quarta-feira, 28 de março de 2012

Entrevista com Michelle Bonassoli

Michelle Bonassoli / (Foto: Arquivo Pessoal)

Aos 24 anos e desde 2006 na nobre arte a paranaense Michelle Bonassoli já fez duas lutas por cinturões mundiais enfrentando as argentinas Fernanda Soledad Alegre, "La Camionera" e Monica "La Gata" Acosta, esta no dia 9 de março deste ano.

Em entrevista ao Córner do Leão, Bonassoli (10-6-0, 9 KO's) fala de como faz para equilibrar seus treinos de boxe com os de muay thai, modalidade da qual é oriunda, a dificuldade em encontrar rivais no Brasil e a vontade de ganhar a cinta mundial.


Fale do seu início no Boxe e Muay Thai:


Comecei no muay thai quando estava terminando o último ano do ensino médio, pois treinava handebol e nessa época já não tinha mais idade para participar de campeonatos. Logo que comecei no muay thai já me identifiquei, e com quatro meses de treinamento já fiz minha primeira luta, a qual foi uma luta amadora interna contra uma aluna da mesma academia que já era faixa vermelha (2). Perdi por pontos, mas foi uma derrota para a experiência, a qual não tinha. Ai por diante não parei mais de treinar e lutar, exceto durante alguns meses em que a necessidade fez com que eu começasse a trabalhar, pois o esporte não me dava condições de sobreviver.

Em 2006, fui convidada pelo professor de boxe Macaris do Livramento daqui de Curitiba para participar de um evento de boxe por ele realizado, aceitei. Ali me apaixonei pelo boxe e amo lutar, por isso sinto tanto não ter conseguido até hoje conquistar um título importante. Mas minha pouca idade me dá mais esperança de um dia trazer para o meu país, minha cidade o tão esperado título.

Como faz para equilibrar Muay Thai e Boxe? Um não acaba interferindo no outro?

O equilíbrio vem do treinamento, se bem treinada nem o boxe e nem o muay thai interferem um com o outro.

Como se desenvolveu seu combate com Monica Acosta?
No primeiro round foi mais estudo, movimentação e jogando jabs para achar a distancia. Eu ataquei mais nos três primeiros rounds, acertei mais os golpes. No quarto round ela encaixou alguns golpes bons e eu comecei a ficar mais aflita e errar os golpes. Foi assim, trocação até o oitavo round. Posso te dizer que entre esses rounds perdi muito a distância e levei alguns golpes bem encaixados. No nono e décimo rounds me encontrei na distância e encaixei bons golpes, no último round encurralei ela no canto do ringue e bati bastante, mas não consegui continuar pois a força já estava limitada mas mesmo assim dei meu gás final e bati muito mais, só foi uma pena que não foi o suficiente para ter ganho.

Para você qual é a melhor Acosta ou Fernanda Alegre?

Acosta

Quais são as dificuldades de encontrar adversárias no boxe feminino brasileiro?
A maior dificuldade é a falta de comunicação.

Quais são seus próximos planos na nobre arte?

Continuar treinando e lutando, pretendo que em uma próxima luta de título possa treinar com algum grande treinador de boxe, para que me engrandeça, melhore minha agilidade e meu desempenho.

Das grandes lutas que disputou você ainda não as venceu, entretanto mantém um cartel positivo. Tem receio de ser vista como escada no mercado internacional?
Não, pois sei que luto e dou o meu melhor em cima do ringue, faço isso com os punhos e com o coração. Prefiro na minha carreira enfrentar as melhores e mais conhecidas, que lutar com qualquer desconhecida e triunfar facilmente. Adquiro muito mais experiência lutando por cinturões do que lutando por medalhas. Sei também que algumas lutadoras conquistam títulos em cima de pangarés e se for dessa forma prefiro não ter titulo, e sim ter lutado com as melhores e ter lutado bem, nada que seja inventado ou criado só no papel.