Antonio Margarito / Associated Press
No dia 21 de janeiro de 2009, Antonio Margarito foi castigado no ringue por “Sugar” Shane Mosley e perdeu seu super cinturão da Associação Mundial de Boxe dos meio-médios. Não bastasse ter sido estraçalhado com nocaute técnico no 9° round de uma luta programada para 12, passou pela situação mais vexatória de sua trajetória.
Após a derrota retumbante foi descoberto que o mexicano usava gesso líquido em suas mãos para potencializar seus golpes. A mesma “estratégia” sórdida foi usada por Jack Dempsey em 1919 na disputa que faturou o título dos pesados e encurtou a carreira de Jess Willard que foi a lona 7 vezes no 1° assalto e não conseguiu prosseguir após a 3ª passagem.
No boxe moderno também houve situação semelhante e resultou da parceria do treinador Panama Lewis e seu pugilista Lewis Resto que em 1983 alteraram as condições das luvas do porto-riquenho para infligir mais dano ao prospecto americano Billy Collins Jr. A vítima lutou até o final, mas teve a íris dos olhos rasgada e sofreu permanentemente de visão embaçada, sua vida acabou em um trágico acidente automobilístico, mas Lewis e Resto lhe tiraram antes sua motivação de viver.
Quando um pugilista tido como herói por diversos segmentos, como Margarito, recorre a táticas escusas não é apenas ele ou seu oponente que perdem a saúde, licença para lutar e credibilidade, mas o boxe e algo além dele todo o universo esportivo perdem valores maiores.
Dia 13 de novembro, Margarito recebe outra grande chance em sua vida ao subir no ringue contra o melhor lutador da atualidade, Manny Pacquiao das Filipinas. Para o ex-campeão que já cumpriu suspensão e arcou com sua sentença legalmente esta é a chance de se redimir para o público e, se tiver consciência, consigo mesmo.