quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Entrevista com Bruno Rissi

Bruno Rissi / (Foto: Arquivo Pessoal)

Ivan Drago parte para cima de Rocky Balboa e o espanca até que o "Garanhão Italiano" reage em mais uma das incontáveis reprises de Rocky IV na TV brasileira, mas para um garoto de 10 anos foi um catalisador para adentrar na carreira que o colocaria como uma certeza do esporte 9 anos depois, ainda muito jovem, e aposta de córner nos anos por vir.

Em entrevista ao Córner do Leão, o auxiliar técnico Bruno Rissi que trabalha com a família Oliveira - Servílio, Gabriel e Ivan "Pitu" - e seus lutadores Jackson Jr., Precipício e Aldimar Santos, fala do trabalho nos treinos e o retorno como pugilista de competição.


Quem são suas influências?

Em relação as competições sem dúvida Manny Pacquiao. Gosto de sua velocidade, agressividade e procuro treinar para atingir pelo menos 10% de sua excelência. Em relação aos treinamentos sem dúvida o Pitu e o Gabriel são as influencias que mais me envolvem. Gosto também do trabalho do preparador físico Alex Ariza (trabalha com Pacquiao e Amir Khan).

Por quê optou por trabalhar como auxiliar técnico? Como é ser parceiro do Pitu?

Apesar da pouca idade, em 2010 a equipe do São Caetano estava precisando de alguém responsável e que conhecesse boxe. Eu ainda estava muito cru, mas correu tudo bem e acabei fazendo parte da equipe vice campeã dos jogos abertos. Foi sensacional trabalhar e treinar com os atletas de alto nivel como Paulo Carvalho, Gidelson Oliveira, entre outros.

Ser parceiro do Pitu é incrível, eu conheço ele desde que treinei com o gabriel de 2002 a 2005. Quando procurei o AD pela primeira vez, foi incrivel vez aquela sala com 11 atletas suando a camisa pra dar o peso e o Pitu no comando de tudo. Ele e o Gabriel são responsáveis por tudo que sou no boxe, devo tudo à eles e isso nunca será esquecido, o Pitu já é como um irmão pra mim, se eu tiver uma bala no bolso, é com ele que eu vou dividir.

Ivan "Pitu" de Oliveira, Adaílton "Precipício" de Jesus e Bruno Rissi / (Foto: Arquivo Pessoal)

Aos 19 anos já auxiliou nos treinos de nomes relevantes do mercado latino americano como Jackson Jr. e Precipício. O que pode dizer deste trabalho?

É incrivel! Depois dos jogos abertos decidi me tornar o melhor técnico possível, pra isso comecei um trabalho para ter um acervo de videos de luta e treinamentos.
 
Quando o Jackson foi lutar com o Pedro (Otas) minha participação foi pequena, até porque o peso do Jackson dificulta o trabalho de manoplas com ele, mas acabei fazendo um trabalho de bastidores, cuidando da pagina dele no facebook, arrumando videos de luta de todos os meio-pesados que fizeram sucesso como Roy Jones, Glen Jonhson, Antonio Tarver.

Quanto o Adaílton o processo foi muito mais intenso, tinhamos 17 dias para treinar para enfrentar o campeão mundial Humberto Soto, pegador, mas não muito técnico. Nas segundas, quartas e sextas o treino era puxado pelo pitu na parte da manhã. Terças e quintas Adaílton e eu faziamos um trabalho físico no parque para que ele perdesse peso com qualidade, perdendo mais gordura do que massa magra e liquido, como normalmente os atletas fazem. Já nos treinos da tarde eu fiquei responsável pela escolinha de combate e gradativamente fui melhorando meu “arsenal” como treinador.

Trabalhar com atletas desse nivel é gratificante e tenho certeza que colheremos bons frutos em 2012.

Por quê parou e depois decidiu voltar ao boxe competitivo?

Eu tinha uma fixação por são caetano não me imaginava fora dali. Tive que parar de treinar para trabalhar várias vezes, nós sabemos como é dificil se manter apenas no esporte. Hoje sou sócio em uma academia, tenho condições de treinar, dar aulas e me manter. Minha última luta foi dois dias após o falecimento de minha avó eu treinei muito, mas na luta entrei pra brigar, e acabei perdendo por um ponto, isso não tira o mérito do Yuri (Previatti) de Rio Claro, mas se eu estivesse com a cabeça no lugar talvez a luta fosse outra.
Decidi voltar porque vi que ainda tenho muita lenha pra queimar, tenha participado de sessões de treinamento com atletas amadores e profissionais e minha evolução técnica tem sido muito boa. Creio que em 2012 participarei de competições visando o profissionalismo em 1 ou 2 anos.

O que pode falar do crosstraining com atletas de MMA?

É uma mudança necessária. Eles precisam de nós, pois o boxe no MMA está sendo cada vez mais exigido e estavam ficando defasado. E nós precisamos dele pois o boxe não tem nos dado os espaços que precisamos para trabalhar e sobreviver. Nossos atletas de MMA são todos muito dedicados a aprender o que temos pra ensinar, as sessões são sempre muito instrutivas tanto pra eles quanto para nós, Pitu e eu, pois a cada dia descobrimos uma nova particularidade no MMA onde podemos aplicar nossos conhecimentos. é um trabalho que só tende a crescer.