quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Adriana diz que foi humilhada por dirigente da CBBoxe que por sua vez minimiza críticas

Adriana Araújo / (foto: Murad Sezer - Reuters)

Apesar da medalha de bronze conquistada hoje pela peso leve (60 kg) Adriana Araújo, 30, a pugilista soteropolitana criticou o presidente da Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe) Mauro Silva e sua gestão em meios de comunicação de grande exposição como SporTV, Agência Estado e portal iG além de outros.

"Essa medalha é para calar a boca dele (Mauro Silva). Ele tentou me tirar da seleção, disse que eu não me classificaria e que não tinha condições de estar aqui. Mas vim e conquistei a medalha de bronze. Ele precisa aprender a valorizar os atletas do Brasil", declarou à imprensa Araújo logo após sua luta com a russa Sofya Ochigava, 25.

"Ela está aqui porque eu acreditei nela. Como é que ela disputaria os Jogos se eu não acreditasse? Isso nem passou pela nossa cabeça. A Adriana representou o Brasil de maneira maravilhosa dentro do ringue e nada vai tirar o brilho dessa conquista, mas ela fez comentários infelizes. Temos eleições em janeiro e acredito que possam existir interesses políticos por trás desses comentários", declarou Mauro Silva à reportagem do IG.

A reportagem do iG assinada por Rodrigo Farah e Rodrigo Fontes seria uma rivalidade entre o treinador baiano Luiz Dórea, formador de Adriana, e Silva. Dórea que preparou alguns dos maiores nomes do pugilismo atual e do MMA teria um relacionamento "conturbado com Mauro Silva".

A reportagem aponta que Dórea "acusou o presidente de boicotar o campeão mundial dos Jogos Militares, Pedro Lima, da seleção brasileira" e tem solicitado para que o dirigente não consiga a reeleição em janeiro do próximo ano.

Lima, medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio em 2007, é segundo no ranking brasileiro de pesos médios atrás de Esquiva Falcão Florentino que já garantiu a medalha de bronze e estará nas semifinais em busca do ouro. O boxeador em seu perfil de Facebook fez declarações recentes de sofrer perseguições da entidade.

Dórea afirmou também à reportagem do iG que muitos se decepcionaram com o atual dirigente e este "se transformou em outra pessoa". O técnico acusa o desafeto de "maltratar" atletas e criar "uma ditadura na confederação", além de querer "colocar a Adriana para fora". Outra denúncia é que o cartola boicota pugilistas baianos.

Após perder a luta, Adriana reclamou do afastamento de seu técnico Luiz Dórea e sua academia Champion em Salvador, o isolamento na concentração. Mauro Silva elogia o centro de treinamento paulista, porém negou o ocorrido.

"Precisamos de mais valorização desse cara, mas tomara que essa medalha sirva para calar a boca dele. O povo brasileiro precisa saber das coisas horríveis que ele já disse para mim. Mas nunca dei atenção, pois acreditava no meu potencial. Ele já me humilhou muito, mas não caí de paraquedas no boxe", aponta a medalhista olímpica.

Ao iG, Servílio de Oliveira, primeiro medalhista do boxe nacional em Olimpíadas, também criticou a gestão Mauro Silva e mencionou outro caso de boicote. O do peso pesado Rafael Lima, que conforme Servílio é uma figura de liderança entre os pugilistas e por discordar de algumas posições "simplesmente foi tirado do caminho".

Gabriel de Oliveira, ex-técnico da seleção nacional, atual comentarista da Band Sports e filho de Servílio já mencionou no passado recente o caso do paraense Rafael Lima, medalha de bronze no Pan 2007, como pugilista que merecia estar na seleção atual.

Fontes: iG, Agência Estado e UOL