Orlando Silva / (Foto: Agência Estado)
“Decidi sair para defender minha honra”
O anúncio muito esperado pela imprensa veio no início desta
noite de quarta-feira, Orlando Silva afirma sair do governo federal e abdica o
posto de Ministro dos Esportes com o intuito de se defender das acusações de
envolvimento em esquemas de verbas em com participação de organização
não-governamentais (ONGs).
“Eu decidi sair do governo, para que eu possa defender minha
honra, o trabalho do Ministério do Esporte, o meu governo e o meu partido. Saio
com o sentimento de dever cumprido”, aponta Silva depois de reunião com a
presidente Dilma Rousseff.
Em coletiva Silva afirmou que não há provas que o incriminem
e reafirmou que esperará o resultado das investigações oficiais do caso. “Eu
reafirmei para a presidenta que não há nem houve qualquer prova que me
incrimine, fato nenhum que possa comprometer a minha honra, minha conduta ética.
Manisfestei minha revolta com esse linchamento público que vivi”, argumentou.
Ex-ministro considera
que foi alvo de uma “agressão vil”, “baseada em mentiras” e que “há doze dias
nenhuma prova concreta do ataque que sofri surgiu, nem surgirá”. Silva saiu
defendendo a administração Dilma e que o trabalho feito no ministério durante o
governo petista não pode ter como fim a “lata do lixo”.
O secretário-executivo do ministério, Waldemar Manoel Silva
de Souza (PCdoB-RJ) assume interinamente conforme o Planalto e permanece até a
nomeação de novo ministro.
Interino é alvo de denúncias
Waldemar Souza assinou convênios com ONGs suspeitas de
irregularidades. Filiado ao PCdoB (Partido Comunista do Brasil) do Rio de
Janeiro, Souza firmou o contrato de R$ 6,2 milhões com o sindicato de cartolas
do futebol para projeto da Copa de 2014.
Souza é próximo a Silva e passam pela sua supervisão os
principais contratos do ministério. O PM João Dias Ferreira que acusou o
suposto esquema de desvios da pasta de esporte também fala de Souza como no
caso de prorrogação de convênio do Programa Segundo Tempo no valor de R$ 911
mil com o Instituto de Desenvolvimento da Criança e do Adolescente (Idec), da
cidade de Novo Gama (GO).
A entidade é de fachada e apesar do contrato de 2009 jamais
executou o plano determinado. Após o Jornal da Tarde revelar o caso, o
ministério cancelou o contrato.
No mês de janeiro, Souza assinou convênio de R$ 1,2 milhão
com o instituto Pró-Ação, que repassou pelo menos R$ 1,3 milhão a empresas
fantasmas em Valparaíso (GO). Em novembro do ano passado, Souza fechou um novo
convêncio por R$ 2,4 milhões com o Instituto Cidade de Minas Gerais.
A entidade, ganhou R$ 9 milhões nos últimos quatro anos, é
ligada ao secretário de Esporte Educacional, Wadson Ribeiro. Tem sede em Juiz
de Fora (MG), onde Ribeiro é pré-candidato a prefeito pelo PCdoB.
Fonte: JT
Fonte: JT