanto Foreman decidiu não partir para o “tudo ou nada”.

Enfim, uma das melhores lutas do ano em solo brasileiro. O público e empresários puderam ver que ainda vale a pena investir no boxe nacional, mas para ter dois oponentes de alto nível devem ser pagas bolsas decentes, algo que não vinha acontecendo há anos.

Nas preliminares Adaílton “Precipício” de Jesus venceu por decisão unânime o resistente Carlos Antonio Bispo. A pugilista Simone Duarte perdeu por decisão médica uma luta de MMA para Carol Lemos Rodrigues.

No muay thai, Fábio Koichi perdeu por pontos para Ricardo Pacheco. No boxe olímpico Wines Souza bateu por pontos Hernanes Fernandes Modesto, Alessandro de Jesus virou a luta e venceu por pontos Tomas Freitas, e Daniel Sartini venceu também por pontos Bruno Nascimento.

Prestigiaram o evento os já citados Éder Jofre, Miguel de Oliveira e Acelino “Popó” Freitas e também pugilistas do passado e do presente como Alex de Oliveira e William “Baby Face” Silva. Quando os campeões subiram no ringue, Popó fez questão de abrir as cordas para Éder, mostrando reverência e reconhecimento.

A organização do evento foi feita por Thomas Henrique Cabrera e com isso mostra o potencial do boxe para atrair negócios e público. Se todo mês uma rodada como essa com lutas desse calibre fosse organizada, o boxe teria uma expectativa maior de atrair outros setores, inclusive televisão.