segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Juan Diaz fala de seu amor ao Brasil e sua despedida dos ringues


Juan Diaz / (Foto: Arquivo Pessoal)


Juan Antonio Diaz é um dos principais treinadores de boxe do país, tendo se estabelecido em São Paulo, após deixar a argentina. No passado também foi nome cotado entre os pesados da América do Sul tendo encarado Maguila em duas oportunidades, na primeira perdeu – válida pelo título sul-americano dos pesados - e na segunda empatou.

Com um cartel de 24 vitórias, 18 nocautes, 8 derrotas e um empate, Diaz que não luta há mais de 3 anos prepara o sua despedida para dia 3 de dezembro na ID Academia na qual leciona a nobre arte em uma rodada de boxe profissional.

Fale do seu início no boxe:

Comecei em 1980 com 18 anos com o campeonato Inter Academias e o Campeonato de bairros e na sequência vieram campeonatos com mais expressão como o Estadual, Regional, Nacional, Sul-americano, Pan-americano, Mundial e Jogos Olímpicos de 1988.

Quais as diferenças do tratamento dado ao boxe na Argentina e no Brasil?

A diferença é que na Argentina o boxe é tão popular quanto o futebol é no Brasil.

Explique o termo “escola de boxe” e como ela é desenvolvida na Argentina:

A função da Escola de Boxe na Argentina é formar um profissional. Passando para esse atleta todos os fundamentos e técnicas necessárias para sua formação. O aluno pode ingressar na escola de boxe aos 12 anos e ir desenvolvendo o trabalho ao longo dos anos até estar apto a se tornar um profissional.
Existe escola de boxe no Brasil?

Sim existe, mas não nesse formato Argentino. No Brasil temos uma predominância do boxe recreativo e as academias fazem um trabalho muito bem nesse sentido.

Como foi sua luta com Maguila em 1992?

Em 1992, eu estava invicto por 8 lutas e perdi para o Maguila (por pontos) o titulo Sul Americano em 12 rounds. Depois tive a oportunidade de lutar com ele novamente em 1999.

Sua última grande luta foi em 2007 na Alemanha contra o russo Denis Boytsov que foi apontado vencedor por pontos. O que lembra daquele combate?

Denis tinha um cartel muito bom e estava invicto muito tempo, porém ficou muito cansado quando chegou no sexto round então encerramos a luta a pedido deles. Mas devido a um patrocínio forte que ele tinha na época decidiram, por pontos, que ele era o ganhador.

Você já foi vítima de preconceito por ser argentino? E na Argentina isso ocorre com os brasileiros?

Nunca sofri preconceito aqui, pelo contrário sempre fui muito bem recebido! Na Argentina todos os grandes atletas brasileiros de todos os esportes são reconhecidos e respeitados.

Por quê decidiu fazer seu último combate? Por quê no Brasil e não na Argentina?

Acho que por uma questão idade e temos que saber a hora de parar. E comecei na Argentina e resolvi encerrar no Brasil, país que me acolheu tão carinhosamente e aonde tenho minha família.

 Empresário Abraham Katznelson (esq) e Juan Diaz (dir.) / (Foto: Arquivo Pessoal)