terça-feira, 15 de novembro de 2011

Pedro Otas rumo à África

François Botha (esq.) e Pedro Otas (dir.) / (Foto: Arquivo Pessoal)

Pedro Otas dia 19 fará uma das mais importantes lutas de um brasileiro no exterior quando enfrentará o congolês Ilunga Makabu (9-1-0, 9 KO’s) pelo cinturão dos cruzadores (90,7 kg) da World Boxing Federation (WBF) em evento de alto padrão na África Sul, país emergente na economia global.

Dono de uma carreira que não voou mais alto por conta de lesões nas mãos e um acidente de carro, Otas (23-1-0, 19 KO’s) cresceu muito em agosto deste ano quando fez a luta do ano em solo brasileiro com Jackson Jr.. O rival saiu vitorioso de um embate no qual é difícil avaliar se houve “perdedores”, pois ambos ganharam destaque na imprensa e no meio pugilístico.

Na mesma luta se via o resultado do trabalho de seu agente de marketing Eduardo Passos que trouxe um contingente de repórteres para cobrir a apresentação. Outra mudança foi seu córner que não tinha mais o técnico Xuxa, mas Aparecido da Silva, o “Cido” do Guarany, os preparadores físicos de Otas responsáveis pelo Espaço Ludere e Passos que hoje é também seu manager. Depois Otas não trabalhou mais com o empresário Eduardo Melo, tendo Passos assumido a função de manager também.

Recentemente, Otas junto com Jackson e Lino Barros quebrou um paradigma retrógrado do boxe nacional que praticamente impedia competidores de alto nível e academias diferentes de treinarem juntos formando um verdadeiro triângulo do poder. Antes de ir para seu combate na África, Otas deu entrevista ao Córner do Leão.

O que pode falar sobre sua nova fase na carreira?

É uma fase cheia de oportunidades e espero aproveitar o máximo e conquistar tudo que puder daqui pra frente.

O que pode falar de cada um deles. Como descreve treinar com Jackson e Lino?

É treinar em alto nível, são forças do nosso boxe e chegamos em comum acordo de nos unirmos para desenvolver nosso trabalho. É uma honra treinar com estes dois campeões e ajudará no meu desenvolvimento assim como no deles para desempenharmos nosso papel e conquistarmos títulos lá fora.

Eduardo Passos começou trabalhando a sua comunicação e agora é seu manager. Como você vê o trabalho de marketing dele e o trabalho de manager dele?

O Passos é um profissional nesta área e já trabalhamos juntos há um ano e meio na comunicação e nesse período foi feito algo excelente em sites de notícia e redes sociais atraindo não só o fã de boxe, mas outro segmento também. Isso tudo estimula a vontade de treinar e correr atrás de objetivos. Como manager me deu a oportunidade que há quase dez anos de carreira profissional eu corro atrás que é disputar um cinturão mundial. É uma conquista dele por sua habilidade de negociação e competência e só posso agradecer.

A WBF pela qual você lutará o cinturão mundial é uma entidade menor se comparada às quatro grandes (OMB, AMB, CMB e FIB). Isso o incomoda?

De forma alguma, a WBF é uma entidade classificatória para as grandes, ou seja, abre portas para ranquear nas demais associações tidas como principais.

O que sabe sobre Ilunga Makabu?

Pouco, não temos imagens.

Tem medo de ser surpreendido?

Único medo que teria é não treinar e fazer meu trabalho, mas isso vem sendo feito e o que vier estaremos preparados.

Você voltou aos cruzadores, porém diferente da época em que lutou nela antes de migrar para meio-pesado é perceptível que está com a musculatura mais definida. Como foi feito esse trabalho?

O trabalho é uma continuidade do que vem sendo feito. Continuei a treinar depois da última luta, não parei e me alimento bem como sempre. Sigo os ensinamentos do nutricionista Dr. Sergio Sheman e a preparação física no Espaço Ludere com Carlos Pisano e André Hohl que me ajudaram na minha reabilitação além dos exames que fiz na UNIFESP com o Dr. Vladimir Modolo. Hoje nos treinos de boxe sou acompanhado pelo treinador Renato Santiago, logo não luto sozinho, mas em grupo e temos tudo para trazer o título ao Brasil.