quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Orlando Silva deixa Ministério dos Esportes após denúncias


 Orlando Silva / (Foto: Agência Estado)


“Decidi sair para defender minha honra”


O anúncio muito esperado pela imprensa veio no início desta noite de quarta-feira, Orlando Silva afirma sair do governo federal e abdica o posto de Ministro dos Esportes com o intuito de se defender das acusações de envolvimento em esquemas de verbas em com participação de organização não-governamentais (ONGs).

“Eu decidi sair do governo, para que eu possa defender minha honra, o trabalho do Ministério do Esporte, o meu governo e o meu partido. Saio com o sentimento de dever cumprido”, aponta Silva depois de reunião com a presidente Dilma Rousseff.

Em coletiva Silva afirmou que não há provas que o incriminem e reafirmou que esperará o resultado das investigações oficiais do caso. “Eu reafirmei para a presidenta que não há nem houve qualquer prova que me incrimine, fato nenhum que possa comprometer a minha honra, minha conduta ética. Manisfestei minha revolta com esse linchamento público que vivi”, argumentou.

 Ex-ministro considera que foi alvo de uma “agressão vil”, “baseada em mentiras” e que “há doze dias nenhuma prova concreta do ataque que sofri surgiu, nem surgirá”. Silva saiu defendendo a administração Dilma e que o trabalho feito no ministério durante o governo petista não pode ter como fim a “lata do lixo”.

O secretário-executivo do ministério, Waldemar Manoel Silva de Souza (PCdoB-RJ) assume interinamente conforme o Planalto e permanece até a nomeação de novo ministro.


Interino é alvo de denúncias

Waldemar Souza assinou convênios com ONGs suspeitas de irregularidades. Filiado ao PCdoB (Partido Comunista do Brasil) do Rio de Janeiro, Souza firmou o contrato de R$ 6,2 milhões com o sindicato de cartolas do futebol para projeto da Copa de 2014.

Souza é próximo a Silva e passam pela sua supervisão os principais contratos do ministério. O PM João Dias Ferreira que acusou o suposto esquema de desvios da pasta de esporte também fala de Souza como no caso de prorrogação de convênio do Programa Segundo Tempo no valor de R$ 911 mil com o Instituto de Desenvolvimento da Criança e do Adolescente (Idec), da cidade de Novo Gama (GO).

A entidade é de fachada e apesar do contrato de 2009 jamais executou o plano determinado. Após o Jornal da Tarde revelar o caso, o ministério cancelou o contrato.

No mês de janeiro, Souza assinou convênio de R$ 1,2 milhão com o instituto Pró-Ação, que repassou pelo menos R$ 1,3 milhão a empresas fantasmas em Valparaíso (GO). Em novembro do ano passado, Souza fechou um novo convêncio por R$ 2,4 milhões com o Instituto Cidade de Minas Gerais.

A entidade, ganhou R$ 9 milhões nos últimos quatro anos, é ligada ao secretário de Esporte Educacional, Wadson Ribeiro. Tem sede em Juiz de Fora (MG), onde Ribeiro é pré-candidato a prefeito pelo PCdoB.

Fonte: JT