sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
O pai de Xuxa, Otas e Açougue
Muitos empresários e técnicos mantêm uma relação de pai e filho com seus boxeadores seja uma biológica e tumultuosa como a dos Mayweather ou por escolha e afetiva como Cus D’Amato e Mike Tyson.
“Gosto deles como se fossem meus filhos”, os olhos de Eduardo Melo Peixoto, mais conhecido como “Seu Edu”, se enchem de orgulho quando fala do treinador Xuxa e dos pugilistas Carlos Açougue e Pedro Otas. O quarteto constitui uma família no centro de treinamento de Santana de Parnaíba, no interior paulista.
Como um pai sente o drama e sofrimento de seus filhos. Acompanha a luta de Otas para recuperar uma mão fraturada e amargou ano passado no Madison Square Garden a derrota de Açougue que fazia a primeira luta de um brasileiro na Meca do boxe. Também reconhece os defeitos de seus filhos, mas não comenta por aí para protegê-los, não é bom expor a prole.
Aprendeu que essa relação no boxe podia ser assim quando treinou com um dos maiores técnicos do Brasil se não o maior, Aristides Jofre, o “Kid Jofre” que conduziu o filho Éder ao cinturão do mundo em 1960. Kid Jofre o chamava de “salame”, era assim que o professor “brincalhão” chamava os atletas que tinha mais afeição.
O pai do “Galo de Ouro” não ensinava apenas ao jovem Edu como se defender de hooks e uppercuts em cima do ringue, mas também como suportar os castigos da vida e até mesmo serviu-lhe de conselheiro amoroso em um tempo que os relacionamentos não eram tão banais.
E hoje com o mesmo carinho que Edu olhava para Aristides, Otas, Açougue e Xuxa olham para Seu Edu.